Alice
Já com o telemóvel perto do meu ouvido à espera que o moreno atendesse, algo dentro de mim desejava que ele não o fizesse, pois não estava a pensar duas vezes na situação e podia vir a arrepender-me mais tarde.
Estou? – ouvi do outro lado da linha
Hesitei por breves momentos.
Alice, estás bem? – perguntou o moreno.
Já saíste do trabalho? – perguntei trincando o lábio devido ao nervosismo.
Já, mas estás bem chica?
Posso ir ter contigo? – perguntei ignorando a pergunta de Aron.
Claro que sim! Fico aqui no café à tua espera. – dito isto desliguei a chamada.
Fui ao quarto buscar uma sweat e sai.
Ao chegar perto do café, vi Aron a segurar um cigarro entre os seus dedos, contudo este foi apagado assim que o moreno me viu.
Estás bem? – disse abrindo os braços para me abraçar, eu rejeitei.
Desculpa mas se me abraçares eu não irei ser capaz de dizer nem mais uma palavra. – abracei o meu troco e baixei a cabeça, chutando uma pequena pedra.
Eu sei que não me conheces e que não tens grande confiança em mim, mas se precisares podes falar comigo. – disse aproximando-se de mim.
Aron não parecia ver outra forma de confortar sem ser me abraçar e, por isso, estava atrapalhado, o que me fez sorrir um pouco.
Preciso de comer, preciso de ficar um pouco sóbria. – disse olhando atentamente para o moreno vendo o seu estado a mudar.
Não aqui. – disse apontando para o seu local de trabalho. – Vamos a outro sítio. – meteu o braço em volta dos meus ombros.
Caminhámos uns cinco minutos até a um outro café.
O que queres comer? – perguntou olhando para mim cuidadosamente.
Aron, eu não vou começar a chorar como uma Madalena arrependida, não preciso que olhes assim para mim. – ele olhou-me confuso devido à expressão portuguesa. – É uma expressão portuguesa. – ri um pouco. – Respondendo à tua pergunta, quero uma tosta de queijo com sumo de laranja.
Aron fez o meu pedido a um dos empregados do restaurante, aparentemente este chamava-se Omar.
Então, já me vais contar o motivo deste súbdito telefonema? – perguntou com um olhar preocupado.
Suspirei.
O que é que me garante que posso confiar em ti? – perguntei erguendo a sobrancelha.
Penso que o facto de vires ter comigo nesse estado já diz algo. – disse serenamente.
Talvez tenhas razão. – deixei um suspiro escapar dos meus lábios. – Posso contar-te depois de comer? – o rapaz assentiu.
*
Quando acabei de comer, limpei a boca e suspirei, pois o que estava prestes a contar-lhe era algo que me custava bastante a contar a quem quer que fosse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝐏𝐞𝐫𝐬𝐨𝐧𝐚𝐥𝐢𝐭𝐢𝐞𝐬 - 𝐀𝐫𝐨𝐧 𝐏𝐢𝐩𝐞𝐫
Fanfiction"Agarrei-a como se estivesse a segurar o mundo nas minhas mãos, se bem que ela foi o que salvou o meu do abismo." - A.P