A Saga Almas Sombrias : A Origem

Casamento.

        Agora me dei conta que a vida não é tão fácil como a gente quer e que não é tão perfeita como imaginamos.
  
        Quando eu tinha o Adam ao meu lado me dando carinho e me fazendo juras de amor, de acordo com a minha concepção naquele tempo, a vida para mim era fácil, eu podia ir e vir livremente pela minha aldeia, eu falava com todos, me sentia amada pelo meu namorado e...sentia que aquele lar era pra mim.

     E agora ? Agora eu pareço uma piada! Agora estou aqui numa fortaleza dos maiores vampiros protetores da história, estou prestes a me casar com o líder deles, a minha avó não me ama,  a minha melhor amiga está entre a vida e a morte e meu ex noivo na verdade era um bown que quase me matou. Com tudo isso que está acontecendo comigo como alguém tem coragem de dizer que o destino é uma dádiva ?

      Concordo que alguns acontecimentos como esses servem para amadurecer a gente ainda mais, porém no meu caso serve apenas para me enlouquecer e certamente me levar a depressão!. Estou me sentindo como as princesas dos livros, na qual os pais a obrigam a casar- se com príncipes do agrado deles sem se importar se a filha tinha ou não um amor.

      O pior pra mim também nisso tudo, é a consumação do ato, eu não quero me entregar a ele. Eu nem sei que ele é! . De acordo com as leis da minha aldeia, os recém casados se tornam verdadeiramente um casal quando o marido toma a esposa para sí, e onde estaria a minha hora se eu logo na primeira noite de núpcias tal coisa acontecesse ! Meu orgulho próprio como mulher seria jogado sem piedade no lixo.

      Graças a Deus a minha avó trouxe as minhas roupas, e segundo ela o vestido de noiva ela trará na hora de me arrumar. Aproveito que não tem ninguém no quarto e faço uma força para me levantar da cama, caminho o
Com muita dificuldade mas resistência até a porta e a abro, olho para os lados e aproveito que não tem ninguém e saio do mesmo.

    Esse castelo é horrível, não tem uma luz sequer para tirar o ar de prisão, é um corredor enorme iluminado por tochas, é um milagre não ter casas de aranha para completar o show de horror que é esse lugar.

        Por mais que eu esteja andando mais devagar que uma lesma eu estou muito cansada e dolorida, levo a mão até o ferimento e o mesmo está sangrando, me encosto na parede e me arrasto nela, a dor vai ficando pior e eu estou com dificuldade de respirar, caio sentada no chão e gemo de dor, olho para o fim do corredor e não passa ninguém, minha vista começa a ficar turva e a falta de ar aumenta, não consigo gritar por ajuda. Olho novamente para o fim do corredor e alguém em alta velocidade para na minha frente. E se abaixa ficando no meu tamanho.

- Você está louca ? Por que saiu do quarto sendo que a ordem não foi essa! - sua voz não era suave e doce, era dura e grossa...mas ao mesmo tempo melodiosa.

     Sua íris era negra como a escuridão, seu cheiro natural me levava a embriaguez, ele me pega no colo estilo noiva e me tira do chão com muita facilidade me fazendo sentir uma pena, ele chuta a porta e me deposita com todo cuidado na cama, eu estava tremendo muito por conta da dor intensa, a falta de ar aumenta e eu começo a tossir muito até por sangue pela boca, eu cuspo o sangue, o cara a minha frente me olha com o cenho franzido de preocupação, o mesmo avança sobre mim e rasga meu vestido deixando meu seio coberto pelo sutiã branco a mostra, eu tento a todo custo me tapar mas é inútil, meu rubor era escandaloso.

- Você nao tinha o direito de rasgar a minha roupa, o que você é ? Um neandertal ? - digo firme .

- Que coisas são essas ? - ele continua olhando para as raízes - Vou chamar a  Maria e então não se mecha - ele sai na velocidade de vampiro e eu fico olhando para a porta.

     Me levanto rápido e vou para a sacada , seguro a barra com força e fecho os olhos. Talvez se eu me jogasse daqui todos os meus problemas iriam embora, respiro fundo e abro os braços, quando me curvo para me lançar sinto mãos em minha cintura e num piscar de olhos estou na cama novamente sob um olhar furioso.