Capítulo 11 - Talvez eu não seja a mulher mais hétero do mundo

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Avisos:
Não sei se gostei muito desse capítulo, mas espero que vocês gostem ;)

Rafa POV

A noite estava super agradável e todas tinham bebido consideravelmente menos, pois a ressaca da noite anterior ainda persistia. Tinha gente cantando, gente jogando, gente tomando banho de piscina e... gente flertando. Bianca e Marcela tinham engatado um super papo e estavam animadas sentadas na beirada da piscina, com os pés na água.

Manu e Gabizinha faziam um dueto de Medo Bobo e eu olhava com uma cara de abobada para as duas, pois amava muito essa música e as vozes das garotas que cantavam. Assim que elas terminaram a canção, Manoela se levantou dando lugar à Flay e foi até o freezer pegar uma cerveja. Com a lata na mão ela se aproximou de mim sorrindo.

— E aí, senhorita Rafaella, preparada pra me contar as novidades? - Ela indicou Bianca com a cabeça, voltando ao assunto da manhã.

Puxei-a pela mão, me afastando do resto das garotas e sentando em um ponto do gramado de onde era possível observar bem as estrelas.

— Agora tô. Senta aí que cê vai saber tudinho. - Eu tinha pensado um pouco à tarde sobre que desculpa daria para justificar a minha aproximação com a empresária, então agora estava torcendo para que ela comprasse a ideia sem muitos questionamentos, o que era muito difícil de acontecer. Eu conhecia Manoela e sabia que ela pegava tudo no ar, não é a toa que tinha ficado conhecida como terror do Boninho lá no BBB.

— Aiii, tô ansiosa. - Ela sentou ao meu lado, me encarando.   Desembucha, Rafaella.

— Eu só vou falar quando você parar de me chamar de Rafaella. Já disse que odeio! - Bufei em protesto.

— Tá bom, Rafinha. Anda! - Aquele sorriso perfeito me encarava enquanto as minhas mãos suavam.

— O que me aproximou da Bia foi algo que temos em comum e eu achei que ela poderia me aju... - Ela nem me deixou completar a frase e já tinha sacado tudo.

— Então era verdade quando falavam que você não é hétero. Aff, eu já desconfiava, mas sempre acreditei em você. - Eu fiquei tímida e não consegui mais sustentar o olhar dela, então deitei no chão e fiquei olhando pro céu.

— Sim, é isso mesmo. Eu acabei procurando ela pra ter uns conselhos de como lidar com a questão da sexualidade e também da imagem, caso algum dia eu resolva expor isso, sabe?

Manu assentiu, destacando que entendia enquanto se deitava ao meu lado.

— É, eu realmente não poderia te ajudar com isso. - Eu fiquei automaticamente triste com a confirmação da mesma de que de fato ela não gostava de mulher. — Mas o que eu não entendi é... Se você curte mesmo uma pepeca  Ela riu alto  porque me pediu pra te salvar da Bianca? Ela é gatíssima, gostosa e super sensual. Eu sei que vocês não se davam bem, mas eu tenho achado ela super legal ultimamente.

A pequena tinha desatado a falar, me dando um tempo para pensar na resposta mais adequada. 

— É que eu acho que não gosto de mulher, eu gosto de uma mulher específica...

Minha fala foi interrompida pelos gritinhos animados dela, apesar da cara estranha que ela fazia.

Manu POV

— Então era verdade que você olhava de um jeito diferente pra Titchela? Eu sempre achei que as girafas viviam em um universo paralelo e você era a mulher mais hétero do mundo.

Eu não estava sabendo muito bem como reagir a todas aquelas informações. Eu sentia um misto de alegria e tristeza e não sabia bem porque. Olhei pro céu, fazendo o mesmo que Rafa.

— Talvez eu não seja a mulher mais hétero do mundo... - Ela virou o rosto pra me olhar e tinha um sorrisinho de canto. Eu estava nervosa. —  Mas eu não olhava de um jeito diferente pra Titchela, não...

Se não era a Bia e nem a Gi, quem era? Será que eu não estava louca e ela tinha sim me mandado sinais de que estava afim de mim? Meu olhar estava fixo no dela e eu não sabia bem o que falar. Acho que ela também não, pois só pude perceber a aproximação entre os nossos corpos e a mão dela tocar o meu rosto.

Sim, eu tinha tentado falar pra mim mesma que faria qualquer coisa para evitar isso que estava prestes a acontecer, mas a verdade é que o que eu mais queria agora era sentir novamente aquela boca macia na minha. Percebi no olhar dela que estava pedindo permissão, então fechei os olhos e fiz um movimento para selar nossos lábios. Logo a língua dela pediu passagem, invadindo a minha boca e se transformando em um beijo lento e carinhoso.

As sensações que eu tinha eram parecidas com a do primeiro beijo, mas esse estava mais cheio de carinho, enquanto o outro tinha sido mais voraz e cheio de desejo. Porém, da mesma forma que na outra vez, eu não queria separar minha boca da dela tão cedo. O beijo foi ficando mais intenso e senti a mão dela agarrar minha cintura, pressionando-a. Retribuí levando a mão até a nuca de Rafa, enrolando os meus dedos nos cabelos dela e dando puxadinhas de leve.

O fôlego começou a faltar e separamos devagar os lábios, deixando as testas coladas. Dessa vez, fiz o que tive vontade de fazer logo após nosso primeiro beijo e deitei a cabeça no ombro dela. Abri os olhos e a olhei de canto de olho. Pude perceber que ela sorria. Ficamos olhando o céu e ninguém era capaz de falar nada, mas o silêncio não era constrangedor, pelo contrário, eu sentia uma paz gigante invadir cada parte de mim. 

Impasse - [RaNu]Onde histórias criam vida. Descubra agora