Puderam ver seus olhinhos de topázio com pupilas retangulares quando o pequeno abriu os olhos pela primeira vez. Viu os rostos sorridentes de seus pais, transbordando de amor. No entanto tinha acabado de chegar ao mundo para poder compreender tais sentimentos, e a curiosidade ainda não fazia parte dele, então resolveu apenas voltar a dormir.
Hate viu aquela coisinha pequena e gorduchinha bocejar, mostrando os primeiros indícios de presinhas que estavam logo ali abaixo da gengiva rosada, esperando o momento certo para saltar para fora. Depois coçou os olhos, idênticos aos dele (agradeceu por sua sogra ter feito luvinhas bem grossas para prevenir que arranhasse os próprios olhos com as unhas afiadas), se esfregando contra o seu peito forte para aproveitar mais de seu calor, adormecendo tão rápido quanto um piscar de olhos. Afundou o nariz em seu cabelinho, tão preto quanto o de sua mãe, registrando seu cheirinho na mente. Ele era perfeito! Não se lembrava de um momento em que esteve mais feliz. Virou o rosto para também cheirar os cabelos de sua esposa, mãe de seu filhote, e amor de sua vida. Estava aconchegada em seu outro braço, também sonolenta, depois de ter dado a luz ao fruto do amor dos dois.
Foi um parto Cesária, como Luci vinha exigindo dos médicos a 4 meses, ameaçando abrir a própria barriga e fazer uma cirurgia em si mesma. Se negou a empurrar seu filho por um buraco tão pequeno que, segundo ela, era para acomodar 23 cm e não para passar 4,5 kg. Se bem que seu filhote tinha nascido um pouco mais pesado que isso, e ficou ainda mais feliz por ter escolhido a cirurgia.
Mas agora precisava repousar! Thunder, o nome que tinham escolhido juntos para o filhote, já estava com a barriga bem cheia depois da primeira mamada, e provavelmente demoraria boas horas para acordar de novo, então Luci teria tempo para dormir tranquilamente. Hate trouxe o cesto que tinham feito de berço (ideia dele mesmo) para perto, colocando seu filhote ali. Permaneceu dormindo pacificamente, enquanto foi coberto e colocado no criado mudo ao lado da cama. Abraçou Luci com cuidado, sentindo-a se aconchegar contra o seu corpo, lhe dando um beijo no pescoço, quando repousou o rosto ali.
-Te amo, grandão.
-Te amo, pequena – Lhe beijou o topo da cabeça – Obrigado por me dar esse presente.
-É a prova do meu amor por você – A sentiu esfregar o rosto em seu corpo.
-Já me prova de várias formas que me ama.
-Mas eu precisava de uma mais convincente – O fez rir, lhe dando um beijo apaixonado, que a fez reagir de várias formas. Sentiu o cheiro de sua excitação, mas sabia muito bem que não deveriam fazer isso. Ainda mais em um hospital, e com ela estando se recuperando de uma cirurgia.
-Luci...
-O que? Isso não vai descosturar minha pele.
-Mas pode.
-Não vai.
-Depois que você se recuperar.
-Eu estou sentindo você, sabia?! – Apalpou seu pau, o sentindo tão firme quanto poderia ficar, o fazendo dar um pulo.
-Não faz isso.
-Rapidinho...
-Não! – Ouviram a porta abrir, paralisando e a encarando.
Ela se abriu, mas não viram ninguém entrar.Sentiram alguém puxar os cobertores. Flake tinha aprendido não só a engatinhar, como a escalar, e já era tão curioso quanto qualquer pequeno felino. Escalou a cama, passou por cima dos padrinhos e foi parar em cima da cesta de Thunder, precisando ser segurado por Hate para não virar o cesto nem cair da cama.
O pequeno se enfiou dentro do cesto para cheirar seu novo amigo, querendo saber o que era aquela coisinha gorducha tão pequena quanto ele. Thunder acordou com os movimentos, olhando para os olhos azuis de Flake, abraçando sua cabeça para poder ver suas orelhas. O filhote resmungou quando foi mordido, embora Thunder ainda não tivesse dentes.
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Hate - Novas Espécies (Livro 1)
Fanfic-O que é isso que você está fazendo? -Fazendo? -Na minha cabeça. Isso é bom. -Ah sim. Isso se chama carinho. Você gosta disso? -Sim. Continue fazendo. -Pode deixar - Sorriu. Hate ficou intrigado com aquilo. Ninguém nunca havia lhe mostrado os d...