Capítulo 15

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Já de volta na floresta, Hate ficou incomodado com a quantidade de cheiro de outros machos próximos ao seu território. Provavelmente curiosos com o cheiro de uma mulher na floresta. Mas todos tinham medo demais dele para se atrever a entrar. Se esfregou nas árvores e urinou em torno de suas terras, sempre mantendo sua Luci por perto, para ter certeza que nenhum deles chegaria perto dela. E ao final rugiu em alto e bom som, se esfregando nela também, mostrando a todos que era sua, pois sabia que alguns de seus vizinhos estariam olhando. Não deixaria nenhum outro macho chegar perto de sua fêmea, se não Snow e Justice, que eram os únicos de quem não desconfiava. Também não desconfiava de Valiant, pois ele já tinha sua fêmea, mas também não a queria perto dele. Preferia apenas que sua Luci ficasse ao alcance de seus carinhos e proteção. Luci também preferia assim; não por medo dos outros Espécies, não tinha nenhum medo deles, embora soubesse que eles tinham a força de um gorila, mas porque adorava a companhia de seu macho, além de assim ter certeza que não arranjaria brigas.

Ela adorava o ouvir rugir! Não gostava do motivo, pois ele rugia quando estava nervoso, mas o som grave e potente somado a suas presas afiadas a mostra, apenas a lembrava de seu poder natural. Seus músculos tão lindamente desenhados e volumosos em todas as partes do corpo, destacados por sua pele branca como dos arianos mais puros, os cabelos longos e incrivelmente brilhantes de fios grossos, e principalmente seus olhos estranhos. Aquelas pupilas retangulares realmente assustavam um despreparado, parecendo um pesadelo vivo saído de um filme de terror, pronto para arrasta-lo ao inferno, ainda mais com seu olhar reforçado a “deformação” em seu rosto, que o fazia parecer sempre irritado. Mas tal peculiaridade apenas fascinava a Luci. Adorava aqueles olhos estranhos. Conseguia ver o amor neles por trás da carranca involuntária.

-O que foi? – Não notou o quanto o encarava.

-Só admirando você – Ele sorriu com o olhar dela.

-Admirando o que?

-Tudo isso! – Ressaltou bem suas palavras apontando para ele como um todo – Se soubesse o quanto sou gamada em você grandão... – Passou as mãos por seu peito até subir pelo seu pescoço e acariciar seu rosto. Hate fechou os olhos, suspirando um grunhido animalesco. Como adorava os carinhos dela... - Vamos lá meu lindo. Vou te ensinar como se usa esse negócio – Pegou um dos pacotes de camisinhas. Hate tinha pego vários! Se perguntou por quantos meses ele pretendia se trancar em casa com ela.

-Podemos fazer isso aqui mesmo.

-Como? – Corou violentamente com sua insinuação, vendo seu olhar interesseiro, já enlaçando sua cintura e começando com os beijos que a rendiam tanto. Teve que lutar por alguns segundos com o seu desejo para conseguir afasta-lo o suficiente para conseguir falar – Não podemos fazer isso aqui fora grandão! Podem nos ver!

-E daí?

-Como “e daí”?!

-Já sabem que você é minha fêmea. Não seria surpresa que eu montasse você.

-É. Realmente.

-Pois então... – Voltou a aproximar seus lábios, mas foi interrompido pelo indicador de sua pequena, a fazendo rir quando ele mordeu sua mão, sem força para a machucar.  

-Grandão, fêmeas humanas gostam de privacidade. Um lugar sossegado onde não podem nos interromper. Onde só temos um ao outro – O deixou saborear seus lábios mais um pouco - É... Constrangedor pensar que tenha alguém nos observando num momento tão íntimo.

-Por que? Tem vergonha?

-Não vergonha. É... Cultural, posso dizer. Nos ensinam desde pequenos que um casal tem que manter essas coisas apenas um para o outro – Viu seu olhar pensativo – Jamais se atreva a pensar que tenho vergonha de ser vista com você, seu ursão – Sorriu com a preocupação de Luci.

Hate - Novas Espécies (Livro 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora