Capítulo 7 - part 2

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LEMBRANÇA:

Dizem que morrer dói que somos capazes de sentir nossa alma deixando o corpo, que toda nossa vida passa diante dos nossos olhos. Cresci em um lar cristão, meu pai nos levava todos os domingos à missa, fui ensinada que apenas Deus pode tirar nossa vida, mas eu já não consigo suportar mais.

Almejo a morte, a escuridão, o vazio do universo deve ser melhor que continuar vivendo nesse inferno que é muito pior que o inferno cristão que aprendi na catequese. E estaria morta agora, teria acabado com todo meu sofrimento, se o Lucas não tivesse entrado na cozinha e me impedido mais uma vez de ser livre.

— Você ficará trancada nesse quarto, para nunca mais tentar fazer essa besteira — Lucas me jogou com força no chão. — Por que não consegue entender que não posso viver sem você? — Lucas gritou e senti meu corpo tremer, pelo que viria a seguir. — Olhe a sua volta, não pode escapar de mim, te busco até no inferno, entende? Sou sua única salvação, você é a minha esposa, apenas minha. Sou a única pessoa que ama essa mulher miserável e frigida que você é.

— Lucas, por favor — sussurrei engatinhando até a parede, assustada, temendo o seu ódio, temendo sua mão forte em meu frágil corpo. — Não aguento mais, eu quero morrer, eu quero morrer! — Eu me sentia fraca diante dele, me sentia um nada, ele faz o que quer com o meu corpo, com a minha mente. — Você me machuca, me maltrata, olha como está o meu corpo, você está me destruindo.

— Deveria ter pensado nisso antes querida esposa — ele sorriu daquele jeito diabólico dele e desafivelou seu cinto da sua calça e o segurou nas mãos. — Você precisa de um corretivo, para nunca mais pensar em fazer algo parecido. Te dou tudo o que uma mulher pode querer e, mesmo assim, você me rejeita Nicole — sua voz muda e, mais uma vez, ele se transforma no verdadeiro diabo quando estamos sozinhos.

Eu já chorava descontroladamente, estou destruída, esse monstro me machuca de tantas formas que é impossível ter algum pedaço intacto da minha alma. Ele se ajoelhou na minha frente, sua mão segurou forte em meu cabelo e ergueu minha cabeça para encará-lo.

— Amo você — me olhou e com sua mão livre limpou as lágrimas que desciam pelo meu rosto — ninguém além de mim ama você Nicole, por que é tão difícil para você entender isso? — ele sussurrou dando beijos pelo meu rosto. Odeio o seu toque, odeio tudo que vem dele. — Seu irmão e sua mãe venderam você, eles não se importam, você é insignificante, ninguém se importa com você, só eu, desde o dia em que eu te conheci, a única coisa que faço é amar você.

— quem ama não machuca — falei entre as lágrimas e ele sorriu olhando em meus olhos.

— Meu amor é diferente, eu gosto de ver minhas marcas no seu corpo e depois me enfiar entre suas pernas, você sabe o quanto me excita essas suas lágrimas.

— Você é doente, precisa de tratamento.

— Tudo que eu preciso agora é bater na minha querida esposa, com meu cinto de couro, para ela aprender que a vida dela me pertence e que não tem o direito de se quer pensar em tira-la! — Ele apertou meu queixo e eu gemi de dor. — Está me ouvindo Nicole? Eu te comprei, seu corpo, sua alma, me pertencem, você é minha e nem a morte irá tirar você de mim! — Ele me soltou e ficou em pé. — Entendeu, porra? — Lucas gritou, transtornado como sempre, me deixando ainda mais assustada.

— Sim, — sussurrei entre as lágrimas, o olhando, eu sabia que ele odiava quando eu não o respondia.

— Você já sabe o que fazer. — Dobrou seu cinto nas mãos e o esticou para me mostrar.

— Por... favor... — Já tremia sem controle algum. — Eu não tenho forç...

— Cala boca, sua desgraçada — gritou, mostrando o verdadeiro Lucas que escondeu tão bem durante o namoro. — Não me irrite, Nicole, faça o que quero ou será pior para você. Isso será para te ensinar a nunca mais tentar se matar, você nunca irá se afastar de mim, entenda bem eu te busco do mundo dos mortos se necessário, mas você é minha para sempre.

Demorei alguns segundos para conseguir ficar em pé, eu não conseguia parar de chorar, mas me esforcei para caminhar a passos vacilantes até a cama de casal, sabia que isso doeria, mas também sei que seria muito pior se não fizesse como ele quer. Ainda me lembro da jaula em que fiquei presa durante dias sem água ou comida, recebendo jatos de água gelada quatro vezes ao dia, tudo isso após ele quase ter me matado afogada.

Então joguei meu corpo na beirada da cama de casal, deixando minhas pernas para fora da cama, meus pés tocando o chão e mais uma vez me preparei para o pior.

Lucas é um sádico cruel.

— Você tem uma pele tão linda, tão macia — sussurrou se aproximando e senti o couro do cinto passeando de forma suave na pele do meu braço e chorei por saber o que viria a seguir, chorei por estar nessa situação, por ser sozinha, por ser tratada como uma simples propriedade nas mãos de um psicopata, por ninguém me procurar, pela dor que eu já senti e que sentiria daqui a alguns segundos.

— Não se esqueça de contar comigo querida — puxou o tecido da minha camiseta a partindo no meio, deixando minha pele vulnerável ao seu toque.

Gritei quando a primeira chicotada atingiu minhas costas rasgando a minha pele.

— Um — sussurrei sem forças, sentindo minhas vistas escurecerem, sentindo toda a vida sair do meu corpo e foi nesse momento que o Lucas me quebrou por completo

— DOIS...

ÚNICO REFÚGIO ( DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora