NOTAS
❤️🩹 • Qual o filme favorito de vocês?
Boa leitura 🧡
! ʾ ɴ ᴀ ʟ ᴀ ␥
— Bom dia. — Deixo um beijinho nas costas de Marcos, admirando-me por ele ainda estar na cama. Ele sempre levanta mais cedo do que eu.
— Bom dia. — diz rouco, virando a cabeça para mim com os olhos meio fechados de sono e a carinha amassada. Juro, até assim esse moleque consegue ficar lindo. Observo seus traços detalhadamente: a mandíbula definida, os lábios grossos e... tudo nele. Faço carinho em sua orelha e mexo com seu brinco. — O que tanto você olha?
— Você. — respondo simples, retirando minha mão de seu rosto e me sentando na cama. — Reparando em toda a sua feiúra! — falo antes de pegar o travesseiro e bater nele.
— Aê, vacilo demais, Nana, na moral. — fala se virando e eu me sento em seu colo, prendendo suas mãos em cima da cabeça dele. — Vai dá uma de sadomasoquista agora é?
— O que? Não, garoto, eu hein — falo confusa e ele ri. Abro um sorriso e me inclino pra mais perto dele sem soltar suas mãos. — Quero uma coisa que você não me deu ontem.
— O que? — me olha sério e eu analiso seus lábios. Marcos me encara e arqueia a sobrancelha, sorrindo de canto. — Quer me beijar, pretinha? — olho pra ele, arrepiando com o apelido. Afirmo com a cabeça, vendo seu sorriso se ampliar ainda mais.
— Não fica se achando, só tô curiosa pra saber como é. — dou de ombros, vendo-o rir nasalado e levantar a cabeça nos deixando ainda mais próximos. — Já faz muito tempo desde aquela outra vez.
— Não sei se eu tô querendo não. — diz fazendo beicinho. Faço careta. É claro que ele iria me torturar antes de me dar o que eu quero. — Tú tá muito mimada ultimamente, tudo que você quer eu tô te dando.
— Não é verdade. — protesto, vendo o idiota rir e se aproximar, puxando meu lábio inferior entre os dentes. Sem querer, gemo pela sensação curta de dor.
— O que nós somos, Nala? — pergunta com os lábios rentes aos meus. Minha pele se arrepia, minha espinha gela e a garganta seca. Suas pupilas estão dilatadas e fixas em mim.
— Somos amigos. — sussurro por um fio de voz.
— Amigos não olham para amigos dessa maneira. — sussurra de volta antes de colar sua boca na minha.
Ele estava certo. Parecia errado, mas também parecia certo. Tudo virava uma grande mistura de sentimentos dentro da minha cabeça e do meu peito. A vontade de gritar sendo tão grande quanto a de manter minha boca na dele.
— Vamos tomar banho e depois cafezinho fora? — sugiro assim que finalizamos o beijo e o preto assente.
Ao passo que vou até meu guarda-roupa pegar uma muda de roupa, Marcos vai arrumando a cama em que dormimos. O silêncio entre nós é confortável e a situação não é estranha, apesar de ser meio atípica.
Tomamos banho do mesmo jeito de sempre, conversando e Vinícius sempre com as gracinhas dele. Nos arrumamos e fomos para a padaria que fica no início da rua do prédio em que moramos.
— O que vão querer? — a atendente, toda atirada pra cima de Marcos, pergunta. Ele, como não é bobo, sorri de lado e fala:
— Pra mim, café com leite e pão de queijo. E pro dragãozinho do meu lado, só café preto e tapioca. — diz e eu bato em seu bíceps por ser um idiota. Entretanto, não deixo de ficar meio emotiva quando ele fala meu pedido sem errar. Café preto e tapioca é sempre o meu pedido, e eu fico feliz que ele lembre disso. É algo tão bobo.
— Dragãozinho? Sério?
— É, cê é meu dragãozinho, draguinha, monstrinho...
— Ok, Marcos, eu já entendi. Não precisa ficar exemplificando mais.
— Você sabe que eu te amo, né? — segura minha mão e beija meus dedos. Reviro os olhos.
— Ama, ama muitíssimo.
— Faço qualquer coisa por você.
— Me deixa na faculdade depois daqui? — me aproveito e ele me olha com cara feia. Ele odeia me deixar na faculdade, mas hoje ele não tem escolha.
— Isso, se aproveita mesmo do seu melhor amigo. — sinto um calafrio quando ele diz a última parte, mas não permito que ele perceba e tiro minha mão da sua, me afastando dele.
— Me aproveito mesmo.
[...]
— Pode sentar, linda. — diz André, puxando a cadeira para mim.
Como havia prometido, meio que aceitei o convite de almoçar com André. O intuito é realmente colocar as cartas na mesa e assumir que não há mais nada entre nós. Ou melhor, nunca teve de verdade.
— Olha, André, eu... — ele segurou a minha mão e apertou de uma maneira delicada que me fez parar de falar e olhar seus olhos.
— Antes de você começar, eu só quero dizer uma ou duas coisas. — diz alisando meu dorso com o polegar. — Eu fui um babaca, um idiota completamente por falar daquele modo com você. Você não é nada desesperada e eu fiz um comentário infeliz no calor do momento. Por isso, eu sinto muito. Além do mais, quero que você tenha noção do quanto eu gosto de você e te admiro em todos os sentidos. Você tá certa, eu não preciso ter ciúmes de ninguém já que é comigo que você está. Nem mesmo daquele seu amigo, pois é isso que vocês são, amigos...
Eu me perco completamente na conversa quando ele fala sobre Marcos.
O que eu e ele somos? Amigos. Nós somos amigos; sempre fomos e sempre seremos.
Bom, se depender de mim. Contudo, a situação em que me encontro é confusa.
Somos amigos que se beijam e se tocam. Ou melhor, ele me tocou; e eu deixei.
Eu não sei viver sem Marcos. Passei a vida toda com ele perto de mim e eu não sei viver sem isso. Sem a voz dele, sem a companhia dele, sem suas piadas e seu jeitinho, sem ele.
Não sei o que a noite passada significou para ele, mas ao que deu a entender, significou um grande nada e continuamos sendo o que sempre fomos: amigos.
Eu odiaria arriscar tudo isso por conta de um possível desejo momentâneo e acabar perdendo meu melhor amigo.
— Nala?
— Pode falar, estou ouvindo. — Não, não estou.
— Eu disse que acho que a nossa história ainda não terminou. — olho para André. — Eu imagino um futuro para nós.
Eu não. Eu não imaginava um futuro para nós de jeito nenhum. Mas, se eu quisesse me manter longe de fazer besteira com Marcos, eu teria que imaginar muito além de um futuro com o Doutor André.
[...]
( capítulo revisado 16. 07. 2024 )
Aiai, Nalinha
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INTIMIDADE ⋆ Deaker Boy
Fanfic+18┋EM MEIO AS PRAIAS ensolaradas do Rio de Janeiro, Marcos e Nala são amigos inseparáveis desde o berço. Apesar de suas personalidades distintas, suas vidas sempre estiveram entrelaçadas. O elo entre eles parece ser o próprio segredo do equilíbrio...