Ciúmes.

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Belinda POV.

Já havia anoitecido quando acordei. Olhei em volta, não estava mais na sala. Estava em um quarto, no de Luke, deduzi pelos inúmeros CDs, pôsteres e sua guitarra pousada no canto do quarto. Luke não estava nele. Esfreguei os olhos e levantei. Abri a porta devagar e saí em um corredor. Nele haviam mais duas portas além da que dava para o seu quarto e um portal.

O filme já havia acabado e Luke cochilava no sofá. Me aproximei devagar do sofá, sentei-me calmamente. Aconcheguei-me no peito de Luke, senti novamente seu cheiro de canela invadir-me e deixei um suspiro escapar pelos meus lábios.

- Humm...já acordou? - disse sorrindo com os olhos fechados.

Assenti com a cabeça, não saindo de seu aconchego.

- Por que acordei em seu quarto? - pergunto confusa.

- Ah, você dormiu. - ele sorri. - Então te levei até minha cama para dormir.

Que ótimo. Quando tenho tempo para estar com ele, eu adormeço.

- E voltou para terminar de ver o filme? - gargalho ao lembrar que quando acordei o vi no sofá.

- É o meu favorito! - exclama sorrindo. - Está com fome? Posso fazer... - pergunta em seguida.

- Não. - balanço a cabeça. - preciso ir para casa.

- Quer mesmo ir para casa, gata?

- Eu tenho quer ir para casa. - sorrio de lado. - Infelizmente, não tenho minha própria casa como você. - faço uma careta. - Ainda moro com os meus pais. E se eu chegar muito tarde, eles vão me matar.

- Eles sabem que você está aqui? - pergunta e eu apenas balanço a cabeça em negação. Ele assente, compreendendo.

- Então, terá que ir à pé. - sorri malandro. - Não te levarei. - abro a boca indignada em forma de brincadeira. Ele sorri mais. - Não quero que vá.

- Luke, por favor. - peço, rindo.

- Ok. - se rende. - Mas só te levo se admitir que queria ficar aqui e passar a noite comigo. - seu rosto em uma afeição convencida.

- Como você é convencido. - retruco, revirando os olhos.

- Vamos, Belly. - ele desliza o seu dedo pelos meus lábios e eu o olho enfeitiçada pelos seus movimentos. - Eu sei que queria...- volta a dizer e eu interrompo-o

- Eu não queria. - tento parecer confiante.

- Boa sorte a correr essa maratona até em casa. - sorriu e pegou o controle remoto para trocar de canal.

O encaro incrédula.

Loiro oxigenado convencido.

- Ok, Luke. - suspiro. - Você venceu. - ele me encara, sorrindo. - Eu queria ficar aqui com você hoje, tá legal? Agora já pode me levar para casa? - peço derrotada.

Ele avança até meus lábios, me beijando profundamente. Eu retribuo surpresa, mas totalmente satisfeita. Beijá-lo era bom demais .

- Vamos. - diz quando nos afastamos. - Quero você viva amanhã. - pisca e nos levantamos.

Ele pegou as chaves do carro em cima da mesa e abriu a porta, agarrando seu casaco pendurado.

- Vesta. - o joga em cima de mim e eu bufo com o casaco jogado em cima de minha cabeça. - Está frio.

- Delicado como uma flor. - murmuro baixo e sarcástica, vestindo o casaco cinza que ficava grande em mim.

Descemos o elevador e seguimos até o carro que estava no estacionamento do prédio.

Luke começou a conduzir. Como sempre disse a ele que parasse umas quadras antes, para que ninguém me visse chegando em seu carro.

Ele para assim que chegamos e eu fico decepcionada como foi rápido.

- Me encontre aqui amanhã no mesmo lugar umas onze horas. - instruiu-me.

- Quem disse que posso? - pergunto sarcástica.

Luke tentou fazer cara de ofendido.

- Oh, Ok. - encolhe os ombros. - Ah, já sei! - sorri falso. - Aquela...como é mesmo o nome? Lindsay! - faço uma careta. - Vi que vocês são mesmo muito amigas. - seu tom sarcástico me fez rir. - Talvez ela queira ir.

Paraliso. Jogo sujo.

- Talvez a Lindsanta vá. - concordo e ele gargalha com o apelido.

- Acho que ela é tudo menos santa. - diz e eu o olho irritada.

Não é como se eu estivesse apaixonada por ele e agora tenha ciúmes.

Mas ele estava falando da minha arqui-inimiga! Acho que qualquer pessoa teria a mesma reação que eu.
Além do mais, aquele loiro estava fazendo tudo de propósito.

- Seu...Seu... Ah, você é um idiota. - me irrito. - Você vai adorar a Lindsay, ela é bem do seu tipo! - abro a porta do carro irritada para sair, mas ele puxa de volta.

- Eu tenho que admitir que foi ótimo assistir a uma crise de ciúmes por mim. - disse sorrindo.

- Cara, eu não tenho ciúmes. - o olho entediada. - Nunca. - afirmo convicta e sou um sorriso vitorioso.

Ah, é? Então o que foi isso?

Agora não, consciência!

- Tchau, loirinho. - volta a dizer, me despedindo. Ele me paralisado e eu sorrio de canto.

Saio do carro, mas paro depois de alguns passos quando ainda vejo seu carro parado. Volto até ele.

- Sim, amanhã às onze no mesmo lugar. - confirmo, não resistindo.

Luke sorri enfim e eu não pude evitar de fazer o mesmo. Em seguida, sigo em direção a minha casa.

Percebo que ainda estava sorrindo e paro imediatamente.

O que está acontecendo comigo?

Deixei mais um suspiro escapar. Esse loiro oxigenado vai fuder com minha cabeça.

O ajudante do meu professor  • Hemmings EDITANDOOnde histórias criam vida. Descubra agora