Capítulo 1

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(Na capa, só pra vcs entenderem como o cabelo do Lightning é colorido)

Daiana não se lembrava bem o que havia acontecido, mas sentia seu rosto doer bastante. Choramingou, querendo alcançar a parte que latejava de dor, mas seus braços estavam sendo segurados.

-Você vai ficar bem. Estou buscando um lugar seguro para nós – Mal ouviu a voz masculina por cima do som da nevasca. A neve atingia com violência seus rostos, grudando em seus cabelos. Sentia uma pele quente por baixo do rosto, na parte que não estava doendo. Se agarrou com força ao corpo que a carregava, buscando mais calor, e notou que estava as suas costas, quando sentiu um peito forte contra suas palmas, e braços grossos sustentando seu peso com facilidade. Um deles forçava sua bunda para cima, enquanto o outro segurava ambos os pulsos, mas soltou seus braços quando viu que se agarrou a ele, agora usando ambas as mãos para sustentar seu corpo. Agradeceu por não estar a segurando pelas cochas e pernas, pois também as sentia doer, tanto pelo frio quanto por algum ferimento. Seu corpo vibrou quando tremeu de frio – Daiana, fale comigo! Como se sente?

-Está muito frio!

-Sinto muito. Prometo que logo vamos estar aquecidos. Só fique comigo, está bem?! – O abraçou com mais força, agradecendo por ter algo quente para lhe dar um pouco de conforto – Sabia que humanos também podem hibernar?

-O que?

-Humanos também tem um gene que os permite hibernar, apesar de não estar “ativo”.

-Nesse frio, eu adoraria estar hibernando agora – Sentiu uma mão grande e um tanto áspera se esfregar as dela, buscando esquentar suas mãos – Não tem risco de encontrarmos um urso?

-Pouco provável. É época de hibernação. Eles não acordam a menos que você entre em sua caverna, cheirando a comida.

-Tenho certeza que estou cheirando a sangue. Não vamos nos enfiar em nenhuma caverna, por favor.

-Não vamos. Nestes lugares tem cabanas de caça. É isso que estou procurando.

-E consegue ver alguma coisa?

-Pouca coisa, mas o vento está contra nós. Sinto o cheiro de carvão úmido e mofo. Tem alguma casa fechada por aqui.

-As vezes me esqueço do olfato de vocês.

-Pode me perguntar o que quiser, porque irei continuar falando com você. Me disseram que uma pessoa ferida tem que ficar acordada, então, fale comigo.

Admitia que tinha muitas coisas que gostaria de perguntar aos Nova Espécie. Tinha ouvido muitos rumores sobre eles, e gostaria de saber se eram verdade, mas também não queriam abusar da boa vontade de Lightning. Não queria o chatear de alguma forma.

-Tem certeza que vai querer ouvir minhas perguntas? Humanos podem ser bem curiosos...

-Novas Espécies também são. Talvez eu também te encha de perguntas mais tarde. Pode perguntar.

-Façamos assim: eu lhe faço uma pergunta, e você me faz uma pergunta.

-Tudo bem – Pensou em algo.

-Quando aceitei o trabalho, minha irmã me encheu saco para que eu tomasse um monte de vacinas. Mas não tomei nenhuma além do que o contrato pedia. Ela achava que eu poderia contrair alguma doença de animais com vocês. Isso é possível?

-Nossa imunidade é muito alta. Somos mais resistentes a doenças do que vocês humanos. Como dizem alguns de vocês, saudáveis como um cavalo. Seria mais provável eu contrair uma doença que você tivesse, do que o contrário. E não! Não podemos pegar doenças de animais, como parviovirose ou cinomose. Uma companheira de um amigo, que é humana, fez alguns testes com o nosso sangue, obviamente com a permissão de todos, e confirmou isso. Fique tranquila.

Lightning - Novas Espécies (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora