2.2

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Abro meus olhos forçada pela claridade. Minha cabeça estava explodindo mas não mais do que o quanto estava com fome.

Sorrio sentindo as mãos de Billie em minha cintura, uma de suas pernas estava entre as minhas, sua cabeça em meu pescoço e a respiração serena.

Puxo o ar com calma sentindo uma lágrima solitária escorrer se perdendo entre os meus cabelos pela posição em que me encontrava.

Essa lágrima, depois outra, depois outra até minha garganta ficar embargada.

Era um choro calmo, um alívio, uma pausa no terremoto. Acordar em uma manhã de verão com o céu azul e ensolarado com o amor da sua vida em seu lado na cama.

Os soluços me atingiram mas os prendia para não despertar a mulher da minha vida que me apertou entre seus braços instantes antes.

Billie era o meu lugar de pertencimento. É como se pudesse ser quem sou de verdade, com todo o meu coração, ela é a única que pode me ver do avesso e ainda assim me amar e me olhar com os mesmos olhos. Seria corajosa para fazer qualquer coisa estando ao seu lado.

Será que em algum lugar fomos almas gêmeas? Será que em um universo paralelo nós vivemos um amor tão intenso que mesmo em outros desdobramentos do tempo não iriamos nos separar?

Porque é a única razão aceitável para sentir o que sinto. É um sentimento tão vivo, eufórico, intenso, que me preenche tão bruscamente que machuca as vezes. E dói tanto. Entretanto nenhuma dor é maior do que olhar para todos os lados, para a frente e para atrás e não a ter lá.

Não ter o seu sorriso, o som da sua risada, como modificava a voz para contar uma piada ou a suavizava para acompanhar uma melodia. Mas os seus olhos. Todas as vezes que nos encontramos ou vamos nos encontrar nunca irão mudar.

Seja onde, quanto, como for os olhos de oceano sempre irão ser os mesmos.

— Amor, 'tá chorando? Por que? — Questiona preocupada com o tom de voz baixo e rouco.

— Porque eu te amo. — Soluço.

— Você 'tá chorando porque me ama? Oh amor, não chora. Eu te amo também, muito.  — Me abraça.

Passo meus braços por seu tronco deixando minhas lágrimas correrem livremente.

Foram longos e interminantes minutos ali. Porém aos poucos me acalmei e o choro deu uma pausa.

— Vou pedir o café da manhã. — Avisa saindo dentre meus braços mas volta e deixa um beijo demorado em minha bochecha me arrancando um sorriso.

— Pede um analgésico, por favor. — Peço.

— Okay. — Concorda.

Não demorou para o nosso café da manhã chegar, eram quase oito da manhã, estava lindo lá fora então abri as cortinas e janelas.

Comemos sentadas na cama, tomei o meu comprimido e enquanto aguardava que o mesmo fizesse efeito senti seus dedos fazendo um carinho entre os cabelos da minha nuca o que me faz fechar os olhos.

— Não quero mais namorar com você.
— Ouço sua voz calma e abro os olhos imediatamente.

Estava estática, me faltou o ar e a minha garganta ficou seca.

— Não vamos namorar, esquece esse namoro. Quer casar comigo? — Pede e fecho meus olhos suspirando.

— Você quase me matou! — Falo a empurrando levemente.

— Você que quase me matou quando vi seus olhos me mostrarem que acreditou mesmo. Eu amo você, quero passar o resto da minha vida ao seu lado. — Declara. — Casa comigo? — Pede novamente.

College • Billie Eilish Onde histórias criam vida. Descubra agora