Capítulo 12

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-Senhor rabugento, por favor, ande devagar. Suas pernas são cumpridas demais para mim.

-Você que é pequena!

-Sou, mas me dê uma chance para mostrar que eu sou legal, está bem?! – Se colocou em frente a ele – Olha, eu quero vocês como amigos. Quero que todos vejam que vocês podem ser amigos.

-Os humanos não importam se queremos ser amigos ou não. Ou o quanto sofremos, ou por quanto tempo viveram confortáveis a custa de nossas torturas. Não se importam se só queremos ter uma vida normal, como qualquer um. Nos veem como uma aberração, e como tal, querem acabar com a gente. Você tem uma ideia legal, repórter, mas duvido que te escutem.

-Ei, não fale assim, grandão. Pensei que éramos amigos – Viu Scream finalmente desfazer a carranca que marcava seu rosto.

Um homem vestindo uma calça camuflada e uma camisa cinza cuja a estampa era uma pizza faltando uma das fatias, estava vindo até ele. Tinha cabelos pretos e olhos azuis escuros. Uma garotinha de cabelos castanhos e olhos tão azuis quanto os dele. A camisa dela estava com a fatia de pizza que faltava na do pai.

-Oi, Derick. E aí sua guerreirinha? – Se abaixou para receber um abraço da garota – Como você está? – Se levantou com ela em seu colo.

-Tio Scream, aprendi uns golpes novos no karatê.

-É mesmo?! Já consegue derrubar um de nós?

-Claro que não. Vocês são muito fortes...

-E um homem normal? Tem que se defender dos caras maus.

-Esses eu vou usar o golpe que vocês me ensinaram.

-Será que consegue? Deixa eu ver esses dentinhos... – A pequena abriu bem a boca para que ele pudesse ver – Hum... Essas presinhas até que estão grandinhas para uma humana, mas não sei se tem força... – Ela lhe mordeu a mão que ele usava para levantar seus lábios – Au! – Afastou de súbito a mão, mas a garota tinha mordido tão forte que foi puxada para baixo, mas seu pai a segurou.

-Viu?! Eu sei morder!

-Está bem, danadinha. Talvez saiba se defender – A garota abraçou sua perna, já que era a altura que alcançava.

-Ih Scream... Ela aprendeu a nova habilidade de grudar.

-Vish... E agora? Como solta? Deixa eu ver aqui... – Tentou a puxar – Eita que essa cola é poderosa! Como é que desgruda?! – Sacodiu a perna, a fazendo rir – Hum... Vou ter que usar minha arma secreta – Lhe fez cócegas, a fazendo rir e se soltar dele – Há! Consegui! – A pegou no colo e a jogou para cima, altura o suficiente para que Luanna ficasse bem preocupada, e mais ainda o pai dela, mas a garotinha achou bem divertido – Chega. Não quero mais! Pega aí Smiley – A jogou para outro Nova Espécie que passava ali. Também um primata.

-E quem disse que eu quero essa chatinha? Quero não! - A jogou para outro macho. Esse não era um oficial. Parecia ser da zona selvagem, por estar tão arranhado e descabelado. Era um felino. Seu cabelo caramelo parecia realmente uma juba e tinha brilhantes olhos de mel. Até o formato de sua boca era um tanto “estranho”, parecendo mais a de um leão.

-Olha, achei janta! Vou colocar na panela agora!

-Papai, o tio Wild quer me cozinhar de novo!

-Ei, eu sei que da vontade de morder, mas devolve minha filha aí! – Foi atrás dela.

-Vocês gostam mesmo de crianças.

-Não é sempre que temos a oportunidade de ver uma. E Anastácia gosta muito de nós.

Lightning - Novas Espécies (Livro 2)Onde histórias criam vida. Descubra agora