Capítulo 21

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-Luci... Pss... Luci... – Josh a estendeu um cabo de vassoura para a cutucar, tentando acorda-la sem acordar Hate. Já era manhã, mas sabia que ninguém tinha dormido direito pelo incidente da noite anterior. A cutucou, mas sua amiga não se mexeu – Acorda mulher!!! – Sussurrava.

-Francamente... Só vá lá chama-la! – Um homem mais velho entrou, indo acorda-la.

Tomou um bruto susto quando Hate quase agarrou seu pulso. Tentou não demonstrar o quanto ficou intimidado com o olhar de Hate sobre ele, lhe mostrando os dentes e rosnando como um urso.

-Por isso que eu não fui, senhor Armastrong.

-Ela tá dormindo! Calem a boca!

-Luci Armstrong Walrayder! – O homem disse firme, fazendo ela acordar e Hate se levantar irritado. Involuntariamente ele se afastou, o suficiente para que Hate fechasse a cortina da sala.

-Hum? – Luci levanta confusa, ainda muito sonolenta. Qualquer um teria rido de seu cabelo completamente despenteado, cujo uma mecha inclusive estava dentro de sua boca, mas não seu grandão. A achava adorável pela manhã. Inclusive foi o que amenizou sua expressão. Se sentou ao seu lado, a puxando para perto de seu corpo, passando a mão por seus cabelos, os arrumando um pouco.

-Volte a dormir pequena. Está tudo bem – O homem voltou a abrir a cortina.

-Luci...

-Pai? – Hate novamente se levantou irritado, mas Luci se colocou a sua frente – Calma grandão. Este é o meu pai – Viu a expressão de Hate se transformar, rosnando tanto que viu seu peito vibrar, vendo seus músculos ficarem tão tensos que deixou suas veias mais que aparentes – Grandão, não! – Avançou sobre o homem, que se desviou de seu soco grassas aos seus reflexos treinados em 30 anos servindo os fuzileiros exército americano. E conseguiu também se desviar do segundo soco, e do terceiro – Hate, para! – Luci segurou seu braço, dando tempo de distração o suficiente para que o homem conseguisse correr para fora da ala médica.

-Ele não vai tirar você de mim! – A afastou um pouco dele, apenas para que pudesse correr para fora, atrás do homem.

Todos o ouviram rugir, insano de raiva, perseguindo o humano que, se não tivesse preparo físico, seria alcançado em dois tempos. Se Hate o alcançasse, iria o estraçalhar sem dúvida. Todos os seguranças da reserva sabiam disso. E sabiam também que imensa confusão seria se Hate matasse um homem que estava ali apenas para visitar a filha. Então, por mais que tivessem medo dele, todos foram para cima de Hate, tentando o imobilizar. Sem sucesso. Hate era um legítimo touro, e nada ficaria no seu caminho! Praticamente passou por cima de seus irmãos Espécie, determinado a alcançar o pai de Luci. O jogaria por cima dos muros da reserva se necessário, mas o deixaria longe dela! Ninguém iria leva-la para longe dele!

Estava quase o alcançando quando sentiu uma pancada forte na coluna, que o fez cair de joelhos, por reflexo de seu próprio corpo. Tentou se erguer, mas foi completamente cercado pelos seguranças, da reserva e de Homerland, que o imobilizaram de todas as formas, pelos braços e pelas pernas, e até o imobilizando pela boca com um cassetete para que não pudesse morder, o mantendo preso no chão, ainda amontoados por cima dele para o ganhar com peso caso soltasse algum de seus membros. Viu o homem ser colocado dentro de um dos SUV, e levado para longe dele. Rosnou frustrado, enojado com a ideia de que seus próprios semelhantes estivessem protegendo aquele homem. Tentava por tudo soltar um de seus braços.

-PARA GRANDÃO! – Viu Luci aparecer em seu campo de visão, o acalmando um pouco – Vai deslocar seu braço se continuar forçando assim! Pare de se debater! – Tentou falar, mas o cassetete o impedia – Hate, por Deus... Eu disse a você que ninguém iria me afastar de você! Nem mesmo meu pai! Não importa se ele veio até aqui! Eu não iria com ele! E com certeza ele não me forçaria para dentro de um carro – Novamente tentou falar – Vamos, saia de cima do rosto dele! – Empurrou o Nova Espécie que segurava o cassetete, também lhe dando a liberdade de erguer a cabeça – Sei que ficou com medo grandão, mas ele ainda é meu pai, e eu também amo ele. Chegou a pensar como eu ficaria se você o machucasse?

Hate - Novas Espécies (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora