Dez

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Escolher com quem vai se passar a vida é uma das decisões mais difíceis de ser feita e não se deve confirmar sem antes ter certeza. Trata-se da pessoa que irá lhe acompanhar em todos os seus momentos e compartilhar suas inseguranças até mesmo quando seus cabelos se tornarem brancos ou a saúde falhar. 

Decisões como essa tem consequências fortes assim como a maioria das escolhas que fazemos em nossa trajetória, só que essa em especial a um nível superior. Não posso negar que o pedido de Will me chocou pois estaria mentindo e também, não posso dizer que sabia se queria me casar com ele. Afinal William era lindo e coisa do tipo, tínhamos uma história na cafetaria Love Coffee e muito mais só que, nesse tempo que ficamos separados, ele havia mudado muito.

Seu sotaque e condicionamento físico foram somente os primeiros que notei, contudo tinha certeza de que isso era apenas o início. Eu amava tanto William e as recomendações de nossos dias dourados me incentivavam a confirmar o seu pedido, largar tudo e ir à Paris viver um casamento fantástico. 

Simultaneamente um outro lado meu que crescia dia a dia me fazia crer que seria precipitado e incorreto, pois Will muitas vezes não enxergava o mundo como eu nem me mandava mensagens inesperadas falando que me amava. William se quer prestava atenção nas coisas que lhe contava, como na vez que estava olhando as estrelas ou quando me ligou três dias antes. 

E para ser sincera nunca tinha me imaginado como esposa até esse dia, ou mesmo noiva. É algo que lhe trás tanta responsabilidade e soma um vínculo bem mais profundo, e afinal de contas ser o centro das atenções como uma dama de branco em uma festa de casamento não era para mim.

- Cat você me daria a honra de ser o homem mais feliz do mundo? 

O anel estava bem a minha frente brilhando com seu diamante na ponta. O medo de William crescia a cada segundo que eu passava sem responder, acho que ele imaginou que minha confirmação seria imediata. Bom, não foi. 

Confesso que isso deve ter quebrado o clima perfeito que se encontrava antes, por tanto o sorriso no rosto dele muchou dando lugar a um espasmo sem igual. Pensei sem tirar os olhos dos dele, mas por fim dei meu veredito. 

- Sim. 

Saiu como um sussurro sem convicção alguma proferido pela ânsia de não desapontar.  Sei que aceitar um pedido do tipo sem ter absoluta certeza não é correto e que pode gerar fatos estrondosos como corações partidos, porém eu não pensei nisso quando disse sim. Eu o amava é claro, mas o ponto é: Eu o amava o suficiente para casar com ele? 

Difícil dizer que sim, todavia já havia proferido a palavra. Ele colocou o anel brilhante em meu dedo, pensei na hora que era como se tivesse furtado uma estrela para mim ao ver sua semelhança com o astro. A minha demora a responder de fato o desanimou de modo que Will apenas me beijou e voltou ao seu lugar na mesa. 

- Cat tem algo errado com você? Está tensa! 

Hoje consigo ver meu erro, observe bem a pergunta. "Algo errado com você?" Este é o processo incorreto da equação, se havia algum problema no nosso relacionamento o problema era eu, nunca ele. Todavia eu o amava de mais para perceber isso e o modo como William me cobria de carinho não permitia que me desvinculasse dele. 

***

Quando Ward e meu pai voltaram da viagem Will já havia partido, não sem antes me segredar que não havia se machucado. Toda aquela ladainha de lesão tinha sido uma mentira para acobertar sua chegada repentina e seus verdadeiros objetivos.

O Caminho até VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora