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Puxo o freio de mão tirando a chave da ignição. Levanto meus olhos observando o estacionamento da escola, tão conhecido por mim depois desses anos todos, estava tão nervosa minhas mãos tremiam e sentia os reflexos da pulsação do meu coração em minha nuca.

— Tudo bem amor? — A voz de Gwendoline me tira do transe.

— Tudo sim. — Disfarço sorrindo e a olho.

Esses meses de férias que passamos juntas foi incrível. Foi uma amostra grátis de como seria se pudéssemos ficar juntas definitivamente.

Não que não possamos.

Mas...

— Eu te amo. — Digo assim que escuto Gwen desfivelar o cinto de segurança.

— Oh Bill, eu te amo também. — Abre um sorriso aproximando o rosto do meu.

Me livro do cinto rapidamente para que pudesse acabar com o resto de nossa distância selando minha boca na sua.

Serpenteio minha língua para de encontro com a sua fazendo movimentos lentos. Quando sou obrigada a terminar com essa fricção deixo um selinho sobre seu lábio inferior logo também selando nossos lábios antes de finalizar o contato me afastando mas ainda assim mantendo nossos rostos próximos.

— Depois da escola podíamos pintar o meu cabelo, né? — Sugiro.

— Podíamos? — Ergue a sobrancelha direita.

— Me ajuda? — Peço baixo a encarando.

— AH MEU DEUS! — Grita deixando a cabeça cair para trás, por instantes, me fazendo rir. — Mulher, como eu te amo! — Declara assim que seus olhos encontram os meus.

— Você é tudo 'pra mim. Seria capaz de qualquer coisa por você, Gwendoline. — Digo vendo uma lágrima solitária escorrer pelo seu rosto bonito. — Por que 'tá chorando? — Questiono levando as costas do meu indicador a sua bochecha esquerda apagando o rastro molhado.

— Ninguém nunca foi forte o bastante 'pra dizer que faria qualquer coisa por mim. Obrigada por me fazer sentir importante. — Diz com o lábio inferior começando a tremer.

— Não sou forte, sou apaixonada. Loucamente apaixonada por você. Você é importante, tanto, que sou sua. — Sussurro e ganho beijos castros sobre meus lábios durante bons minutos. 

— Vamos nos atrasar. — Avisa em um tom baixo de voz e se afasta abrindo a porta do carro e saindo.

Suspiro fechando os olhos por segundos. Não queria estar aqui, não queria estragar tudo.

Me dou por vencida abrindo a porta do automóvel e repetindo os movimentos de Gwendoline. Aciono o alarme e coloco as chaves no bolso de minha calça de moletom preta.

Entrelaço meus dedos nos de Gwendoline que durante o caminho contava animada sobre o seu emprego, não respondia apenas concordava mas não conseguia parar de a olhar como uma boba apaixonada.

Ela nunca esteve tão alegre. E isso me matava.

[...]

Passei o resto da manhã e boa parte da tarde junto a ela. Me esquivando, vulgo fugindo, de Danielle que nos, ou melhor, me espreitava pelos cantos.

— Professor posso ir ao banheiro? — Peço autorização ao senhorzinho que lesionava História.

— Claro. — Concorda sem tirar os olhos dos papéis sobre a sua mesa.

Ele me conhecia, havia repetido duas vezes o primeiro ano e coincidentemente o mesmo continuou sendo o professor que dava História.

Levanto com calma e ainda com ela deixo a sala e ando até um banheiro próximo. Utilizo uma das cabines vazias,  após, aperto a descarga e abro a porta.

College • Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora