VI

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- Meu nome é Yelena, e eu nasci na Rússia. Eu não tenho 18 anos, na verdade sou bem mais velha do que vocês, mas fui enviada para essa missão por parecer bem jovem. Nós sabíamos que esta escola era um problema internacional de segurança, já que haviam tantos herdeiros num lugar só. Vocês sabem, a realeza e os conglomerados capitalistas se cruzam nos corredores todo dia. Minha missão era observar, me certificar que estavam seguros.

- Mas se você é uma assassina, por que ficar numa escola? - Barbra fez a pergunta na inocência, mas eu acabei me encolhendo. Não parecia educado chamar Yelena de assassina.

- Depois da minha última missão, decidiram que eu precisava tirar umas férias. - Yelena revirou os olhos. - Eu cometi um erro.

Eu pensei em não perguntar, mas minha boca foi mais rápida.

- Qual erro?

Ela engatilhou uma pistola e andou até a porta. Ela não me respondeu. Apenas olhou pelo vidrinho da porta, esquadrinhando o corredor.

- Vamos ter uma chance de escapar, mas terá que ser rápido e bem feito. – ela falou, estendendo a arma. - Paul, pegue essa pistola, e se você errar um tiro sequer, eu a tomo de volta, entendeu?

- Certo, senhora.

Ela ignorou o gracejo.

- Somos em quinze, eu vou na frente, vocês vão me seguir quando eu der o sinal, um de cada vez, e vão me esperar na escada, sem descer nem subir, entendido? - ela olhou para Alexei. - Você vai ficar aqui e dar cobertura, fechado?

- Fechado.

- Paul, você vem primeiro.

Eu observei, sem respirar, ela abrir a porta e olhar os corredores. Eu só podia estar maluco, mas vê-la segurando aquele fuzil, com o uniforme da escola, sinceramente, não tinha coisa mais excitante. Eu já tinha uma queda por ela, mas juro, estava me apaixonando.

Ela sumiu da minha linha de visão, e eu esperei, enquanto Paul olhava da porta e a seguia em seguida. Alexei ficou na porta e começou a fazer sinais para que fôssemos. Sem falar nada, decidimos que as meninas fossem primeiro, já que estavam chorosas e descentradas. Algumas pareciam a ponto de explodir em lágrimas a qualquer momento.

Tudo acontecera bem. Não fomos flagrados. Pelo que eu estava pensando, deveriam estar mantendo os alunos nas salas, e por isso, os corredores estavam desocupados. Barbra foi a última a sair da sala. Ela tinha ficado do lado de Alexei, como se fosse uma assistente, apertando a mão de algumas garotas e sorrindo para outras. Ela parecia forte, reestabelecida. Se antes parecia que ia chorar, agora parecia a ponto de pegar uma arma.

Fui o último dos homens, por opção própria. Eu queria ficar um último momento naquela sala, sabendo que saíamos dali sem ter certeza do futuro. Eu olhei para o armário, sem saber se Matthew estava acordado ou não, se podia se mexer ou não, mas tive um mal pressentimento.

Alexei me chamou e saímos juntos da sala. Eu observava a postura dele, e a de Yelena e via que eram idênticas. De repente, meu melhor amigo era um completo estranho. Comecei a ficar com raiva. Chegamos a salvo nas escadas, e descemos para o subsolo. Yelena ia na frente, logo depois nós a seguíamos, com Alexei na retaguarda e Paul transitando. Eu estava me sentindo um inútil, mas a menos que houvesse algo mecânico envolvido, eu não poderia ajudar.

Yelena repassou calmamente o plano para nós, explicando a necessidade de se manter a calma, obedecer sem questionar, ficar em silêncio. Ela era uma líder nata, e eu faria o que ela mandasse sem questionar, mesmo se fosse absurdo. Nós paramos na porta a frente da entrada do subsolo, e Yelena abriu a porta, devagar, sondando o ambiente.

Foi ai que tudo explodiu.

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