— Eu não quero falar sobre ele.- Eu disse olhando para Harry. Fechei os olhos e senti os braços de Hermione me rodearem.— Eu estou pronta para ir com vocês.—
— Não acho que vá fazer bem para você.— Harry disse enquanto se preparava para a fuga.—
— Muita coisa não me faz bem, H.— Eu disse, suspirei pesadamente enquanto preparava uma mochila com algumas coisas que seria necessária para nossa sobrevivência. —
— Você é muito teimosa.— Disse Rony enquanto começava a andar. —
— Ela é uma Weasley.— Hermione concluiu. Então não precisavam dizer mais nada, iríamos atrás das Horcruxes e iríamos destruí-las, depois da morte de Dumbledore as coisas saíram do controle, o ministério da magia foi tomado, não poderíamos confiar em ninguém, olho tonto acabou morrendo quando estávamos transferindo Harry.
As coisas estavam ruins, nunca imaginei que você-sabe-quem fosse ir tão longe, também nunca imaginei que eu teria forças suficientes para lutar por aqueles que amo, sempre fui bem leal aos meus amigos, mas nunca pensei que chegaria a esse ponto, mas não poderia deixar eles sozinhos. Não poderia desistir daqueles que são importantes para mim, se algo acontecer com algum deles eu nunca iria me perdoar por ser fraca.
Sabíamos que uma das Horcruxes estava com a Dolores Umbridge, agora iríamos precisar nos infiltrar no ministério da magia, e assim conseguir recuperar e destruir o item, o que seria ainda mais difícil pois não fazemos idéia do que nos aguarda, ou como iremos destruir as Horcruxes que são poderosas.
Tudo que sabemos é que temos um ao outro e de que ele não irá poupar esforços para tentar acabar com Harry e com todos seus aliados, os nascidos trouxas ou até mesmo aqueles puro sangue que rejeitam a ideia de que são superiores, como eu e a minha família.
-— Alguma ideia de como vamos entrar no ministério?— Eu perguntei e Hermione balançou a cabeça em concordância. —
— Polissuco.— Disse, mas sua expressão ainda era de preocupação. — Temos pouco, melhor aproveitarmos bem, será mesmo que é uma boa ideia?
— Eu não tenho mais nada a perder.— Respondi séria, Rony caminhou até minha frente e segurou meu rosto.-
— Sua idiota, não diga isso nunca.— Falou tão sério que eu tive medo por alguns segundos, ele abaixou o olhar.— Eu não quero perder você. Eu não posso perder você, então ou você faz as coisas direito pensando em viver ou eu te mandarei pra casa, lá você pode chorar pelo Malfoy a vontade.—
Abracei Rony, havia muitas coisas que não costumavamos fazer, e abraços era uma dessas, eu sabia exatamente que o amava mais que tudo e que ele me amava também, mas não costumavamos demonstrar isso com carinho ou muito contato físico.
— Vamos vencer. — Eu disse séria, precisaríamos sequestrar quatro pessoas que trabalham dentro do ministério da magia, assim conseguiríamos nos infiltrar e pegar o medalhão da Dolores, o que seria arriscado. Tínhamos exatas uma hora para fazer isso, o tempo da poção. Estava com medo, mas não seria fraca e muito menos iria desistir, Harry era um dos meus melhores amigos e mesmo que não fosse, essa luta não é apenas entre ele e Voldemort, era de todos nós que apoiamos o bem contra as trevas.
Desde criança eu nunca entendi o que havia de ruim com os nascidos trouxas, ou com mestiços, também nunca entendi porque fomos chamados de traidores, não rejeito meu sangue, mas não vejo motivos para me sentir superior por tê-lo. Mamãe e papai me educaram da melhor maneira possível para crescer sem precisar inferiorizar nascidos trouxas.
A maioria dos mestiços negavam a sua linhagem trouxa.
— Isso vai dar certo?— Rony perguntou a Hermione.