Capítulo 13

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Quando Ana veio ficamos olhando como o garoto gostou dela instantâneamente. Olhe para a casa velha e vi o local perfeito para os pais de Camila morar e servir de faculdade. Mas algo na casa estava errado. Mandei uma mensagem para os Seguranças que estavam mais na frente e sem levantar suspeita eles invadiram a casa.

- O que houve? - Ana pergunta protegendo o nenê em seu colo.

- Vá com o Carlos para casa, pensei ter visto um vulto dentro da casa. - digo e passo a mão na cabeça do garoto.

Quando os seguranças saem de dentro da casa eu os vejo carregar uma garota de mais ou menos quinze anos, ela está assustada e não demonstra ser mendingo.

- Só tinha a garota na casa chefe. - Giovanni diz e eu olho para a menina assustada.

- Vou mandar lhe soltar, promete não correr? Não vamos lhe machucar, só quero que responda umas perguntas. - ela me olha e confirma. Mando soltar ela que estira lingua para o segurança e me dá vontade de rir. - O que você é do bebê na caixa?

- Não sou nada. Também não o roubei. Só tentei salvar ele. - ela diz preocupada.

- Tudo bem. Quero ajudar a criança, pode me contar tudo que sabe?

- Eu moro no morro do Flamengo. Vinha da escola uma vez e ouvi um choro dentro do mato. Era ele, ainda sujo de sangue do parto. Como moro só com meu pai que vive mais bêbado que bom e um irmão errado que nunca para em casa, levei ele comigo. Só nunca tive roupa para dar a ele, mas ele tomava mamadeira e eu cuidava dele bem direitinho. Mas antes de ontem meu irmão o descobriu, depois de cinco meses e ninguém o tinha visto. Porque eu não deixava. - ela funga. - Ele queria vender o garoto para pagar dívida de drogas. Eu não pensei duas vezes fugi, peguei o dinheiro do bolso de meu pai que tomava banho e peguei o primeiro ônibus.

- Está por aqui desde ontem?

- Sim. Quando foi hoje eu soube do orfanato e vinha colocar ele aqui na porta, mas vocês iam saindo e tive que correr para me esconder. Mas não deu tempo. - ela abaixa a cabeça.

- Como se chama?

- Rose. Vai me entregar a meu irmão? Ele vai me matar.

- Vamos para casa comer, vou ver como agir. Preciso pensar. - pego sua mão e ela se deixa levar para a casa de Ana.

- Quem é?

- Carlos, está é Rose e foi ela quem trouxe o bebê.

- Como ele se chama? - Ana pergunta com o bebê dormindo em seu colo.

- Não sei, gosto de chamar ele de Pietro mas ele chora quando chamo. - Rose diz se aproximando e ficando perto do bebê.

- Talvez o choro seja de outra coisa. - Carlos diz. - Pietro é bonito.

- Ana por favor alimente nossa amiga.

Seguimos todos para a cozinha e quem serviu Rose foi Carlos pois Ana não soltava o bebê. Contei a meus amigos a história de Rose e da criança e todos ficaram boquiabertos.

- Você quer ficar morando com agente? - Ana pergunta. - E o bebê eu queria ficar. - ela diz olhando para mim.

- Sem estar casada ainda? - Carlos pergunta.

- O meu marido aceitará que eu já tenha filho. - ela diz galante e eu sorrio.

A criança acorda e já está vestindo uma roupa que um dos seguranças foi comprar a meu pedido. Pego ele no colo e é um garoto gracioso. Não demora muito e Isa chega com Mel que cai de amores pelo menino assim como eu.

- Liguei para o advogado. Ele disse que a criança nunca foi registrada então fica fácil registrar no seu nome Ana. Mas com a nova lei tem que ter um pai.

- Eu. - Carlos diz rápido. - Se vai casar comigo o garoto será meu filho.

- Já em relação a Rose, o problema é maior. Ela tem pai ainda e um irmão de maior. Mas vou ver como agir e por enquanto ela fica aqui. - digo e as meninas confirmam.

Saio da casa das meninas sem querer dizer a Rose que seu irmão está preso por ter matado o pai. Ela vai ficar conosco até eu conseguir a guarda definitiva dela. Passo na obra e vejo o andamento, mais que nunca precisamos dessa casa pronta. Meu telefone toca quando estou olhando com o engenheiro a planta e atendo sem ver quem é.

- Senhor é a Isabella. - meu coração acelera e não respondo. - Estou pensando em comprar umas roupas para Rose e algumas coisas que as duas crianças estão precisando.

- Vamos ao shopping?

- Eu ia perguntar se poderia ir com Davi.

- Prefere ir com ele que comigo? - pergunto magoado.

- N.não é que já havia saído e...

- Estou na obra olhando a nossa casa, mas se preferir ir sem mim vá.

- Estarei pronta em cinco minutos e não se atrase. - ela diz encerrando a chamada.

Olho para o engenheiro, acerto a data de receber a casa pronta e corro para lá. Meu coração acelerado dela ter me escolhido. Eu não sei como seria se ela tivesse dito que iria com um estranho do que comigo.

- Pronta? - pergunto quando a vejo esperando no portão.

- Sim. Esperei aqui para as crianças não me ver sair. - se justifica e abri a porta para ela.

Seguimos nosso caminho em silêncio até que ela perguntou.

- Onde estava ontem a noite? Eu achei estranho Carlos ter lhe ligado e ter dado desligado. - diz constrangida.

- Estava na reunião do grupo de jovens. É aos sábados, mas essa semana foi ontem.

- Grupo de jovens?

- Sim estou indo para os estudos, Ana também me apresentou umas pessoas legais por lá e tenho gostado.

- Aceitou Jesus?

- Sim.

- Quando?

- Tem uns dias já. - digo tentando responder a ela com a verdade.

- Não me disse.

- Desculpa, achei que não precisava. - digo e vejo ela bufar.

- As pessoas são rapazes?

- Ambos os sexos. Deveria ir qualquer dia eles são legais.

- Antony e nós dois como faremos? Porque eu não consigo esquecer o que aconteceu.

- Eu também não. Mas estou querendo fazer as coisas de uma outra maneira. Um dia se for a vontade de Deus voltamos a falar nisso tudo bem?

- Amigos?

- Amigos. - digo e vejo decepção nela. Tenho que ser forte para não voltar atrás e lhe pedir em namoro.

Nosso início de noite no shopping foi legal. Ajudei a ela com as compras e acabamos comprando alguns móveis para a casa nova. Contei sobre o pai de Rose e ela concordou comigo em adotar a menina também. Lanchamos e voltamos pra perto de minha família.

Fortes OndasOnde histórias criam vida. Descubra agora