chapter forty-one

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JJ
No fim da semana, minha mãe chega sozinha. Diz que meu pai precisa resolver algo de emergência no trabalho e que não vai perder o nascimento do neto por um monte de papel. Molly está cada vez mais nervosa e eu também. Está tudo muito real e isso acaba me deixando receoso.

Ter um filho nunca esteve nos meus planos. Mas acabou acontecendo por descuido meu e de sua mãe que foi muito paciente comigo. E a culpa não é dele. Eu não queria ter um pai babaca e essa criança também não. Ela não merece. Por isso eu quero ser presente. Quero ir em todas as festas da escola. Quero ir em todas as reuniões. Quero colocar de castigo quando preciso. E principalmente quero ser o seu super herói. Quero que ele me olhe como se eu fosse a pessoa mais incrível do mundo. E eu juro que vou tentar ser. Por ele. Por que eu o amo. E amo sua mãe também.

- Você pode me ajudar a colocar o berço no quarto de vocês? - minha mãe aparece na sala interrompendo meus pensamentos

Nos levamos o berço do quarto azul para o quarto branco. Ela coloca o enxoval de dinossauros e eu sorrio por ser um pai babão.

- Está tudo muito lindo. - minha mãe diz e eu assinto - Como você se sente?

- Nervoso. - ela ri - Está tudo muito real. Ele pode nascer a qualquer momento e eu, infelizmente, não consigo imaginar mais nada após o nascimento dele.

- Quer dizer que todos morremos depois que ele nascer? - Molly surge de roupao e cabelo molhado

- Exato. - digo e ela ri

- Obrigada tia. Não sei o que seria de mim sem você. - ela diz

- Oh, realmente? - cruzo os braços

- Você sabe trocar fraldas? - ela cruza os braços também e eu nego fazendo uma careta

A noite, nos jantamos todos juntos e levamos minha mãe para o hotel. Molly insiste para que ela fique no apartamento mas ela nega alegando que não quer invadir nossa privacidade.

- Além do mais, John chega depois de amanha, cedo, com a criança o apartamento vai ficar menor do que realmente é. - eu me ofendo

Após deixar minha mãe no hotel eu sigo para o apartamento com Molly e nos vamos direto para a cama. No outro dia, minto em um bilhete dizendo que irei na boate e passo o dia fora; quando chego a noite, Molly arruma uma bolsa azul com roupas, fraldas, toalha e uma chupeta.

- Eu estou com medo.

- Eu também. - confesso a olhando

Nos deitamos na cama e ela se deita com metade do corpo sob o meu. Obviamente eu não durmo. Fico assustado boa parte da noite pensando que ele pode nascer e quando finalmente me levanto quando o dia clareia, ela faz o mesmo me seguindo para a cozinha.

- Não consegue dormir? - pergunta e eu nego colocando o sachê de chá na xícara - Sei que está com medo. Eu também estou. Mas também não precisa ficar preso nisso.

- Eu realmente não consigo pensar depois disso. - eu digo e ela ri - Como vai ser a nossa vida daqui pra frente? Nós vamos brigar mais? Nós vamos continuar aqui ou vamos pra uma casa grande? Vamos nos casar? Ele vai fazer faculdade de que?

- Ninguém sabe. Vou me esforçar para ser uma boa mãe e boa namorada e espero o mesmo de você.

- Eu vou me esforçar mais do que nunca. Acho que eu nunca quis tanto fazer algo bem feito como agora. Quero ser um bom pai. Quero me orgulhar dele e quero que ele se orgulhe de dizer que sou seu pai.

- Ele vai. - ela sorri se sentando de frente pra mim na bancada

- Eu espero.

Ela me observa tomar o chá e quando estamos a caminho da cama ela para no meio do corredor e algo escorre pelas suas pernas.

- Xixi? - faço careta

- Eu não... - ela para de falar e faz uma expressão nada boa mas logo passa - Eu acho que é a bolsa.

- Muito engraçada. - passo por ela me desviando da poça

Eu estou na porta do quarto quando ela geme baixo, e não é um gemido bom. Eu me viro e ela está apoiada na parede com a mão na barriga.

- Eu acho que é ele. - diz com falta de ar

- Porra do caralho... - corro até ela com o celular na mão

Eu pego a bolsa que ela havia preparado mais cedo e nos vamos para o elevador onde ela se apoia em mim quando fecha os olhos com força.

- Filho? - minha mãe atende sonolenta quando Molly agarra minha camisa

- Estamos indo para a clínica. Você pode avisar que estamos chegando?

- Agora?

- Sim, mãe caralho. - digo irritado

- Certo.






𝐞𝐬𝐬𝐞𝐬 𝐝𝐨𝐢𝐬 𝐜𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨𝐬 𝐞 𝐮𝐦 𝐨𝐟𝐞𝐫𝐞𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐚 𝐮𝐦𝐚 𝐝𝐚𝐬 𝐦𝐢𝐧𝐡𝐚𝐬 𝐟𝐚𝐯𝐬 𝐝𝐚 𝐭𝐚𝐥 𝐪𝐮𝐞 𝐞𝐮 𝐧𝐞𝐦 𝐬𝐨𝐧𝐡𝐚𝐯𝐚 𝐪𝐮𝐞 𝐥𝐢𝐚 ♡ 𝐨𝐛𝐫𝐢𝐠𝐚𝐝𝐚 𝐩𝐨𝐫 𝐥𝐞𝐫 𝐀𝐧𝐝𝐫𝐞𝐬𝐬𝐚 ♡

A𝗅𝗅 T𝗁𝗂𝗌 T𝖾𝗇𝗌𝗂𝗈𝗇Onde histórias criam vida. Descubra agora