2.3

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— Você anda muito animada. O que tem acontecido? — Pergunta Claudia curiosa entregando chicletes a um cliente.

— Nada, só estou feliz. — Sorrio dando de ombros e solto os cabelos do coque.

— FELIZ ANIVERSÁRIO! — Billie diz alto assim que entra no cinema.

— Hoje é seu aniversário? Como pôde não me contar? — Indaga a morena de olhos claros indignada.

— Não ligo 'pra essas coisas. — Digo e viro para a de cabelos coloridos. — Obrigada, mas, como descubriu? — Questiono confusa.

— Você disse enquanto nós transávamos. — Dá de ombros.

— Eu disse? — Não me lembrava disso.

— Óbvio que não. — Ri. — Você é a minha noiva, são coisas que eu deveria saber. — Fala sorridente.

— Você 'tá noiva? — Claudia nos interrompe brava. — Por que não me contou? — Sussurra chateada.

— Conto tudo amanhã, prometo. — Digo saindo de trás do balcão. — Meu expediente acabou. Beijo Claudia, até amanhã. — Me despeço.

— Até. Parabéns sua feia. — Espreme os olhos.

Dou risada mas a findo logo para selar os lábios de Billie rapidamente antes de puxá-la pela mão e sair do local.

— O que vamos fazer hoje? — Pergunta Billie animada.

— Nada. — Respondo simplista.

— Como nada? É o seu aniversário. — Diz inconformada.

— Ano que vem também vai ser, aí nós fazemos algo. — Digo revirando os olhos e a mesma me empurra levemente.

— Vamos em uma confeitaria comer bolo. — Me puxa para a rua contrária.

Faltavam poucas semanas para as aulas retornarem, não que isso importe mas precisava saber se continuaria nesse emprego ou não.

Precisava de uma fonte para ganhar dinheiro. Além de me bancar estava morando em um Hotel e falando nele Billie passava muito tempo lá, voltava em casa para pegar roupas mas na realidade chegava a passar uma semana comigo. 

Toda essa história de noivado era real e não apenas algo falado para dar a famosa vazão ao sentimento. Alguns dias depois do pedido tínhamos alianças de noivado que foram compradas como presente quando saímos para jantar.

Esperaríamos a maior idade para podermos nos casar oficialmente. Era surreal pensar que a alguns meses atrás me sentia sozinha e tinha a sensação de estar assim para sempre.

Pode ser inesperado, mas estava muito feliz. Tudo parece tão certo que chega a ser errado.

Comemos uma fatia de bolo de frutas vermelhas com chantilly. Era o meu favorito.

Logo voltamos para o conhecido Hotel. Tomei um banho rápido vestindo uma calcinha e uma das blusas de Billie que estava jogada em algum lugar, confesso, não éramos muito organizadas.

Ligo a TV e deito na cama, o Sol estava baixando, esperava Billie que foi pegar um cesto de roupas limpas na lavanderia.

— Cheguei. — Diz assim que abre a porta colocando o cesto sobre uma bancada próxima. — Estão passadas, só dobrar depois. — Avisa e concordo com a cabeça.

— Deita comigo. — A chamo. — Sabe qual é o meu desejo de aniversário? — Indago a vendo me encarar curiosa. — Dormir abraçadinha com você. — Falo a fazendo rir e a puxo para um beijo.

— Antes de realizar o seu desejo, queria contar que tive um sonho muito engraçado. — Ri com vontade me fazendo a acompanhar mesmo sem saber o real motivo do seu riso.

— Conta. — Peço animada.

— Sonhei que 'tava grávida. — Ri e a olho séria a fazendo rir mais ainda. — Ai eu cheguei toda animada te contando e você falou: "Parabéns amor!" e três segundos depois me olhou com exatamente essa expressão. — Começa a rir sem parar.

Não é Maria mas está cheia de graça.

— Não deveria estar preocupada? — Indago séria.

— Desceu 'pra mim hoje de manhã. Relaxa. — Revela e suspiro chateada. — Queria se aproveitar do meu corpinho é?— Brinca me fazendo leves cosquinhas.

— Óbvio, é o meu aniversário. — Digo óbvia rindo baixo. 

— Fazemos todos os dias há duas semanas, algum dia a gente precisaria dar uma pausa. — Lembra e a olho surpresa.

— Duas semanas, são tipo quinze dias. — Billie me olha confusa. — A gente é muito boa, sério, espero que quando casarmos não esfrie. — Observo a fazendo rir.

— Não vai, nunca. — Garante e espremo os olhos ganhando um beijo lento.

— Não me tempera, vamos dormir. — Falo a dando um selinho rápido.

— Mas posso te tocar se você quiser. — Sugere.

— Se você não gozar, eu não gozo. — Falo e viro de lado, de costas para ela.

— Obrigada pela solidariedade. — Ri me abraçando pela cintura deixando a cabeça em meu ombro.

— De nada amorzinho. — Sorrio debochada.

Viveria todos esses dezoito anos novamente só para terminar aqui. Nessa cama, com ela.

{···}

Capítulo pequeno pois a intensão é só tentar passar a atmosfera e conexão que elas tem.

Para que não se enganem diante dos fatos, para que vocês conheçam o companheirismo e não duvidem dele.

Cuidem-se.

College • Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora