5. capítulo cinco

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— Mas ele te trata bem, Stella? — minha mãe perguntou preocupada.

Ela estava na minha frente. Em frente à pia da cozinha, lavando alguns morangos para o café da manhã. O sol adentrava pela enorme janela em sua frente, e batia sobre meu rosto, enquanto sentada em uma das cadeiras da mesa da cozinha, eu contava à ela o que tinha acontecido na semana.

— Sim, mãe, mas não sinto a mesma coisa que ele — passei as mãos pelo rosto, e depois pelo cabelo.

— Nem uma chance? — ela perguntou enquanto levava um morango à boca, e eu a olhei sob os cílios, indignada — só tentei.

Neguei enquanto bloqueava o celular. Caminhei até o armário, alcancei uma das tigela de cerâmica que havia nas prateleiras, e a enchi com o cereal que estava em cima da bancada. Me sentei novamente, e minha mãe colocou alguns morangos dentro da minha refeição.

— E esse outro? Lance? — eu concordei — qual o problema com ele?

Respirei fundo enquanto mexia a colher dentro da tigela, me lembrando do ocorrido no dia anterior. Não sabia o porquê de Lance ter agido daquela forma, e nem tinha ido em busca de uma resposta, mas isso me intrigava a cada minuto que passava.

— Não sei — respondi sincera — saímos na semana retrasada. Anteontem ele me levou pro hotel, e ontem ele simplesmente ficou estranho, nem se quer olhou em meus olhos.

Minha mãe negou com a cabeça. Ela sabia o falava. Depois de vários anos fingindo não saber das traições do meu pai, ela resolveu dar um basta no relacionamento. Sempre deixou aberto à mim que eu poderia contar com ela em relação aos meus relacionamentos, e eu amava isso.

Terminamos nosso café em silêncio. Um silêncio acolhedor. Ela levantou antes de mim e retirou nossas louças da mesa, levando até a pia.

O visor do meu celular brilhou com uma notificação, e em seguida, uma ligação o fez tocar. Os olhos de minha mãe foram parar na tela, que continha "Lando Norris" escrito. Ela sorriu sem mostrar os dentes, e deu um sinal com a cabeça, dizendo-me para atender.

Eu me levantei, e sai em direção ao quintal dos fundo enquanto passava o polegar pela tela, aceitando a ligação. Assim que me sentei em um dos balanços antigos, onde costumava passar muito tempo da minha infância, levei o aparelho até a orelha.

— Bom dia, Stella. Chegou bem em Londres? — seu sotaque parecia animado.

— Claro. E você? — olhei para a janela da cozinha, e vi os olhos azuis de minha mãe sobre mim. Lando confirmou que havia chegado bem — fico feliz, Norris.

Houve um pequeno silêncio entre a ligação, e eu não ousei em quebrá-lo. Balancei meu corpo para frente e para trás algumas vezes enquanto esperava o piloto continuar a conversa.

— Vai fazer alguma coisa hoje à tarde? — o nervosismo era perceptível em sua voz.

— Hmm, acho que não. Por que? — perguntei mesmo já sabendo o que viria a seguir.

— Já esteve no Shard London Bridge? — neguei — abriu recentemente, e parece que tem uma cafeteria incrível no último andar. Podíamos ir, o que acha?

Eu aceitei. Lando pediu, animado, para que eu o enviasse meu endereço a ele por mensagem, e disse que em pouco menos de uma hora estaria em frente à minha casa. Corri de volta para dentro, e minha mãe sorriu animada assim que contei à ela onde iríamos.

— Vai ficar bem sozinha? Posso dizer que não estou bem, Mãe, você sabe — perguntei preocupada, ao pé da escada.

— Claro, Stella. Vá se divertir, e por favor, não se preocupe comigo enquanto estiver lá — ela sorriu, angelicalmente, como sempre.

Roller Coaster • Lance StrollOnde histórias criam vida. Descubra agora