*esse capítulo é fictício, e apenas alguns detalhes condizem com a realidade*
Lance Stroll foi quem me ensinou a amar, quem me ensinou a ter perseverança e a ser forte. Ele conhece muito mais do mundo do que eu, e mesmo assim, teve paciência e coragem de me mostrar e ensinar tudo o que fosse preciso.Talvez, em palavras, não seja possível descrever o tamanho do meu amor e gratidão por ele, mas com gestos e ações, sim. E foi por isso que aceitei seu pedido para que eu trabalhasse na Racing Point, ao seu lado.
Abu Dhabi foi o meu circuito de estreia pela equipe. Era a última etapa da temporada, e também a mais luxuosa e cobiçada, contando com a presença de sheiks e donos de grandes empresas que poderiam ser alvos de patrocínios para as equipes e, por isso, mesmo sendo a última corrida do ano, as escuderias se empenhavam para chamar a atenção de quem estivesse presente no evento.
Chegamos juntos. Eu e Lance andávamos pela primeira vez de mãos dadas pelo paddock. Era um sentimento diferente que inflava meu peito, e parecia ocorrer o mesmo com o piloto.
Assim que chegamos a garagem, logo fui recebida com muitos sorrisos sinceros e iluminados, me dando mais segurança para o primeiro dia em um novo emprego. Por mais que eu fosse exercer praticamente o mesmo cargo, ainda assim, eram pessoas e uma gestão totalmente diferente.
Mas também, por outro lado, algumas pessoas ainda pareciam não aceitar o fato de que agora eu seria uma deles, e seus olhos não os deixavam mentir esse desgosto, principalmente Lawrence, que nem sequer me cumprimentou ao chegar na garagem.
Como fui informada, Sergio Perez realmente era um cara super reservado, e quando comecei a me acostumar com o novo ambiente, ele já se encontrava dentro de seu cockpit, esperando os últimos reparos em seu carro, que ficavam por conta de seus mecânicos.
Otmar, o chefe da equipe, havia me passado alguns comandos e explicado que, como nas últimas corridas pela McLaren, eu ficaria encarregada dos comando pelo rádio de Lance.
A ideia de comandar meu próprio namorado — gostava de pensar e chamá-lo assim — me confortava e também me assustava. Era como se seu desempenho dependesse totalmente de mim, ainda mais na minha primeira corrida com a equipe.
Assim, coloquei meus fones como de costume — que agora eram rosa. O computador continuava o mesmo, e os gráficos ainda me pareciam familiar apesar de condizerem a pessoas diferentes do habitual.
Eu apenas chequei uma última vez as informações que continha na tela antes de segurar em mãos o volante do carro de Lance. Ele já se preparava em seu cockpit. Sua balaclava já estava devidamente vestida, assim como suas luvas. Apenas faltava seu capacete.
Eu curvei meu corpo por cima do halo rosado, ficando o mais próximo possível do lugar que o volante deveria ser encaixado. Eu sentia seu olhar sobre mim, mas em nenhum momento ele disse alguma coisa, e sabia que seu silêncio vinha pela sua concentração.
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Roller Coaster • Lance Stroll
Romansa"We were up and down and barely made it over, but I'd go back and ride that rollercoaster with you." capa por @dybaladeiro