11. capítulo onze

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Os olhos de Lance fitavam o meu de um lado para o outro, rapidamente. Uma chama de raiva estava acesa neles, ao mesmo tempo que eu conseguia ver o medo se aflorar. Seu peito subia e descia, em uma respiração descompassada e acelerada.

— Lance, aí está você! — Rose, sua preparadora, abriu a porta, mas se conteve de entrar na sala — Ah, oi, Stella — ela sorriu, amigavelmente.

Lance soltou meu braço, e se afastou de mim, de supetão. Seus olhos agora estavam em Rose, que esperava alguma reação do piloto para poder continuar a dizer o que havia em sua mente.

— Temos vinte minutos para o início da corrida, você está, praticamente, atrasado — ela avisou ao canadense, e fechou a porta, nos deixando sozinhos novamente.

Lance respirou fundo, de uma maneira que eu nunca havia visto antes. Senti as lágrimas se juntarem em meus olhos, e com muito esforço, elas não rolaram pelo meu rosto. O piloto, antes de se virar para mim novamente, passou os dedos entre os fios se cabelo.

— Preciso ir, terminamos isso depois — tomei iniciativa de voltar ao diálogo.

Meus pés me levaram rapidamente até a porta, mas antes que eu pudesse abri-la, meu braço foi tomado pela mão do piloto, novamente. Quando o encarei, sua expressão estava gélida. Lance estava triste, eu podia sentir, mas mais que isso, ele estava com raiva.

— Stella, agora.

— Eu precisk ir — falei uma última vez, antes de puxar meu braço com mais força e cruzar a porta.

Depois de descer com pressa pelo elevador do enorme motorhome cor-de-rosa, aproveitei que a atenção do público e de todos os funcionários que circulavam pelo paddock estava sobre a pista, mais precisamente sobre a largada, e deixei as lágrimas, finalmente, escorrerem pela minha pele gelada por conta do ar condicionado.

— Finalmente, Stella — Lya disse aliviada assim que pousou seus olhos em mim. A mais velha me entregou os fones que eu já estava acostumada a usar, e eu apenas aceitei, os colocando ao redor da cabeça.

Lando e Carlos logo saíram com seus carros até a pista de largada, acompanhados de seus engenheiros e mecânicos. Zak se sentou ao meu lado, e checou os rádios com os dois pilotos.

Assim que a largada foi dada, os vinte carros saíram desesperados para começar as ultrapassagens. A pista de Monza não era uma das mais fáceis, então, quanto mais cedo ultrapassar, mais fácil será de manter suas posições.

Os gráficos a minha frente subiam e desciam a todo momento. Meus olhos estavam sobre os nomes de Carlos e Lando. Até a décima volta, o desempenho de ambos estava como esperado. Carlos havia conquistado o sexto lugar, enquanto Lando estava em décimo terceiro, atrás de Lance.

Leclerc, Hamilton e Bottas lideravam a corrida. Ao atingir metade da prova, Carlos foi chamado ao box, para que seus pneus fossem trocados. O espanhol fez como o esperado e o pit stop foi feito como sempre, de maneira rápida e eficiente. Mas, assim que seu carro cruzou a saída do pit lane, Carlos nos contatou pelo rádio que sentia algo de errado, e realmente havia: sua roda esquerda dianteira estava solta, o que fez com que ele abandonasse a corrida.

Com apenas um carro competindo, toda a pressão e esperança caía sobre o britânico. Lando, que no começo da prova se encontrava em décimo terceiro, agora conquistava o décimo lugar. Depois de uma instável posição, ele sobe para nona, deixando o holandês, Max Verstappen, para trás.

Ao final, Lando voltou ao décimo lugar, e o vencedor havia sido Leclerc. Depois de dez anos sem ganhar em casa, a Ferrari teria esse prestígio. Antes que os pilotos pudessem voltar aos boxes, as bandeiras vermelhas com o famoso cavalo rampante já podiam ser vistas de todos os lugares do paddock.

Roller Coaster • Lance StrollOnde histórias criam vida. Descubra agora