Eu realmente o conhecia, mas isso não significa que eu lembrava seu nome.
Depois de um tempo indo a coquetéis, inaugurações, jantares, todas as caras começam a se parecer, e alguns nomes se tornam familiares. Esse não era um caso de nome, mas sim de fisionomia.
- Quem é você? - perguntei, mais rápido do que pude me segurar.
- Cale a boca garoto, aqui quem fala sou eu. - o homem me repreendeu. - Matthew, pode sair, e veja se mais nenhum helicóptero além do meu vai pousar aqui. Eu quero sair daqui em três minutos, ouviu?
Matthew assentiu e me deixou sozinho com o homem.
O engraçado, era que eu me sentia mais confortável com os rifles apontados para mim do que com esse homem. Ele parecia frio, daquele tipo inescrupuloso, que os meios justificam o fim.
Ele puxou o meu celular do bolso e o estendeu para mim. Minha capinha do Batman era inconfundível.
- Está vendo isso? - eu assenti. - eu vou ligar para o seu pai, e você vai mandá-lo vender 14% das ações da empresa. Ele vai disponibilizá-las no mercado, entendeu?
- Sim.
- E você vai dizer que é para ele transferir 500 milhões de dólares para essa conta – ele colocou um papel sobre a mesa –, e se ele não cumprir nenhuma das exigências, você morre.
Eu não podia conter a surpresa. Tudo bem, meu pai tinha essa grana toda, mas ele jamais venderia as ações. Se ele vendesse 14%, ele não seria mais o sócio majoritário, e isso abriria concorrência direta na presidência. Nós perderíamos o poder de decisão.
- Ele jamais vai vender as ações. - falei. - A grana ele paga, mas as ações ele jamais venderá.
O homem esboçou um sorriso. Seus olhos eram castanhos, sujos, e brilharam com crueldade.
- Se ele não vender, vai chegar aos ouvidos de umas pessoas bem importantes, todo o esquema de sonegação de impostos, desvio de dinheiro, lavagem de dinheiro, que ele faz. Vá por mim, se você disser lavagem de dinheiro, ele vai vender até mesmo a mãe dele.
Eu fiquei chocado.
Meu pai lavava dinheiro?
- Você está mentindo! Meu pai jamais lavou dinheiro! - eu comecei a ficar nervoso. - Eu nunca vou fazer essa ligação! Jamais!
O homem apenas deu a volta na mesa e parou bem na minha frente. Ele pegou sua pistola e a encostou na minha têmpora. Era a segunda vez em menos de dez minutos que eu sentia o frio de uma arma na cabeça, e não era uma sensação boa. Ele estava tão perto, que senti o cheiro do whisky em seu hálito.
- Você vai ligar... Ou eu atiro em você.
Eu sustentei o olhar frio do homem. Eu sabia que ele não ia atirar em mim... Ele precisava de mim vivo... Não precisava...?
- Muito bem... Se é assim...
Mais rápido do que eu pensei, ele deu um passo para trás e atirou no meu braço esquerdo.
Senti a bala entrando e queimando a carne do meu braço e cambaleei para trás, começando a gritar de dor. Era a pior dor que eu já senti, e estava começando a me tirar dos eixos. Meus olhos ficaram cheios de pontinhos brancos.
- Eu não estou brincando rapaz. - o homem segurou meu queixo com brutalidade e colocou a arma outra vez na pele da minha testa. A arma quente começou a queimar minha pele. - Você vai ligar, vai falar o que eu quero, ou eu vou fazer de você uma peneira. Entendeu?
Não tinha como não ter entendido.
Choramingando, eu indiquei o telefone com a cabeça. O homem me soltou e discou, segurando o telefone na minha orelha, já que eu ainda estava amarrado. Meu pai atendeu no quinto toque.
- Fred, estou trabalhando. - sua voz era monótona.
- Pai, estamos com um problema.
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Explosiva
ActionEra só mais um dia normal na Academia Saint Marie onde os filhos de monarcas e bilionários do mundo estudavam. Até que tudo explodiu e Fred se viu no meio duma cena de filme, com direito a espiões e tiroteios. Quem, dentre os alunos, os invasores vi...