Lightning - Novas Espécies (Livro 2)

Capítulo 3

(Na capa: como imaginei a Daiana)

Lightning pensou em permanecer na cozinha, esperando Daiana. Queria lhe dar um pouco de privacidade, e também não queria parecer mais safado do que ela já tinha o acusado, mas estava preocupado que ela pudesse desmaiar no banheiro ou algo do gênero. A porta para o banheiro estava fechada, então foi até o guarda roupas, vendo se teria alguma roupa mais quentinha e mais confortável do que o uniforme que estavam usando na noite anterior.
Só encontrou roupas masculinas. Grandes para um humano, mas ainda assim, apertadas para ele. Percebeu isso quando vestiu uma das camisas. Atrapalharia um pouco sua mobilidade, mas teria de servir por enquanto. Já a calça, preferiu usar a que tinha mesmo.

Encontrou calças de moletom que tinham cordinhas para ajustar o tamanho. Seria perfeito para Daiana, então as pegou; além de 2 camisas de manga longa e um par de meias bem grossas. Também achou pantufas. Manteria os pés dela quentinhos, além de que ficaria fofinha com 2 coelhinhos em seus pés.

Ouviu um choro vindo do banheiro. Pensou em abrir a porta, mas lembrou-se quando June disse que não gostava de chorar na frente de outros. Pensou que Daiana talvez tivesse o mesmo pensamento, ou não teria segurado o choro por tanto tempo, até que pudesse “se esconder” no banheiro. Mas estava preocupado, por isso bateu na porta.

-Daiana, está sentindo dor? – A ouviu fungar.

-Eu estou bem. Vou ficar bem – Mas não estava. Continuava a chorar. Era um choro intenso.

-... Tomar um banho quente faz eu me sentir melhor. Tem panelas bem grandes na cozinha, posso esquentar água para você. Vai aliviar esses machucados também – Ela ficou calada, o que o preocupava, mas ela tinha apreciado isso.

-Eu adoraria. Obrigada.

-Eu encontrei roupas. São grandes, mas vão te manter quentinha por enquanto – Abriu um pouco a porta, para poder pegar. Viu seus olhos bicolores tentando a olhar, mas buscava seus rosto, e não seus seios. Além disso, já havia encontrado toalhas e um roupão dentro de um armário ali no banheiro, então estava coberta. Pegou as roupas que havia lhe oferecido – Também encontrei pantufas.

-Ah. Isso será perfeito. Obrigada.

-Irei aquecer a água. Não irá demorar. Mas se mantenha aquecida enquanto isso.

-Tudo bem.

-Tem certeza que está bem?

-Vou ficar – Se encarou novamente no espelho de corpo todo que havia no banheiro. Tinha chorado, pois a cena que via era completamente deplorável. Seu corpo tinha mais marcas roxas do que conseguia ver a própria pele. Seu cabelo estava uma completa zona, e estava bem suja, realmente, tanto com o que parecia ser sangue e óleo de motor quanto o que parecia ser sujeira que tinha sido carregada pelo vento e grudado a sua pele pela neve. Chegava a cheirar combustível em algumas partes do corpo. Mas o que realmente lhe doeu foi encarar o próprio rosto. Não se achava muito bonita, mas aquela marca piorava tudo. Uma bolha enorme estava ali, cobrindo desde próximo ao seu olho esquerdo até a bochecha, e um liquido amarelado havia se formado lá dentro. Sabia que não deveria, mas não aguentava ver aquilo ali, então pegou uma bolsinha de cosméticos que encontrou ali, banhando uma pequenina tesoura com álcool, antes de fazer um minúsculo corte na extremidade da bolha em sua bochecha, a apertando com cuidado para que se enviasse todo aquele líquido. Aquilo ardeu de uma forma absurda, mas se segurou para não gritar, sabendo que poderia assustar Lightning e o fazer se queimar se alguma forma com a água, na cozinha. Se perguntou como não viu nenhum olhar de nojo vindo dele. Aquilo estava realmente horrível.

-Se bem que ele estava ocupado olhando meus seios – Revirou os olhos. Lightning era um doce, mas ainda era um homem. Pelo menos aquelas manchas roxas iriam sumir, e seu corpo ainda seria um atrativo. Mas aquela marca em seu rosto, se ficasse cicatriz... Aí sim morreria solteira! Sem dúvida nenhuma! – Ótimo... Agora sua cara parece um abacate murcho. Puta merda... Isso! Vai atrapalhar seu corpo a curar a si mesmo.