College • Billie Eilish

0.8

Alguns dias se passaram e Brandon voltou a frequentar as aulas normalmente. Tinha quebrado o nariz e precisou fazer uma cirurgia, estava com o rosto roxo e cheio de hematomas ainda, apenas não sabia se era pelos meus socos ou da cirurgia em si.

Tinham diversos boatos na escola sobre o que podia ter acontecido naquela noite. Nenhum deles era o que realmente aconteceu, eram coisas desde de que ele havia brigado na festa com alguém aleatório, ou que bateu em algum aluno, também por brigas de ruas e apesar de todos serem mentiras, o que mais convencia as pessoas era: de que Billie havia brigado com ele, já que os dois estão distantes um do outro agora.

Desde que ele voltou, Eilish nem sequer olha na minha cara. Não me procurou mais, não que me importe, isso só justifica que ela vem atrás de mim quando quer algo com intenções mais baixas. Nada que não soubesse, transei com muitos jogadores de futebol para ficar surpresa com isso.

[...]

No final do dia, quando acabou as aulas, estava guardando os livros de volta ao armário antes de deixar a escola. Faço o que tinha que fazer e fecho o armário desanimada, Billie estava entre seus "amigos" andando pelo corredor como se não existissem outras pessoas no local além deles cinco.

Era atraente, mas nem tanto, não gostava de ser forçada a fazer coisas, tudo bem, acho que ninguém gostava de ser forçado a fazer nada. Apenas não tinha boas lembranças quando me pegavam a força.

— Faz o meu dever. — Ouço a voz de Billie e larga o seu caderno em minhas mãos acabo escutando os garotos rirem.

Não era um tom mandão ou rude como no inicio, ela apenas disse e seguiu caminho.

Reviro os olhos, viro de frente para o armário abrindo o mesmo novamente, não ia fazer aquela droga. Ela aparentemente sobreviveu muito bem sem mim durante esses anos, não ia precisar agora. Estava pronta para jogar seu caderno lá dentro quando um pedaço de papel escorregou por dentre as folhas e caiu no chão.

Me agacho rapidamente e pego o mesmo o abrindo.

"Gwendoline, seu dever é me encontrar às 22pm no Parque Central. Não reprove.

- Garota rude de cabelos azuis."

Sorrio inevitavelmente e fecho o armário.

[...]

Ainda estava muito cedo e queria passar o menor tempo possível em casa. Resolvo perder o ônibus de propósito e ir andando. Deixo meus passos ritmarem com as batidas agitadas da música que soava aos meus ouvidos.

Quando cheguei minha mãe não estava lá permitindo com que o alivio me invadisse. Me tranco em meu conhecido e odiado quarto indo direto para o chuveiro.

Não costumava me arrumar, comecei a ser amiga da maquiagem quando tive que dar um jeito nos meus hematomas. Por isso me arrisquei a passar produtos além de base e corretivo.

Tinha esfriado bastante nesses últimos dias anunciando que o inverno estava mais próximo do que podia imaginar. Visto uma das minhas calças jeans, uma blusa de moletom branca e por cima pego um sobretudo batia nos meus tornozelos, era esquisito, mas era quente e isso já era motivo o suficiente para me fazer usá-lo. Calço meu par de All Star de todos os dias e pego minha mochila, não ia volta para casa essa noite.

[...]

Ando devagar em direção ao Parque Central, sentia meu queixo tremer enquanto meus dentes se chocavam uns contra os outros. Estava tão frio. O Parque era imenso, e isso me fez lembrar que não tinha um lugar especifico. Respiro fundo estava noite e muito, muito frio, a música em meus ouvidos não era o suficiente para me manter aquecida.