College • Billie Eilish

2.6

— Billie tem certeza que não quer mudar de ideia? — Pergunto nervosa a vendo se arrumar.

— Se eu tivesse essa escolha até poderia pensar. — Diz e coloca a última corrente no pescoço.

— Você tem, olha, podemos fazer alguma coisa. Sei lá chamar a polícia. — Falo, desesperada, rapidamente recebendo uma gargalhada de Billie como resposta. — O quê? — Rebato ficando brava.

— Se tudo o que estou fazendo é 'pra me livrar da polícia, por que chamaria ela? — Retruca.

— Ah é... — Sussurro sentando na cama.

— Fica calma, vai dar tudo certo e 'pra isso acontecer preciso que fique aqui não ligue, nem fale com ninguém sobre isso e muito menos me siga. Entendeu Gwen? — Pede falando devagar se agachando à minha frente.

— Entendi. — Afirmo confiante.

— Faz tudo como sempre, só que sem mim. Não fica imaginando nada do que vou fazer, nada, porque nada do que irei ter de fazer vai ser por vontade própria. Amo você. — Tenta me acalmar, ou melhor, acalmar o meu coração que estava apavorado.

Me sentia prestes a entregar a preza para a fera, assim, sem briga sem nada. Entregar a Billie para a Danielle era algo surreal e fora de cogitação.

— Certo. — Concordo.

— Não chego por pelo menos as próximas três horas, não me espere acordada. Mando mensagem assim que sair de lá. — Avisa se pondo de pé e pegando o seu celular o colocando no bolso da calça de moletom que usará.

— Me liga, quero ouvir sua voz e ter certeza de que é você. — Peço chorosa.

— Então, te ligo assim que sair de lá. — Vem em minha direção e a puxo para um beijo que deveria ser rápido mas foi se aprofundando.

Queria tanto que mudasse de ideia e ficasse comigo aquela noite. Pode parecer orgulho, e era, pois passei uma semana inteira tentando mudar a minha linha de pensamentos e achismos sobre essa situação.

Não seria uma simples transa, não era o sexo, tinham coisas, coisas muito importantes envolvidas. E sei disso, entendo isso mas agora que estava prestes a deixar Billie passar pela porta e ir se deitar nos braços dela...

O orgulho batia com força e ira contra o meu peito dizendo frases do tipo: "Vai deixar ela escapar?", "Como você é fraca Gwendoline, a sua mulher com outra!", "Está vendo? Imagina vai, ela pegando na sua garota, hm, beijando os lábios dela, gemendo o nome dela. Você é uma fracote mesmo!"

Enfio meus dedos nos cabelos de Billie iniciando um novo beijo esfregando minha língua na sua com vontade em um ato de possessividade.

Sugo seu lábio inferior com certa agressividade, escorrego minha boca para o seu pescoço em mordidas fortes e a puxo para deitar sobre mim entrelaçando minhas pernas em sua cintura.

— Queria muito ficar 'pra sentir essa sua agressividade. — Fala baixo de olhos fechados. — Mas realmente preciso ir. — Me encara e sela nossas bocas rapidamente. — Vou pensar em você a noite toda. — Me dá outro selinho, que foi imediatamente retribuido, e se afasta.

Se vira e segue rumo a porta a abrindo e fechando sem nem olhar para trás. Sento na cama deixando minhas lágrimas caírem.

Queria mais do que nunca explicar e dizer que não era orgulho, mas em partes era porém sendo muito honesta doía. Doeu a ver passar pela porta sabendo o que poderia acontecer ou não sabendo, o que tornava tudo dez vezes pior pois não tinha noção do que Danielle seria capaz de fazer com a garota que ela pensa ser dela.

[...]

Choro até que a minha garganta esteja doendo a ponto de incomodar, ou até pelo menos, me sentir uma completa idiota.

Tomo um longo banho com direito a música e cabelos sendo hidratados.

Visto apenas uma langerie preta rendada e faço a minha lição de casa tomando uma taça de vinho.

Termino a minha lição que parecia interminável e pego a de Billie resolvendo seus cálculos de exatas.

A hora não parecia passar, não eram nem meia-noite e já tinha tomado um banho de quase uma hora, feito duas lições enormes e me lembrava de ter abastecido aquela taça por pelo menos cinco vezes.

Encho a taça pela metade, pela sexta vez, e aumento a música dançando pelo quarto.

Meia hora depois o interfone toca eram os hóspedes do lado reclamando do barulho. Desligo o som e bufo entediada, eles que me aguardem, irei foder o final de semana inteiro e deixarei a minha boca bem aberta para que todos saibam o nome da garota de cabelos azuis que entra no meu quarto regularmente.

— Porra Billie, porra. — Sussurro sozinha deitando no meio da cama após beber em um único gole a sétima taça de vinho deixando a mesma sobre o criado mudo.

[...]

— OH BILLIE! — Meu nome sai gritado de sua boca.

Ela havia dado um jeito, sei que o matou, sei disso mesmo que Danielle jurasse que não.

Mas o trato era esse, ela dava uma jeito nele e eu passaria uma noite ao seu lado.

E cumpri a minha parte. Desliguei minha mente de tudo, senão, pelo menos tentei, o importante é ter força de vontade.

Deixo com que minha língua explore seu corpo sem pudor algum, fiz o que queria do jeito que queria.

Desconto minha raiva com tapas e mordidas fortes, estava com raiva dela por me fazer tomar essa decisão. A odiava por isso, por me chantagear por me tirar da minha Gwendoline.

— Assim! — Incentiva baixo e intensifico meus movimentos.

Como queria que fosse Gwen sobre a minha boca agora.

Assim que seu orgasmo chega sou puxada para um beijo.

— Você é boa. — Diz e sorrio de lado me deitando ao seu lado.

Danielle entrelaça seus dedos nos meus, afrouxo o contato mas não o deixo acabar.

Suas unhas grandes me fazem agradecer por ela ter usado a língua ou, então teria de sair daqui direto para o hospital.

Tomamos banho juntas, não era algo que queria, mas não tinha muita escolha.

— Sabe, já que acabamos por aqui queria te mostrar uma coisa. — Fala assim que termina de se arrumar e me observa estar vestida.

A acompanho com os olhos ir em direção a sua bolsa e procurar algo lá dentro.

— Se quiser passar todas as suas noites comigo, desse mesmo jeitinho, estamos resolvidas. Se não... — Arqueia a sobrancelha antes de continuar. — ... Vamos ter que bater um papo com o meu amiguinho. — Puxa o revólver prateado da Chanel.

— Danielle! — Exclamo o seu nome assustada e me sento aos pés da cama.

Estava sem reação, literalmente paralisada, meu corpo congelou.