Hate - Novas Espécies (Livro 1)

Capítulo 41

(Na capa pra vcs, uma foto do Jack)

Os machos dentro da gaiola viraram a cabeça nervosamente, tentando encontrar de onde vinha o som de vozes. Seja lá a multidão que estivesse lá fora, estavam empolgados com algo.

Os felinos começavam a andar de um lado a outro nas gaiolas, enquanto os caninos rosnavam e ganiam para qualquer coisa que se aproximava. Os únicos 2 primatas que estavam ali dentro, além de Ascension, se agarravam com força nas grades, chutando e gritando. Eles eram quase tão grandes quanto Valiant e Hate. Com certeza misturados a gorilas. Outra prova disso é que tinham uma "mancha" nas costas - como o gorilas da floresta do Congo: os costas prateadas. Sua pele parecia mais clara ali, embora todos ali das gaiolas tivessem a pele bem clara, pois nunca sentiram a luz do Sol, se não por dentro de um container; enquanto os que já foram libertos, antes de Hate e Snow, tiveram que ficar em algum lugar no deserto, o que fez suas peles dourarem com um bronzeado. Tiger, Valiant e Ascension tentavam manter a calma, embora soubessem que os demais estavam tão agitados porque teriam lutas esta noite.

Um homem na casa dos 30 se aproximou da gaiola pelo lado de fora, não se importando com os rosnados e rugidos que recebeu. Olhava atentamente uma prancheta. Outros 2 homens jogaram água com uma mangueira de incêndio na cara dos que estavam mais agitados. Depois lhe mostraram um bastão de choque, o que os fez ficar mais quietos, embora ainda rosnassem. Sabiam que água e choque era uma péssima combinação para os seus corpos.

-Como disse que se chamava mesmo? - O que estava com a prancheta perguntou, apontando para Valiant.

-E o que te importa?

-Tudo bem. Vou te chamar de "sanguinário". Combina com o seu cabelo. Tiger até que é um bom nome para o bonitão. E o macaco...

-Kong - Um dos que segurava a mangueira sugere, depois os 3 riram da própria "piada".

-Boa ideia!

-Meu nome é Valiant - Rugiu, ao lhe responder.

-Isso não assusta. Vai ser Sanguinário. Demônio, irá para a gaiola do jeito fácil ou do difícil? - Hate soltou seu resmungo de urso, olhando para os amigos. Eles confirmaram com a cabeça, sabendo que seus objetivos eram tentar pegar um telefone. Foi até a gaiola, rugindo para avisar os guardas que estava colaborando, então, que mantivessem aqueles bastões longe dele - Bom garoto. Você vai para a outra, Sanguinário!

-VALIANT! - Rugiu novamente para o homem, e recebeu um jato bem potente de água em seu rosto, que o fez cair sentado e ficar tonto por ter se afogado.

-Para a gaiola! - O homem encostou o bastão na água, e não só ele, como vários outros receberam a descarga - Agora! Quer outro choque? - Cambaleou até lá. Ele e Hate trocaram olhares. Isso seria perfeito! Eles tinham um plano, e eram os mais fortes dali. Só precisariam fingir tempo o suficiente.

As gaiolas foram empurradas por trilhos automáticos, passando pela primeira porta, que dava para um corredor de uns 5 metros de cumprimento com vidro dos 2 lados, onde algumas pessoas usando roupas sociais, e alguns com fardas sociais de diversos países, os observavam. Valiant e Hate rugiram para aquelas pessoas. Malditos humanos que nos veem como mercadoria! Não passam de lixos que andam! - Logo passaram por outra porta, parando ali entre a porta que se fechou atrás deles e outra que se abriu a frente deles em uma sala bem iluminada. O cheiro de morte invadiu o nariz de Valiant, o que o deixou agitado. As grades se abriram. Hate saiu primeiro, correndo para as grades mais fortes e mais bem protegidas que ficavam na parte de baixo, onde os apostadores ficavam. Ali estavam humanos ricos o bastante para pagarem para assistir a um show de horrores ao vivo, enquanto os que ficavam atrás do espelho o qual Snow tinha falado, estavam compradores. Hate rodeou a área das lutas, assustando, mas também empolgando todos os apostadores. Parou de súbito ao sentir o cheiro de Luci. Olhou atentamente por entre as grades. Um homem de cabelos loiros e olhos acinzentados estava entre os apostadores, usando uma camisa com estampa de um urso, e um cachecol amarelo com uma runa de proteção bordado nele, que sabia que era de Luci. Ela adorava aquele cachecol, pois sua avó que tinha tricotado para ela.