IV

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Assassina?

Yelena?

O que estava acontecendo?

Eu olhei para os meus colegas, e todos estavam atônitos, olhos fixos na nossa colega de sala, como se não a reconhecessem. E nem eu conhecia. Aquela era a mesma russa bonita que eu, poucos minutos antes, estivera tentando fazer amizade? Olhei para Alexei e ele balançou a cabeça, como se me pedisse para continuar imóvel. Vi que ao seu lado, nossa amiga Barbra estava prestes a chorar. Eu a indiquei com o queixo e Alexei a abraçou, tapando sua boca com a mão. Os olhos azuis dela pareceram agradecer.

- Cale a boca, Matthew, cale agora! - sua voz estava baixa, um tanto ameaçadora.

- O que foi? - ele passou as costas da mão pelo sangue do rosto. - Não quer que seus colegas saibam quem é? Você saiu da sua missão e fez amizade com algum deles?

- Cale a boca, é a última vez que eu falo.

Nádia, Yelena, tanto faz quem ela era, parecia ter ativado o modo assassino. Sua voz saía pelo meio dos dentes e ela o olhava como se pensasse a melhor maneira de matá-lo. Ele estava confortável, talvez aquela não fosse a primeira vez que lidava com ela. Sua postura relaxada era desconcertante.

- Não precisa me ameaçar, minha linda, sabemos que você seria incapaz de me matar.

- Não conte com isso.

Ela chutou-o e começaram a lutar entre as carteiras. Eles eram precisos demais, não desperdiçavam movimentos, e as vezes, parecia mais uma dança do que uma luta. Eu já assistira muitos filmes para saber que aquilo era kung-fu, e eu estava adorando a demonstração de força e poder.

Ele conseguiu acertá-la várias vezes, mas a cada golpe, ela também o acertava. Era uma luta equilibrada. Mas houve um golpe de mestre dela, mas tão rápido que eu não vi como, só sei que ela parou nas costas dele e torceu seu braço nas costas, segurando a cabeça dele e batendo-a na mesa. O cara caiu desmaiado no chão.

Nádia ficou olhando para o corpo desmaiado do cara e depois olhou para os três corpos dos capangas. Ela balançou fortemente a cabeça e andou até a porta da sala, fechando-a. Foi só depois disso que olhou para nós, e sinceramente, ela estava deslumbrante. Ela matara três caras sem nem tocá-los, apenas atirando facas, e eu estava seriamente apaixonado.

Fui arrancado de meus sonhos quando ela falou.

- Estão todos bem?

Nós assentimos fracamente, mas Alexei, que parecia extremamente zangado, deu um passo a frente.

- Como você acha que estamos? Vimos você matar.

- Eu posso explicar, mas agora não dá. - ela desviou os olhos dele e olhou para mim, como se pedisse que eu o segurasse. Eu coloquei as mãos no ombro de Alexei e o puxei para perto da turma. - Vou precisar que vocês confiem em mim.

- E por que faríamos isso? - ele desafiou.

Nádia andou até ele e parou bem perto, o encarando. Alexei era mais alto, da minha altura, e apesar disso, pareceu ser um menino quando ela fixou os olhos castanhos nos verdes dele. Ela era como um animal, uma pantera, pronta para o ataque.

- Porque, Alexei Nikolaevich, há aqui, nessa escola, a oportunidade de se tornar um bilionário se usá-los como reféns, e eu não pretendo deixar que eles peguem ninguém dessa sala. - ela olhou para nós. - Eles são sequestradores, bandidos, e se eu estiver certa, procuram um alvo específico. Sabemos que é um de vocês, e por isso, quero tirar a turma toda daqui.

- Pra quem você trabalha? - Alexei perguntou.

Eu nunca vira meu amigo assim, tão nervoso. Ele tinha um temperamento tranquilo, era fácil de se conversar e de convencer. Agora, parecia prestes a voar em Nádia e espancá-la. Eu duvidava que isso fosse possível, já que a vira em ação, mas ele, de repente, me pareceu tão perigoso quanto ela.

Nádia expirou frustrada e começou a conversar com ele em russo. Eles travaram um diálogo rápido, mas percebi que ele parecia mais surpreso do que ela. Na verdade, ele estava exasperado. Eles se olharam em silêncio por uns segundos, e por fim se mexeram. Ela foi até os mortos e tirou os comunicadores, facas, armas e munição, colocando tudo em cima de uma carteira. Ele, depois de um tempo, foi ajudá-la. Rapidamente todos os armamentos da sala estavam ali.

Eles estavam prestes a dividir o equipamento quando eu me irritei.

- Agora que vocês se entenderam, alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui?

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