17. capítulo dezessete

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A casa de Lance era extremamente grande. Desde a hora que pousei meus pés no jardim de entrada, meus olhos não conseguiam parar em um só ponto.

O combinado entre nós dois seria passar a semana em sua casa até o fim de semana de treino e corrida, já que a distância entre o Canadá e os Estados Unidos era, relativamente, pequena.

Lance surgiu na porta como um passe de mágica. O táxi amarelo, que antes estava atrás de mim, havia sumido. Subi os largos degraus da pequena escada da fachada, arrastando minha mala de rodinhas com certa dificuldade.

— Minha mãe está ansiosa pra te conhecer — Lance disse rápido, e selou nossos lábios.

— E seu pai? — perguntei olhando em seus olhos, enquanto ele me ajudava com a mala.

— Ah, meu pai não sai do escritório desde que voltei do Japão, talvez ele almoce com a gente — ele passou a língua pelos lábios — você está com um gosto... diferente.

— Gloss novo — respondi em um segundo e selei novamente nossos lábios enquanto via suas sobrancelhas desarquearem.

Lance abriu a porta pivotante com uma só mão, já que a outra segurava o cabo da minha mala. Uma enorme sala de estar apareceu diante dos meus olhos. O piso de mármore e os lustre central combinava perfeitamente com a decoração e a ornamentação do corrimão da escada que levava até o andar superior da mansão.

O piloto, então, fechou a porta, e um de seus cachorros correram a nosso encontro. Logo em seguida surgiu a mãe do canadense, com seus cabelos loiros. Ela esbanjava simpatia e luxúria.

— Ah, Stella! — Claire depositou um beijo em minha bochecha, esperando que eu fizesse o mesmo — ouvi falar muito sobre você.

Ela sorria a todo momento, enquanto Lance, ao meu lado, esperava alguma reação de nós duas.

— Lance, por que não vai ver se a mesa já foi posta? — ela o encarou, ainda sorrindo.

Lance apenas assentiu e sorriu rápido antes de subir as escadas com a minha mala. Claire passou seu braço pelos meus ombros, e caminhou comigo até o corredor. Senti uma pontada de medo e ansiedade me atingir, mas assim que ela parou em minha frente e sorriu, isso tudo foi embora.

— Quero que saiba que estou muito feliz em te receber — ela começou — Lance nunca trouxe ninguém pra casa — ela espiava pelos meus ombros a todo momento — e ele tem me procurado bastante pra pedir conselhos, coisa que ele não fazia, então, obrigada.

Não sabia como reagir, sinceramente. Ouvir coisas assim de quem eu menos esperava, me fazia refletir sobre esconder minha relação com Lance. Eu podia ver sinceridade nos olhos de Claire, e isso me deixava mal por saber que não podia assumir meu relacionamento com seu filho, então, apenas sorri.

— Lawrence está lá em cima, no escritório. Ele é um pouco ácido, mas acho que gostará de você, não se preocupe — Claire apertou minhas mãos, que já segurava há um tempo — e Chloe está no quarto, vocês têm a mesma idade, se darão bem.

Claire me abraçou forte por alguns segundos, e eu relaxei em seus braços, me sentia no direito disso. Caminhamos mais um pouco pela casa, enquanto ela me mostrava cada cômodo e me falava sobre como havia sido difícil escolher um só tipo de decoração. Em pouco tempo, me senti como se fizesse parte da família.

A mesa dos Stroll estava repleta de alimentos bem preparados pelos milhares de funcionários que haviam pela casa, e eu mal podia imaginar quantos deles cuidavam da cozinha e da alimentação da família.

Me sentei ao lado de Lance, que estava em frente a sua mãe, e a sua irmã, Chloe. Lawrence demorou um pouco a aparecer, mas quando fez, se sentou na ponta da mesa, no lugar vago que o esperava.

Roller Coaster • Lance StrollOnde histórias criam vida. Descubra agora