Acordei com meu celular tocando, era o advogado para me avisar que o governador estava dificultando os tramites da compra das terras, alegando que teria doado ao prefeito para construir algo. Lembro-me do favor que fiz ao governo meses atrás e faço duas ligações. A primeira para o secretário que me procurou outrora, para eu ceder um terreno para a creche e a segunda pra o prefeito, oferecendo outro espaço para a construção do que ele queria. Depois de muito estresse e espera, consegui êxito em minhas ligações e olhando para mim através do espelho é que percebo que havia dormido ainda de smoking. Tomo banho para tentar relaxar e sigo para meu desjejum.
- Bom dia Nana. – falo com a mulher baixinha e simpática que tirei da cozinha do orfanato para trabalhar para mim.
- Bom dia menino. Camila ligou, disse que tem algumas entrevistas hoje e sua reunião é às dez horas. – nós dois olhamos para o relógio na parede e eu estava mais que atrasado, se quisesse chegar a tempo teria que sair de casa agora.
- Não vai dar tempo comer. – digo levantando e tomando um gole no café.
- Vai tomar pelo menos a vitamina, não sei o que comeu ontem e depois não quero lhe ver fraco.
Obedeço a ela que sorri vitoriosa. Dou-lhe um beijo na testa e saio nas carreiras em direção ao carro, iria dirigindo para chegar bem rápido. Ao chegar ao trânsito, constatei que não teria dia pior para eu me atrasar, sair tarde de casa faz com que eu pegue muito engarrafamento. Ligo para Camila dispensando as entrevistas, remarcando para amanhã e que avise aos acionistas que eu chegaria um pouco atrasado.
De repente sou obrigado a frear bruscamente ao ponto do iceberg ser acionado, desço do carro para ver quem atropelei, a mulher que havia atravessado na frente do carro havia sumido e uma pequena multidão se formava pensando que eu tivesse me machucado.
~Isabella~
Acordo com batidas na porta e olho o despertador constatando que as pilhas haviam acabado e por isso ele não me despertou as sete como havia marcado. Sigo para a porta, ver quem bate tão insistentemente, termino de fechar o roupão e abrindo a porta dou de cara com quem menos queria ver hoje.
- Geon. – digo e ele abre um largo sorriso.
- Vim saber sobre a vaga de emprego, ou não foi? – diz olhando como estou vestida.
- Estava indo me arrumar para ir. – digo trêmula e engolindo em seco.
- Sabe que esse emprego é sua última chance para eu não cobrar o aluguel da forma que quero. – diz se afastando e mandando eu me apressar.
Bato a porta com raiva e corro para o banheiro me arrumar, estou tão atrasada que duvido que eu chegue às onze e meia no hotel Tambaú. Saio de casa com medo de encontrar o Geon novamente e chego ao ponto de ônibus, pego o que já está lá parado, sei que terei que descer umas quadras antes, mas é melhor que esperar o outro.
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Fortes Ondas
SpiritualeUm órfão, que da noite para o dia recebe uma grande herança e junto com ela uma missão, ele enfrentará muitas lutas para cumprir a sua missão, mas permanecerá fiel a promessa que fez ao ler a carta. No percurso ele conhece a Deus e se converte ao cr...