+18┋EM MEIO AS PRAIAS ensolaradas do Rio de Janeiro, Marcos e Nala são amigos inseparáveis desde o berço. Apesar de suas personalidades distintas, suas vidas sempre estiveram entrelaçadas. O elo entre eles parece ser o próprio segredo do equilíbrio...
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! ʾᴍᴀʀᴄᴏ s ␥
A semana que antecede meu aniversário é sempre uma loucura e essa parecia ainda mais. Faço aniversário no mesmo dia que Nala, apesar de haver um ano de diferença entre nossas idades.
Nada entre nós mudou desde ontem, na piscina da casa da avó dela. Apenas o fato de eu estar provocando ela três vezes mais e insinuando que ela tem algo para me dizer, o que eu sei que ela tem. Já que eu acredito ser possível ela sentir pelo menos 1% de atração por mim.
— Eita, vai abrir uma floricultura? — pergunto assim que abro a porta da sala e vejo ela franzir o cenho abrindo mais um cartão.
A sala e cozinha estavam abarrotadas de flores. Provavelmente algum pedido de desculpas clichê que ela está quase aceitando pela exaustão; afinal, o doutor pelo menos se deu o trabalho de descobrir as flores favoritas dela e agora está enviando um caminhão delas para o apartamento.
— André tá pedindo desculpa. — ela diz.
— Vai aceitar? — pergunto enquanto abro a geladeira e pego uma garrafa de água.
— Não sei. Eu deveria? — a preta pergunta para mim.
— Quer minha opinião mesmo? — indago, e ela afirma. — Eu tenho uns amigos bacanas pra te apresentar, juro. Qualquer coisa para você esquecer esse cara.
— Hum. — ela murmura ainda sem saber o que fazer. — Deixa essa ideia guardada, qualquer dia quem sabe... — dá de ombros deixando subentendido. — Agora, se você não se importar, tenho que ir trabalhar.
— Vai lá então, gatinha. — deixo um beijo no canto da boca dela, motivo suficiente para sentir seus corpo tensionar, e vou rumo ao meu quarto logo depois.
Ela suspira, pega suas coisas em cima do sofá e logo sai de casa.
[...]
— Acredita que o André me chamou para almoçar amanhã? — ela fala, mas eu estava fingindo desinteresse só para não dar a minha opinião. Estou jogado na cama dela mexendo no celular recém-saído do banho, assim como ela.
— E você vai?
— Tô pensando em ir. A gente teve só uma briga, não terminou mesmo e ele ainda me mandou todas aquelas flores, sei lá.
— Também não sei. — digo enquanto rolo a tela do celular. Ela revira os olhos. Odeio a ideia dela se acertar com esse cara, de verdade. Mas não quero me meter, não quando enfiar os pés pelas mãos nessa situação pode acabar deixando evidente meus sentimentos e, sem a certeza da reciprocidade dela, não vou arriscar nossa relação já tão boa.
