O sábado chegou iluminado por um lindo sol, vou para o orfanato ajudar a transportar as crianças até a festa, aluguei uma minivan para que fossem em seguranças, mesmo o trajeto sendo pequeno eu não arriscaria elas se perder ou serem atropeladas, Camila tem feito um trabalho maravilhoso e essa semana ainda os pais dela chegarão para morar na casa que está sendo reformada e quando nós nos mudarmos eles passam para a casa de Ana, vou demolir a outra para fazer a universidade.
Não vou poder ficar, mas voltarei para o almoço, mas também não poderia deixar de ir lá um pouco, ontem eu combinei com uma das irmãs que não sei o nome que lhe ajudaria na barraca de lanches e vou cumprir minha palavra, todos na igreja estão me acolhendo bem, apoiando minha família e nos dando espaço para fazer a decisão certa no tempo que quisermos, de nós só falta se converter a Rose, essa anda muito cabisbaixa e triste, mas acho que é por causa do pai, sem querer ela descobriu o que houve.
- Não tinha uma reunião? Isabella foi cedo pro escritório por causa disso. - Carlos diz ao me ver no orfanato.
- Tenho sim, vim ver como estava as coisas e já vou para lá.
Beijo meu sobrinho e Rose e pego minha pequena no braço que está radiante com a festa que haverá, ela não sabe que vai ter parque e brincadeiras, pensa só que terá muita coisa gostosa para comer. Entro no carro e sigo para o escritório, lá sou ignorado por Isa e acho estranho, ontem ela estava tão amena, talvez fosse para eu me controlar que estava nervoso.
- Ufa! Pensei que nunca terminaríamos. - digo para ela que sorri. - Ansioso para ir para igreja, porque aquela irmã que mora na rua da igreja uma magrinha me convidou a ajudar na barraca de lanches. - digo e ela muda a expressão.
- Você irá ajudar ela?
- Vou sim, a barraca de brinquedos já tem muita mão de obra, não vi nada errado não ajudar. - Ela pega os papéis com certa brutalidade e sai sem me dar atenção. Quem dera isso fosse ciúmes, mas não sei o que é, essa mulher é muito difícil de decifrar.
Já na igreja eu cheguei bem na hora de ajudar, não lembrei de tirar o terno e deixar no carro então vai com terno mesmo, estamos servindo hamburgues e suco para as crianças, é divertido e a irmã Ludimila é muito alegre.
- Hora de nós dois comermos. - ela diz mostrando os dois sanduíches e batatas fritas, sorrio e aceito, sentamos numa das mesas montadas na entrada e começamos a comer, só não tem como não rir das histórias que ela conta.
Após o lanche, ajudo a irmã a organizar tudo e recebo uma mensagem do celular que ao ler meu sorriso se alarga, era o Carlos dizendo que eu desse uma olhada na cara de Isa, diz ele que ela está com ciúmes por eu estar me divertindo com Ludimila. Ao olhar vejo ela e Ana olhando em minha direção e a cara dela é a mesma do escritório, sorrio e volto a minha atividade de ajudar na barraca, resolvo não ligar, vai que depois não era ciúmes e eu quem sofra, deixa Deus trabalhar será a melhor forma.
- Vamos? - Ludimila pergunta e eu a olho interrogativo. - O culto irá começar em breve e guardei um lugar para você.
- Eu ia sentar com o pessoal. - digo envergonhado.
- Tudo bem, qual das duas é irmã sua? - ela pergunta apontando as duas meninas indo em direção ao templo.
- Nenhuma. A ruiva é minha cunhada e a outra eu ainda vou saber um dia o que ela é. - sorrio e ela sorri também. - Vou sentar com você.
Saímos e sentamos em lugares opostos aos que minha família estava, Isa continuava com aquela cara de quem iria matar alguém e eu não conseguia esconder a esperança de que realmente fosse ciúmes.
- Você gosta dela não é?
- Da Isabella?
- Sim, passou o dia todo olhando na direção dela. Quando o culto começar se concentre em Deus pelo menos.
- Pode deixar. Acha que sou correspondido?
- Bom, eu não sei, mas acho que ela não gostou de ter passado o dia me ajudando. Mas eu amei, você é divertido apesar de aparentar ser sério e mandão.
- Já me chamaram de mandão. - olhei para ela e nossos olhos se encontraram eu acenei e ela fingiu não ver.
- Dê um tempo, ela vai descobrir que também gosta de você, não deixe de ser meu amigo por ela sentir ciúmes.
- Não deixarei e não acredito nesse ciúmes que você e Carlos vê.
Após o culto, levamos as crianças para o orfanato e fui deixar minha companheira de trabalho em casa, me despedi e ela prometeu orar por mim e pela minha causa, eu estava na verdade orando para Deus fazer da maneira Dele que sei que é perfeita, mas se ela quer orar da maneira que disse não iria impedir.
- Oi família. - digo e Isabella levanta e vai para a cozinha. - O que deu nela?
- Você ainda pergunta? - Ana diz emburrada. - Passou a tarde toda e metade da noite com a irmã e não veio na nossa barraca um só minuto. - ela diz magoada.
- Isa e Ana estão com ciúmes irmão. - ele dá de ombros.
- Gente desculpa, teve muito trabalho lá e ela havia guardado nossos lugares no culto, tive também que a deixar em casa. - Isabella volta da cozinha com um copo na mão.
- Resumindo você está desesperado em arranjar uma mulher para cumprir a tal carta e como não conseguiu comigo vai tentar a magrela. - ela diz mal humorada.
- Não estou desesperado por nada. Não estou procurando esposa, quis me aproximar de você por... por... Quer saber? Pense o que quiser. - saio batendo a porta e indo embora pro meu apartamento. Não iria dizer a ela que a amo, ela não merece saber disso agora.
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Fortes Ondas
EspiritualUm órfão, que da noite para o dia recebe uma grande herança e junto com ela uma missão, ele enfrentará muitas lutas para cumprir a sua missão, mas permanecerá fiel a promessa que fez ao ler a carta. No percurso ele conhece a Deus e se converte ao cr...