Capítulo 11

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Josh estava lendo algumas das informações gerais sobre os Nova Espécie que tinham disponibilizado a ele. Muitas das informações do navio foram recuperadas, pois não tiveram tempo para queimar nem apagar muita coisa. E via muitas informações sobre os Nova Espécie que tinham resgatado.  

Basicamente, aqueles Espécies eram “descarte”, e podiam ser usados como cobaias sem maiores restrições pelos laboratórios remanescentes. Josh agora entendeu porque Hate tinha tanta raiva acumulada. Se o matassem, não seria grande perda, então ele provavelmente sofreu todo o tipo de abusos que se pode imaginar. Inclusive viu algumas imagens desses abusos nos arquivos. Se perguntava como ele não era marcado por cicatrizes, por tantas barbaridades que leu nos arquivos. Se bem que ele é o maior e mais forte Nova Espécie que já tinha visto. Talvez os homens tivessem medo de mais dele para o “manipular” com frequência.

E por pensar nele, o viu entrar na sala logo após Luci. Tentou não demonstrar tanto medo dele, agora que tinha desenvolvido empatia por ele, e forçou um sorriso para o casal.

-Luci, como vai?

-Preocupada.

-Eu entendo. Me desculpe pelo que eu disse mais cedo.

-Tudo bem. Eu também estava irritada.

-Mas você tem razão. Eu deveria ter tentando ver o lado de vocês. Na verdade até agora não entendi, mas respeito – Ambos sorriram, um tanto mais aliviados.

-Nem eu entendi ainda porque me apaixonei tão rápido por esse grandão! – Lhe deu um tapa no traseiro, o fazendo se “assustar”, pois estava concentrado nos itens do laboratório – Mas não tem como não se apaixonar. Ele é incrível – Segurou o rosto de Hate, o beijando.

-Acredito em você Luci, mas não quero ficar de vela!

-Desculpe. Trouxe algumas amostras pra darmos uma olhada.

-Perfeito. Vamos ver. Ei, Hate, coloquei uma lâmina nesse microscópio aí na sua frente, se quiser dar uma olhada – Hate olhou para ele, estranhando seu tom amigável, mesmo que sentisse o cheiro de seu medo. Olhou por aqueles 2 pequenos tubos, vendo formas estranhas se mexendo.

-O que é isso?

-Amostra de água.

-Não... Se mexendo.

-Na maioria são amebas. São as grandes. Os menores são só alguns microorganismos comuns em água de rios e lagos. Nada com o que se preocupar, por enquanto, exceto a salmonelose básica.

-Salmo... O que?

-É o que faz você ter dor de barriga quando come alguma comida contaminada.

-Então são estas coisinhas que fazem isso? Estes seres tão pequenos?

-Acredite. São eles mesmo – Luci sorriu por seu amigo estar tendo paciência para explicar as coisas a Hate.

Deixou as amostras serem avaliadas pelas máquinas e também foi dar uma olhada nos arquivos que Josh estava vendo.

Ficou tão chocada quanto ele por aquelas informações. Hate não tinha raiva, em sí, mas medo. Medo de que alguém o machucasse de novo. Medo do desconhecido, porque não sabia se podia fazer algum mal para ele. Seu território era a sua zona segura, onde nada nem ninguém poderia machuca-lo, e por isso odiava que qualquer um invadisse. Qualquer novo elemento era uma possível ameaça, então logo ele expulsava.

Mas ele precisava mudar isso. Tinha que entender que ele estava seguro agora, e que não precisava mais ter medo.

O ouviu rugir e viu Josh com uma seringa, a jogou longe com a reação dele.

Hate - Novas Espécies (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora