Após deixar minha pequena no orfanato, ligo para as pessoas que me abandonaram em um apartamento sozinho e Ana atende o telefone de Carlos.
- Onde estão?
- Estou em casa e tem quatro Segurança aqui. Carlos e Isabella foram deixar algumas coisas na igreja. E você?
- Deixei Mel no orfanato agora e estou caminhando para sua casa.
Seria a oportunidade perfeita de eu me aconselhar com Ana.
- Oi. - ela diz rindo ao abrir a porta ainda com o telefone na mão.
- Tão bom que está só. - segurando seu braço e a conduzindo para dentro. - Estou desesperado. - Assumo.
- Que houve?
- Eu tentei beijar Isabella num impulso, mas não chegou a ser um beijo, encostei os lábios apenas e ela reagiu tão diferente do que eu estou acostumado. - digo e ela segura minhas duas mãos antes de falar me passando calma.
- No nosso meio as coisas são diferentes de como você vive. Acredito que ela goste de você como você gosta dela, mas precisa entender que ela é diferente.- diz bem tranquila e eu me sinto culpado.
- Acho que sou um erro na vida dela.
- Não Tony. Ela é a sua melhor escolha. Uma moça séria, compromissada e que te ama.
- Mas está me evitando. Que faço?
- Conquiste a confiança dela. Nada de beijos, mão boba, palavras vulgar. Deve ser o melhor amigo. No tempo certo estarão juntos. Você está acostumado a fazer como o mundo faz o famoso "ficar" onde no dia seguinte nem lembra o nome da pessoa. Nós não temos namoros, temos preparação para o casamento. Um relacionamento sério e duradouro. Com Cristo sendo o alicerce. - ela sorri para mim e fico me sentindo melhor. Mas ainda tem um probleminha.
- Eu quero ser do seu mundo. Quero ser de Cristo, mas como fazer isso sem ela achar que foi por ela?
- Aceite Jesus e tente não falar em relacionamento com ela por um tempo. Ela vai se aproximar de você eu tenho certeza. Mas me diga o que te levou querer Jesus?
- Na carta fala algo sobre isso, só não sabia como fazer até ir na igreja aquele dia. Um dia antes eu havia comprado uma Bíblia e leio, mas não entendo.
- Normal acontecer isso. Pode ir para o grupo de jovens nos sábados.
- Claro. Mas pode ser segredo entre nós dois?
- Pode meu amigo.
Ainda estávamos falando quando os dois entram e começam a contar o que houve na igreja e percebo que Isabella me evita, resolvo dar um tempo a ela.
- Aproveitando que estamos reunidos eu quero saber de Carlos se posso mandar construir a casa da praia. Pensei fazer um andar para as mulheres e um para os homens.
- E minha casa?
- Se permitir iria transformar em uma escola e faculdade. Ajudaria o orfanato e os jovens do bairro.
Vejo todos se entreolhar e Carlos rompe o silêncio: - Por mim tudo bem. Pode fazer o que quiser no terreno.
- Acho que chegou a hora da casa de dona Margarida servir pra ajudar.
Vejo a preocupação em Isa e me apresso: - Lembrando que com excessão do casal aí, seremos como irmãos na casa. Inclusive respeitando os territórios. - Vejo eles concordarem e olhar para Isabella.
- Eu não tenho escolha. Se não morar com vocês o que será de mim?
- Nunca mais estará só amiga. Somos uma família de quatro agora.
- Cinco. - corrijo ganhando a atenção de todos. - Vou adotar a Mel.
- Como pai solteiro?
- Sim meu amigo. Só não quero ver ela triste como hoje quando a deixei. Na nossa casa teremos as meninas para ajudar.
- Acha que consegue a guarda?
- Não sei senhorita Isabella.
- Isa. Me chame assim já que somos família. - ela diz ficando tímida e eu sorrio de alegria.
- Vamos tentar. Se não conseguir você casa e adota. - Ana diz.
- Acha que encontro esposa na feira é? Não me casarei com qualquer uma. Quero uma especial. - olho de soslaio para Isa que está com um meio sorriso escondido. Acho que gosto dela mais que desconfiava.
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Fortes Ondas
SpiritualUm órfão, que da noite para o dia recebe uma grande herança e junto com ela uma missão, ele enfrentará muitas lutas para cumprir a sua missão, mas permanecerá fiel a promessa que fez ao ler a carta. No percurso ele conhece a Deus e se converte ao cr...