Lightning - Novas Espécies (Livro 2)

Capítulo 15

Os mecânicos se afastaram da entrada da garagem quando o SUV parou bruscamente, cantando pneus. Scream estava “afundado” no banco passageiro com os olhos arregalados, com o puxador interno do carro em uma das mãos, pois tinha o arrancado tentando se segurar. Teria dilacerado o banco de couro se fosse um felino, pois tinha o esmagado na mão esquerda.

-O único problema desses carros é que são pesados demais, e demoram a frear. Mas ele é melhor nas curvas do que eu pensei. Obrigada por me deixar testar Scream – A loura olhou para o primata, que tinha aberto a porta e se arrastava para fora do veículo – Scream?

-Eu estou bem. Foi só uma volta de carro. Uma volta louca e suicida de carro. Da próxima eu me arrisco a ficar de passageiro do Slade. É mais seguro – Dizia isso, mas Slade adorava mostrar o que aprendeu em treinamento de piloto de fuga. Se apoiou no carro para ficar de pé – Quando vocês fazem piadas sobre mulheres dirigindo, é por isso? – Perguntou aos mecânicos.

-Não! Mulheres costumam dirigir muito devagar.

-Desculpem amados. Deixa pra eu dirigir devagar quando tiver crianças no carro.

-Da próxima você finge que eu sou criança – Scream lhe disse, a fazendo rir.

-Está bem, garotão – Puxou ar fazendo som de surpresa, deixando Screm em alerta na hora, mas não via ou ouvia nenhum perigo – Aquilo é um Impala 68? – Olharam para dentro da garagem?

-Ele é lindo não é?!

-Ele é maravilhoso! – Scream ficou com uma pontada de ciúme, sem saber porquê. Eu nem conheço essa humana! Ficou confuso quando ela foi até o carro de Derick. Não falava de um humano, mas do carro? – Olha esses detalhes cromados! Olha essa pintura azul bem escura com um toque de brilho! Parece que foi mergulhado no céu a noite – Viu uma escrita em um adesivo prateado por baixo da faixa lateral – “mar profundo”. É um apelido perfeito para ele. Posso ouvir essa fera rugir?

-Pode. Só não podemos tira-lo da garagem – Um dos mecânicos mais velhos lhe mostrou a chave. Ele entrou no carro para liga-lo enquanto ela abriu o capô para ver o motor – Que coisa mais linda! – O motor cantou, a deixando empolgada. Scream tentava entender porque isso a deixava tão feliz – De quem é essa maravilha?

-É do Derick. O pai daquela filhotinha humana.

-O conhece não é?! Acha ele ficaria chateado se eu desse uma volta?

-Não falamos muito de carros... Falamos do mundo humano – Scream riu de se lembrar de algumas coisas que Derick contava. Ele gostava de faze-los rir – Alias, ele contou do carro. Uma vez que os vidros estragaram e ele e os amigos entraram em uma estrada de terra... – Riu em meio as palavras – E eles inventaram de colocar a camisa para cobrir a boca e o nariz da poeira, deixando só os olhos a mostra. Eles pararam em um posto de gasolina – Riu ainda mais, e alguns dos homens também por já entenderem o que havia acontecido – Todo mundo saiu correndo achando que eles eram bandidos – Todos começaram a rir – E ele e os amigos “Calma gente! Só vamos acampar!”, e eles abriram o porta malas... Tinha uma capa de violão... Aí que todo mundo apavorou pensando que fosse alguma arma – Ririam ainda mais – Só o Derick pra arranjar uma dessas.
Luanna estava mais encantada com a risada de Scream. Sentiu uma sensação engraçada no estômago, como se borboletas tentassem sair. Sua risada era realmente contagiante, não sabendo se ria de fato pela história ou pela diversão dele.

-Viu?! Você se da bem com humanos. Querendo ou não.

-Ah, mas são raros os que são realmente agradáveis.

-Gosta da gente, não é Scream?! – Encarou o mecânicos.

-Não de todos.

-Oxi... – Luanna deu risada de suas caras encabuladas. Novas Espécies não tem filtro nenhum nas palavras.
Scream a observou, também gostando de sua diversão. Era um som agradável.