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Alice

Após termos acabado de lanchar, ficámos por ali mais um pouco.

Por algum motivo eu tinha vontade de perguntar a Aron o porquê de ter escrito aquele bilhete e não apenas o número dele como a esmagadora maioria dos rapazes fazem.

Dirigi-me ao interior do café, pronta para questionar o moreno. Quando o avistei, aproximei-me dele tocando-lhe no ombro de seguida.

Ander...? – proferi mal o seu nome condenando-me interiormente ao ver a reação do rapaz.

Ele corrigiu-me e foi bastante prestável. Enquanto Aron falava reparei que este tinha um sorriso muito bonito, provavelmente foi por isso que fiz a pergunta errada.

Bela merda! Queres perguntar uma coisa e perguntas pela casa de banho?! – sussurrei para mim mesma assim que cheguei à casa de banho.

Após alguns minutos a discutir comigo própria mentalmente, sai, passando pelo rapaz de cabeça um pouco baixa.

Ei! Estás bem? – perguntou Aron com um olhar preocupado, o que me deixou confusa.

Ahm... Sim? – disse em forma de pergunta.

Idiota! – gritou o meu subconsciente.

Eu vi-te guardar o meu bilhete, se o fores deitar fora podes dar-mo agora e eu próprio o faço. – disse coçando a parte trás da cabeça e sorrindo.

Pois sobre isso... - hesitei. – Tu não escreveste simplesmente o teu número, porquê? – finalmente perguntei.

Porque achei que isso seria estúpido. Aliás tu és demasiado bonita para só receberes um número... - disse confuso com as suas próprias palavras.

Assenti perante as mesmas, acrescentado que não iria deixar o papel fora, pois talvez ponderasse conhecê-lo.

Vi um sorriso enorme crescer nos seus lábios, sorri de volta e fui novamente para junto dos meus amigos.

Senti o meu telemóvel vibrar no bolso do meu casaco.

Biabs

O que é que vamos fazer amanhã para o aniversário do Chico????

Não sei! Talvez pudéssemos ir a um museu de arte da parte da manhã e depois saíamos à noite. O que achas?

Boa! Vou perguntar aos outros o que acham.

Estava prestes a guardar o telemóvel novamente no bolso quando senti o papel de Aron. Retirei-o, digitei o seu número no meu telemóvel, guardei o contacto e voltei a guardar tudo no bolso.

*

Estamos noutro país mas temos que manter as nossas tradições! – exclamou Chico. – Temos que fazer um bolo para me cantarem os parabéns à meia noite.

Todos concordámos, pois já era tradição no nosso grupo fazermos isso.

Fomos até às cozinha ver se havia tudo o que precisávamos mas faltaram alguns ingrediente, por isso, voluntariei-me para ir comprá-los.

A Maria deu-me às indicações de que precisava para chegar ao supermercado.

A caminho do mesmo passei pelo café onde Aron trabalhava. O moreno parecia estar de saída, pois tinha na sua mão umas chaves e o telemóvel.

Segunda vez hoje, wow! Sou mesmo sortudo! – exclamou bastante animado. – Começo a achar que queres realmente ver-me. – brincou.

Eu vou só ao supermercado, não tenho culpa que o café onde trabalhas fique no caminho. – disse-lhe fingindo não ter ficado um bocadinho contente por isso.

Queres companhia? – a sua alegria tinha sido substituída por nervosismo.

Já que insistem! – sorri para que o moreno ficasse menos nervoso.

Então qual é a lista das compras? Se for muito longa, podemos ir no meu carro.

Se fosse muito longa achas que eu viria sozinha? - fingi-me de séria. – Podemos muito bem ir a pé.

Estava só a tentar fazer conversa! – disse pondo às mãos no ar como se fosse inocente de algo, o que me fez rir.

Um dos meus amigos faz anos amanhã e temos como tradição no nosso grupo fazermos um bolo para cantarmos os parabéns há meia noite ao aniversariante. – expliquei-lhe com um sorriso na cara.

Deixa-me adivinhar! É aquele que parece bastante simpático, o rapaz mais alto. – disse

Quase lá mas não. É o outro rapaz, o Chico. – sorri.

Eu acho que ele não gosta de mim. No outro dia, no bar, ele parecia que me ia atacar a qualquer momento. – disse forçando um pouco o riso, parecia constrangido ao lembra-se da situação.

Acabei por soltar uma gargalhada, pois o meu amigo conseguia ser bastante defensor às vezes.

Peço desculpa por isso. – disse ainda rindo.

Chegámos ao supermercado, fomos à procura do que era necessário para o bolo do Chico, dirigindo-nos de seguida à caixa para pagar as compras.

Ao sairmos do supermercado passámos por uma pequena barraquinha, onde uma senhora estava a vender crepes pois Aron tinha fome.

Olha! – exclamou Aron, o que me fez virar para si. Ele passou o seu dedo cheio de chocolate no meu nariz, fazendo-me protestar.

ARON! – gritei dando-lhe um pequeno empurrão no braço enquanto ele ria.

Desculpa. Vá, toma um lenço. - estendendo já um na minha direção e limpei o meu nariz.

Estávamos ao trabalho de Aron, o que significaria que nos íamos ter que despedir.

Bem parece que vou ter que ficar por aqui. – disse coçando a parte de trás da cabeça. – Tens a certeza de que não queres companhia até casa?

Pela milésima vez, agradeço imenso a amabilidade mas não é preciso. – sorri e despedi-me dele com um pequeno adeus.

Espero que este bocadinho te faça dar uso ao meu número! – gritou o rapaz visto que eu já não estava ao seu lado.

Definitivamente. – murmurei para mim.

Tinha gostado mesmo deste bocadinho que passei com ele, afinal não havia motivo para o tentar afastar naquela noite, mas não tinha como eu saber isso na altura.

(...)

👀

𝐏𝐞𝐫𝐬𝐨𝐧𝐚𝐥𝐢𝐭𝐢𝐞𝐬 - 𝐀𝐫𝐨𝐧 𝐏𝐢𝐩𝐞𝐫Onde histórias criam vida. Descubra agora