Após toda aquela conversa perfeita com a mãe de Ward percebemos que estava tarde, então comemos alguns sanduíches. Em seguida, Dona Inês disse que estava na hora de dormirmos, assim como acontece com crianças pequenas já que eram apenas oito horas.
Ela arrumou minha cama no quarto ao lado do piloto e embora ele quisesse conversar comigo até de madrugada, a mãe não o deixou. Isso quebrou um pouco nossa expectativa, de fato estávamos ansiosos para desfrutar da companhia um do outro.
Como a matriarca nos instruiu a deitamos, foi o que fiz, me aconcheguei entre as cobertas pensando em meu noivo e no que fazia naquele momento. Quando estava prestes a fechar os olhos me deixando ser inteiramente consumida pelo sono a porta do quarto foi aberta.
Ward entrou lentamente tomando cuidado para não fazer barulho algum, porém notei logo de cara que sua preocupação não era com meu sono e sim com a familiar. O rapaz trazia consigo uma lanterna de luz amarelada que apontou em meu rosto a fim de ver se ainda estava acordada. Depois colocou o dedo em cima dos lábios indicando que não fizesse ruído.
- Pegue um casaco - Ele sussurrou abotoando sua própria blusa de frio e empurrando uma mochila nas costas.
Pra falar a verdade não entendi ao certo o que acontecia, mas mesmo assim o segui como pediu que fizesse. Fomos ao lado de fora da casa, onde meu amigo tirou de cima de um objeto uma manta branca.
Porém aquele não era qualquer objeto, se tratava de um veículo de duas rodas! Fiquei diante de meu maior medo estatelada encarando Ward, afinal ele tinha conhecimento da situação. Que por sua vez pegou dois capacetes em um armário ao lado, dando um para mim. Oh, aquilo não podia estar acontecendo!
O sorrisinho dele era notório, algo provocante e animado. Eu me vi em uma ocasião fora do comum balançando a cabeça de um lado para o outro em desaprovo.
- Ward eu não posso fazer isso, não consigo ... - Expliquei totalmente sem graça por desaponta-lo.
- Uma garota como você pode fazer o que quiser - Ele tentou me convencer pondo a mão em meu ombro - Pode fazer qualquer coisa, Catherine Turner!
Demonstrei a angústia em meu rosto, contudo não foi o suficiente para barrar a insistência dele.
- Vamos lá - Ward falou pondo em minha cabeça o capacete - Fora isso, eu estarei contigo o tempo todo.
- Eu espero que sim, você vai dirigir!
- Prometo que não vou saltar em nenhum ponto do caminho - O piloto informou por entre as gargalhadas baixas a fim de não acordar a mãe.
Ele subiu e indicou o pedal que eu deveria pisar para subir e jogar minha outra perna para o lado contrário. Segurei firmemente sua cintura, coloquei a mochila dele nas costas e esperei que desse a partida.
Ouvindo o barulho do motor ronronar me perguntei por que aquilo me assustava tanto ao passo que a sensação de pilotar carros de corrida em alta velocidade me deixavam no mais completo prazer. Então a motocicleta saiu do lugar e o apertei mais ainda.
De início Ward maneirou na velocidade, seguiu o mais tranquilo possível desviando dos trechos acidentados do percurso. Ele pretendia dar um tempo para eu me acostumar a tudo, não que estivesse funcionando. Só não estava com as pernas tremendo pois tinha receio de começar a assim fazer e derrubar meu pé do pedal.
Passado alguns metros o rapaz me perguntou se podia acelerar mais um pouco, com certeza só poderia ter ficado maluco. Uma medida totalmente insana!
- Ward eu estou com medo - Confessei afundando minha cabeça nas costas dele e sentindo seu cheiro.
- Você é a pessoa mais corajosa que eu conheço, Catherine Jones Turner! - Ele respondeu a fim de me animar - Vamos conseguir!
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O Caminho até Você
RomanceJá sentiu como se uma única pessoa fosse capaz de revirar a sua vida inteira? A obsecada por organização Catherine Turner entende muito bem o que é isso quando o caçula da Fórmula 1 decide entrar em sua vida e bagunça-la por completo. Nessa históri...