Saio de Santa Cruz com o semblante de sofrimento de Isa na mente, não consigo esquecer as palavras de mamãe antes do infarte pedindo que eu cuidasse dela, que era como uma irmã para mim, na máfia nós temos um juramento de cuidar um dos outros e de zelar por nossa família como se fosse ouro. Gosto daquela loira baixinha e do jeito marrento dela, nunca pensei que esse gostar fosse como o de uma irmã, no começo até me confundi e ande perturbando ela com insinuações.
- Doutor Luis Gama. - o advogado que o tal pastor da igreja me deu o número atende se identificando.
- Bom dia doutor eu me chamo Geon e sou o chefe da organização da Rocinha, não estou ligando para me entregar pelo que faço, mas para lhe ajudar no caso do engravatado do Antony Alencar.
- O que sabe desse caso?
- Sei de tudo e vou lhe ajudar, inclusive lhe dando provas, só precisa esperar um pouco. - digo e ele faz uma pergunta que não sei qual, pois desliguei. Ligo para meu soldado no quartel e confirmo que estão com o babaca do Giovanni, peço para irem atrás do tal do Theo que soube pelo pastor o envolvimento dele e volto para pegar minha irmã e sua família nova para deixar sãos e salvos na Rocinha até tudo se regularizar.
Chego no bairro em alta velocidade sendo seguido por doze motos dos meus soldados e tem mais quatro dentro da van comigo, estaciono na esquina da casa e os motoqueiros na outra esquina e vamos a pé até a casa que deixei a baixinha mais cedo. Bato e não recebo resposta, claro eles estão reféns e essa é a prova, coloco a porta para dentro e meus soldados já estão entrando pela outra porta e dois pelas janelas, os quatro homens que guardavam os reféns tentam se defender de mim e são surpreendidos pelos meus compassas. Amarramos os quatro e amordaçamos para não ouvir lamentos e jogo eles dentro da kombi que mandei estacionar na frente do orfanato.
- Porque voltou? - Isa fala brava comigo, acredito que ela pensa que eu a entreguei a eles novamente. - Não precisava...
- Cala a boca Isa. - digo e ela ia falar quando o cara com ela fala...
_ Não vê que ele veio a mando de Deus? Deus o usou para nos soltar? - dou uma risada da frase dele, não me imagino Deus me usando para nada, mas tudo bem eu divido o crédito.
- Eu havia me soltado de lá e ele me trouxe até aqui. - ela diz passando as mãos nos pulsos vermelhos.
- Eu não sabia tá legal? Ou melhor não tinha certeza, deixei você aqui e gente minha vigiando, quando perceberam a situação me ligaram e voltei.
- Porque? - ela insiste nessa pergunta.
- Isa minha mãe está em coma e antes de passar mal me fez prometer que cuidaria de minha irmã, a única pessoa que minha mãe chama de filha é você então acha que deixaria você aqui para ser morta? - falo abrindo a porta e mandando eles passar.
- Onde vamos? - O senhor fala.
- Vão para minha fortaleza até que seja seguro voltar para casa de vocês, não se preocupem que não acontecerá nada com vocês lá.
- Posso pegar meu filho? - O grandão pergunta.
- Onde?
- No orfanato, deixamos ele lá para não correr perigo.
- Vá, estão trazendo a van e vamos todos juntos. - fico olhando ele confirmar e atravessar a rua para ir pegar um bebê lindo que vem alisando o rosto dele e falando coisa com coisa.
- Vai mesmo nos manter seguros? - ela pergunta baixinho. - Me preocupo com as crianças. - olha para a loirinha no colo da outra mulher.
- Eu nunca faria mal a você e nem a ninguém seu.
- Podemos ir. - o homem fala entregando o filho para a esposa eu acho. - Ele está feliz. - comenta olhando Isa.
- E o Antony? - a adolescente pergunta e é a minha vez de ficar com um nó.
- Vou ajudar ele voltar para vocês. - olho para Isa eu sei que ela ama esse cara e vou tirar ele da prisão para ela. Ser chefe de máfia tinha suas vantagens.
Subimos para a Rocinha todos apreensivos e quando entraram na minha casa que Isa já conhecia, ordenei que organizassem quartos para todos e olhando para Isa disse:
- Minha mãe está naquele comodo. - aponto a porta que daria para o quarto que mandei montar para dar conforto a minha mãe. Ela assente e vai até a porta e entra. - Vão tomar banho e descansar vou mandar fazer comida, serão como de casa. Estão livres e nada irá lhes acontecer de ruim aqui, só não podem estar andando pelas ruas só sem eu saber tudo bem? Por questão de segurança caso eu esteja sendo vigiado. - todos confirmam e vou até onde mamãe está.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Fortes Ondas
SpiritualUm órfão, que da noite para o dia recebe uma grande herança e junto com ela uma missão, ele enfrentará muitas lutas para cumprir a sua missão, mas permanecerá fiel a promessa que fez ao ler a carta. No percurso ele conhece a Deus e se converte ao cr...