Hoje havia acordado mais mal disposta e um pouco mais perturbada que o normal.
Não desci para tomar o café da manhã, apenas desci para almoçar e mesmo assim meu estômago parecia não querer colaborar comigo. Passei toda a tarde dormindo ou lendo algo na minha cama, mas já estava farta de estar sempre assim.
Visto que tudo me incomodava ou me afetava hoje e já estava quase anoitecendo, decidi fazer uma pintura. Era das coisas que mais me acalmava e me conseguia transportar para mundos desconhecidos onde eu apenas imaginava coisas novas e não me enterrava no passado.
Tum, tum, tum
O barulho de alguém batendo na porta do meu quarto se fez ouvir.
- Entre. - falei já sabendo que se tratava de Flora.
- Desculpe por vir interromper a senhorita enquanto desenha, mas é que está alguém lá fora perguntando pela menina. - Flora explicou e eu quase borrei minha pintura.
- Nunca ninguém vem a minha casa. Muito menos alguém a estas horas, já é quase noite. - falei para mim mesma - Quem é ela? - perguntei enquanto pousava meu pincel e Flora riu um pouco.
- É um ele senhorita. - esta explicou e eu ainda me senti mais confusa.
- Mande ele entrar então e me esperar na sala, eu desço já. - pedi e Flora saiu saltitando como se tivesse ficado feliz.
E realmente era caso para ficar. Afinal de contas nunca tive ninguém em minha casa desde a morte de meus pais que não fosse pessoas do ministério ou Daphne com suas visitas inesperadas e "animadas". Porém alguém do ministério não me iria visitar quase sendo hora de jantar e Daphne já era tão conhecida por Flora que esta entrava logo por minha casa já gritando.
Minha casa sempre se encontrava em silêncio e tudo no lugar, porém quando Daphne fazia questão de aparecer mexia em tudo, mas mesmo assim Flora adorava receber suas visitas e não se importava nada de arrumar. Afinal de contas Flora sempre quis que eu fizesse um amigo e ali estava ela.
Mas pelos vistos há mais alguém que se fez à coragem e apareceu na casa que ninguém nunca mais entrou. Na casa que apenas é comentada como a que se passou a "tragédia" e onde "uma menina ficou sozinha sem saber o que fazer"...
Fui até ao meu banheiro e lavei meu rosto marcado com alguma tinta e também meus braços manchados e depois de tirar meu pequeno avental de pintura eu desci até à minha sala.
Toda a minha casa era enorme e ainda parecia maior quando apenas uma pessoa e os seus elfos a ocupavam. Suspirei...
- Senhorita o nosso convidado já se encontra na sala. - minha elfa avisou quando passou por mim.
- Não é nosso convidado. Ele se fez de convidado, na verdade. - eu falei revirando os olhos e minha elfa riu um pouco enquanto corria para a cozinha.
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A Menina Veneno - Draco Malfoy
Fiksi Penggemar❝ As mais lindas palavras de amor são ditas no silêncio de um olhar. - Draco Malfoy❞