𝑃𝑎𝑙𝑒𝑟𝑚𝑜 - 𝐿𝑎 𝑐𝑎𝑠𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑎𝑝𝑒𝑙

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You don't have to say you love me
I just wanna tell you somethin'
Lately you've been on my mind.

You don't have to say you love meI just wanna tell you somethin'Lately you've been on my mind

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[Algumas alterações cronológicas]

- Você me fez cruzar o oceano para participar disso? Não vou!- Gritei e levantei da mesa olhando todos um a um. - Meu melhor amigo morreu, um terço da equipe morreu.

- Havana, é pela equipe. O Rio cometeu um erro, e estamos aqui por ele. Todos cometemos erros, você Helsink levou o carro para o ferro velho, mas não o destruiu, e nós demos um jeito, o grupo estava lá. Você e Nairóbi demoraram para parar as máquinas, a polícia entrou.

- E vocês só conseguiram escapar porque o Berlim ficou para trás, para segura-los. Ele nos deu os segundos que faltavam, e o grupo estava lá. Quem não está aqui é o Berlim, nem o Oslo e nem Moscou.

Tais palavras me quebraram imensamente em mil pedaços, eu senti culpa.

Fechei os olhos e respirei fundo. - Somos uma família, uma família é constituída por um núcleo de pessoas, que cometem erros, mas não viramos as costas para eles. Não tem um dia que eu não me culpe pela morte do Berlim, mas você Sérgio, nunca me culpou. Vamos salvar o Rio.

Sentei novamente na mesa, Tóquio segurou uma das minhas mãos e deu um sorriso fraco sem mostrar os dentes. Sérgio me olhou sério, eu não sabia o que falar agora, quase virei as costas para aqueles que eu mais amo, mas estou com medo de perder mais alguém importante.

No fim do jantar Sérgio me chamou para conversar, caminhamos pela areia da praia, o frio da noite e o som das águas juntos me traziam fortes lembranças do primeiro roubo, eu nunca imaginei que fossemos nos ver novamente depois de três anos separados e vivendo escondidos, sem nenhum contato.

Mas agora estou novamente com o professor, o mentor de todo plano e irmão do meu falecido melhor amigo, Berlim. Eu e Berlim tivemos um vínculo enorme, mas não sexual, apesar das vezes que a tensão sexual se instalava, todavia isso mudou, e a união como fortes amigos só cresceu.

Éramos inseparáveis, o assalto inteiro vivíamos juntos, colocando ordem naquele lugar, não exista nenhum patriarcado mais, éramos eu e ele contra o resto do mundo, tínhamos planos para quando saíssemos de lá, mas no fundo tenho certeza que Andrés já sabia seu destino, ou, já planejava aquilo escondido de todos.

Quando soube que ele ficou para trás eu tentei voltar no túnel muitas vezes, eu lembro de ter chorado muito enquanto Helsink me arrastava, quase que eu dava para trás também, eu desejava voltar, tirar Berlim de lá, o arrastar. Eu só queria meu amigo de volta.

𝑰𝒎𝒂𝒈𝒊𝒏𝒆𝒔Onde histórias criam vida. Descubra agora