chapter twenty six

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JJ
Em dezembro, decidimos não ir para casa, em Omaha. Molly está com a barriga maior e todos saberiam que ela tem um bebê na barriga no minuto em que colocassem os olhos nela. Ela está cada vez mais bipolar, consegue ser emotiva e insensível ao mesmo tempo. Hoje nos finalmente vamos ao médico confirmar se meu filho é um garoto. Eu sinto que é, e nada vai mudar isso.
No momento ela está no closet procurando uma roupa confortável. Ela reclama de suas roupas e eu estou jogado na cama esperando que saia vestida logo.

- Eu não entendo por que eu tenho tantas roupas coladas. - ela diz alto e eu respiro fundo concordando mentalmente - Certo.

Ela está com um jeans colado e uma blusa vermelha da Nike que se não me engano é minha. Ela calça os saltos e se olha no espelho.

- É o que temos. - suspira pegando uma jaqueta jeans

No caminho para a clínica ela fica inquieta e eu também. Quando nos sentamos na recepção uma garota de aparentemente dezessete anos se senta ao seu lado e ela encara a mesma como se fosse um bicho.

- Você está de quantos meses? - ela pergunta curiosa e eu a belisco

- Sete. - a garota responde com a mão na barriga - Diana. - Molly sorri - Ela provavelmente irá para a adoção. Meus pais estão me obrigando. - suspira cansada e eu sinto pena

- Sinto muito. - Molly diz e ela dá de ombros

- Tenho dezessete anos. Não tenho como criar. Está tudo bem.

- Molly Gilinsky. - Michael a chama e nos levantamos

Molly se despede dela e nos entramos no consultório.

- Nada de calças. - é a primeira coisa que ele diz para ela

- Eu não tenho mais roupas. - ela diz emburrada

- Pois compre. - ele diz e eu solto uma risada por isso - Saltos também não. - ela faz um bico emburrada e retira seu jeans se deitando na maca

Quando a imagem aparece na pequena TV ao lado da maca eu não acredito.

- Você tem um bebê na barriga. - é o que eu digo e Michael ri

Eu fico olhando para a TV e algo começa a bater no fundo.

- Isso, é o coração do seu bebê. - ele diz e eu a olho sorrindo - Vocês têm preferência?

- É uma garota. - Molly diz convicta e eu reviro os olhos

- Não é.

- Você já sabe o que é? - ela pergunta ao médico que assente

- Só quero ter certeza. - diz e nos esperamos ansiosos

- Eu vou esfregar na sua cara que é uma garota. - diz

- Eu vou esfregar na sua cara que...

- É um garoto. - o médico me corta e eu pulo

- Você tem certeza? - o encaro

- Cem porcento. - diz

- Eu disse. - a olho e ela começa a chorar - Por que você está chorando? - me aproximo - Se está chorando por que é um garoto pode continuar a chorar.

- Eu estou feliz. - ela sorri

Eu fico olhando para o meu filho na TV ainda entusiasmado e quando ele limpa sua barriga nos sentamos para que ele de algumas recomendações.

- Daqui pra frente será mais difícil dormir. - ele diz e ela assente - Sua barriga está crescendo. Será mais difícil encontrar uma posição que seja confortável. E, agora, seu bebê começará a dar sinais de que está aí.

- Ele vai mexer? - ela pergunta e ele assente

- Nada de calças. - ele reforça - Eu aconselho a comprar vestidos e sapatilhas. - ela suspira - Só até ele nascer. - diz e ela concorda

Quando saímos do consultório passo no shopping com a mesma para que compre algumas peças de roupa. Ela escolhe alguns vestidos soltos, outros nem tanto mas me assegura de que se esticam. Compramos sapatilhas e alguns moletons por conta da época do ano. Nos passamos em frente à uma loja de coisas para bebês e encaramos a vitrine que tem um quarto montado.

- Quer comprar alguma coisa? - pergunto e ela dá de ombros - Se fosse garota aposto que ja teria comprado. - digo com desdém e ela revira os olhos

- Vamos lá. - ela me puxa

Quando entramos na loja eu me sinto um panaca. Compro várias roupas e até um bone. A caixa me canta dizendo que eu serei um pai em tanto e minha namorada surge do nada para dar uma patada na mesma que fica sem graça.

Namorada.

Nos andamos de mãos dadas pelo shopping e paramos na praça de alimentação para que ela coma uma sorvete de chocolate. Eu me nego que se aproxime e ela tenta a todo custo encostar nossos lábios.

- Sebosa. - digo quando ela consegue - Eu odeio sorvete de chocolate. - digo e ela dá risada

Quando chegamos em casa ela vai para o banheiro e quando tira o jeans eu entendo o por que do médico ter dito para não usar mais calça. Em sua barriga tem a marca do cós.

Ela toma um banho acompanhada por mim mas sem nem um pingo de malícia e quando nos deitamos na cama eu percebo o quanto estava cansado.

A𝗅𝗅 T𝗁𝗂𝗌 T𝖾𝗇𝗌𝗂𝗈𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora