Roller Coaster • Lance Stroll

15. capítulo quinze

Depois de cansativos treinos, a corrida na Russia havia nos rendido bons pontos. O circuito de Sochi era um dos que mais continham curvas acentuadas, o que dificultava mas não impossibilitava progressos e, na verdade, nos proporcionavam belíssimas ultrapassagens.

Carlos e Lando largaram em sexto e oitavo — respectivamente — depois de cinquenta e três voltas sem nenhum problema nos motores, as McLaren alcançaram o quinto e oitavo lugar, pontuando quatorze pontos a mais para a equipe na disputa pelo mundial de construtores no final da temporada.

Depois de passar a corrida inteira aflita, roendo todas as unhas que ainda restavam em meus dedos, e com os olhos vidrados em todos os gráficos que subiam e desciam na tela, meu trabalho havia terminado, e finalmente estava livre para comemorar meu aniversário.

Agora, meus cabelos estavam sendo secos e escovados por Josephine, que sempre terminava de se arrumar antes do esperado de propósito, já que gostava de me maquiar e arrumar os meus longos fios loiros.

— Acha que eles vão demorar? — ela perguntou nervosa, enquanto seus olhos estavam atentos ao ferro quente do babyliss envolto por alguns fios.

— Eu realmente não sei, Jo — respondi em meio a uma funda respiração quando meu celular apitou, fazendo Josephine colocar quase seu corpo todo em cima de mim.

📲 Lance Stroll: Estamos chegando.

— Finalmente! — ela disse animada, mas com seu tom irritadiço pela ansiedade — Pronto! — exclamou quando o último cacho caia sobre meu ombro direito — agora, a maquiagem.

Ela desligou o aparelho da tomada e deixou em cima da bancada do enorme banheiro da suíte em que estava hospedada para que ele pudesse esfriar e ser guardado de volta em sua mala. Eu assenti em silêncio, esperando que ela voltasse do cômodo com sua enorme necessaire cheia de produtos faciais e de maquiagem.

Josephine espalhou tudo o que tinha em cima da cama ao meu lado. Ela encarou por alguns segundos os produtos, procurando pelo o mais ideal para começar sua produção. A dedo, ela preparou toda a minha pele, e finalizou com uma maquiagem leve, mas que me deixava mais produzida do que eu costumava ser.

— Perfeita! — ela deu uma ultima pincelada de iluminador em minhas têmporas — agora, isso aqui, é com você — um batom vermelho era o centro das nossas atenções.

Enquanto deslizava a cor de sangue pelos meus lábios, com destreza, Josephine guardava todos os seus produtos, um a um, dentro da pequena bolsa designada somente a isso. Pelo reflexo do espelho, eu a observava. Ela era extremamente linda e atraente, e agora percebi que era, além de tudo, atenciosa. Provavelmente fosse isso que fizera com que o monegasco se apaixonasse por ela.

Em dois toques seguidos, o celular dela vibrou, e ela não demorou a agarra-lo.

— Charles e Lance estão aqui! — ela disse animada com um sorriso no rosto dando pulinhos sobre seu salto, enquanto seus olhos estavam vidrados na tela e seus dedos tateavam rápido respondendo às mensagens.

Eu me apressei em colocar o batom dentro de suas coisas, de forma desajeitada, e me culpei mentalmente por isso, por desarrumar sua mala. A preparadora física pegou rapidamente o perfume caro que trazia consigo na bagagem, e borrifou algumas vezes em meu corpo, e depois, no seu.

Antes que apagasse a luz, Josephine se olhou mais uma vez diante do espelho, e eu aproveitei para fazer o mesmo. Ela mal conseguia conter a ansiedade dentro do elevador, e assim que o saguão do hotel apareceu em nossa frente, ela praticamente correu até a porta, e eu a segui.

Uma Ferrari vermelha estava devidamente estacionada, quase encostada na sarjeta. A cor vermelha sobre as luzes que iluminavam a entrada do hotel faziam meus olhos se estreitarem para manterem-se abertos.