VII

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Yelena abriu a porta e saiu, agachada, com Alexei dando cobertura. Nem dois segundos depois ouvimos os disparos. Os dois voltaram para dentro, e encostaram na parede. As meninas começaram a gritar e alguns caras também. Minhas pernas pareciam gelatina. Alexei xingou alto em russo. Yelena apenas ficou encostada na parede, fuzil em punho, parecendo o rambo.

Quando os tiros pararam, estávamos em pânico.

- Calma. - Yelena disse. - Vou dar um jeito nisso.

- Saiam com as mãos para cima! - ordenou uma voz no megafone. – Agora Yelena!

O choque passou pelo rosto dela e provavelmente pelo meu também. Paul xingou alto e resmungou algo como "impossível escapar daqueles nós".

- O que vamos fazer? - perguntei.

Ela fechou os olhos e respirou fundo.

- Subam as escadas. Paul, vá com eles. - ela estendeu a mochila dela, onde estavam as munições da pistola. - Fiquem fora da linha de tiro. Não importa o que aconteça, me obedeçam.

- O que você vai fazer?

Ela talvez fosse me responder, mas a voz de Matthew soou outra vez no megafone.

- Saiam e ninguém morre!

- Eu deveria ter matado esse desgraçado quando tive chance. - ela rosnou. - Subam as escadas.

Nós subimos e ficamos observando enquanto ela abria a porta com tudo. Ela e Alexei estavam preparados. Mais disparos soaram e ela deu um meio sorriso.

- Pensei que você não fosse atirar! - gritou.

- Não atiro se você sair desarmada! - respondeu.

Ela gargalhou.

- Façamos assim, você me conta o que quer aqui, e eu decido se saio ou não!

Houve um segundo de silêncio.

- Tem um garoto aqui que nos interessa. - ele começou. - Se você entregá-lo, dou salvo conduto para você e todo o seu grupo. O resto da escola e o garoto fica conosco.

- E a escola é só um brinde? - a voz dela exalava sarcasmo.

- Somente um bônus. Eu tenho mais homens aqui do que você é capaz de lidar, querida, sugiro que me escute dessa vez.

- E se eu não te escutasse?

Nós ouvimos uma risada.

- Morrem todos.

Ela bufou e olhou para Alexei. Eles falaram um com o outro em russo, pesando suas escolhas. Isso já estava me tirando do sério.

- Por que você o quer, Matthew?

- Eu não o quero para mim, é o contratante que vai lidar com ele depois. O resgate pelos outros alunos é o que me interessa.

Yelena olhou para nós. Seus olhos castanhos estavam abatidos.

- Diga o nome. - falou.

Houve uma pausa, quase como se Matthew estivesse saboreando o momento. Eu estava com a respiração em suspenso.

- Fred. O nome dele é Fred.

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