chapter twenty four

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JJ
Alguns dias mais tarde, nos falamos apenas o essencial. Trago algumas coisas saudáveis como frutas e legumes para o almoço e janta e no fim da semana eu trago algumas roupas em uma mochila e largo no canto do closet. O clima em casa não está agradável. G fala comigo apenas o necessário. Então eu acabo me mudando para o sofá do apartamento.

"Estou na faculdade" A mensagem de Molly chega em meu celular me deixando um tanto confuso.

"por que?"

"vim trancar o curso"

Sei que será difícil para a mesma então me levanto e sigo para a secretaria a vendo sentada na recepção. Ela veste um vestido solto e decotado de seda e um tênis da Adidas; seu cabelo está solto e ela mexe em seu celular. Quando escuta meus passos ela se vira e quando me vê sei que pode chorar a qualquer momento.

- Vim só te fazer companhia. - eu digo e ela sorri fraco

Nos ficamos em silêncio e quando o coordenador do curso a chama ela se levanta me olhando e eu me levanto para a acompanhá -la. Ele se lamenta por perder sua melhor aluna e por um segundo penso que está cantando ela.

Quando ela se levanta e sai da sala vejo seus olhos se encheram de lágrimas mas ela só se permite chorar quando chegamos ao carro.

- Eu queria muito ser uma boa advogada. - ela suspira enquanto me abraça

- Você ainda pode ser. - digo e ela me olha

- Claro. Com um filho, o pai do meu filho que mexe com drogas, meu irmão que também mexe com drogas. Ótima advogada. - se irrita e eu suspiro

- Molly...

- Tudo bem. - respira fundo - Eu vou embora.

Ela entra em seu carro e eu volto para a sala de aula sentindo o olhar de Gilinsky sob mim. No fim da tarde, damos graças a deus pelo semestre finalmente ter acabado.

Quando chego no apartamento ela está dormindo no sofá com a mão na barriga. Eu passo para o banheiro onde tomo um banho quente e depois me visto me arrumando para ir para a boate.

- Onde você vai? - ela diz um tanto grossa e eu suspiro

- Para a boate. Tenho várias coisas para fazer. - suspiro

- Posso ir? - pergunta e eu ergo a sobrancelha - Estou entediada. Só fico no celular nesse apartamento. Eu fico solitária a maior parte do tempo.

- Não. É perigoso. - digo e ela revira os olhos

- Quanta babaquice. - se levanta indo para o balcão que divide a sala e a cozinha e eu a olho - Por favor. Você ainda pode me trazer cedo e voltar pra comer suas vadias.

- Primeiro, eu não tenho vadias. - ergo um dedo irritado

- Tanto faz. - da de ombros e eu suspiro me rendendo

- Saio em dez minutos. - digo voltando para o quarto para pegar uma camisa

Quando termino de me arrumar ela está no sofá da sala me esperando. Veste um jeans branco, uma blusa preta decotada e tenis. Seu cabelo está preso em um coque e ela está com um batom vermelho nos lábios que combina perfeitamente com o seu tom de pele e realça seus olhos claros que vieram de sua bisa avó segundo seu pai. Ela se levanta pegando seu óculos e sorri empolgada. Antes de ir, me asseguro que ela tomou suas vitaminas e ela responde as minhas perguntas entediada.

No caminho, o silêncio não me incomoda. Ela abre o vidro do carro e deixa o vento bater em seu rosto fazendo alguns fios se soltarem de seu coque. No semáforo, um casal que passa rindo prende nossa atenção. Ela segura uma rosa e sorri radiante.

A𝗅𝗅 T𝗁𝗂𝗌 T𝖾𝗇𝗌𝗂𝗈𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora