Atração

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Ravena ainda estava parada no meio do quarto olhando o demônio perdição sentado em sua mesa, não poderia simplesmente ficar calada a uma provocação, colocou a toalha para secar e jogou o cabelo para trás.

  - Pensei que viria mais tarde! - retrucou ela.

  - Estava ansioso por informações! - mentiu ele, estava ansioso por vê-la.

  - Meu pai decidirá se não o matará, eu já o pedi! Não garanto nada, você matou dois guardas! - Raven despejou as palavras no demônio.

  - Oh - ele sorriu torto - tem isso.

  - Só isso que você fala?

  - Nada do que eu falar aqui irá fazer com que aqueles idiotas voltem.

  - Mesmo assim.

  - Eles queriam me matar! - Ian gritou.

  Raven olhou seriamente para seu rosto e fez menção para que baixasse o tom de voz.

  - Eu não deixaria eles me matarem.

  - Tudo bem! Mas não  faça mais isso, fica meio complicado convencer a alguém que resta algo de bom em você, dessa forma.

  - E quem disse que resta algo de bom em mim?

  Ian levantou-se da mesa e caminhou lentamente até Raven, ela segurou a respiração e encarou o demônio, o que mesmo ele tinha que mexia com ela? O que mesmo ele tinha que deixava nela uma sensação familiar.

  - Eu afirmo! - ela piscou.

  Estava tentando ser forte, Ian não percebia, mas continuava andando, algo estava em alerta dentro de si, ele então entrou na zona o-cheiro-dela e seus instintos o impulsionavam a agarrá-la, Ian conhecia aquele cheiro de longe.

  Ravena deu uma rasteira no demônio quando ele estava imerso em pensamentos, riu da cara dele de surpresa, montou por cima dele e também entrou na zona ai-o-cheiro-dele-vai-me-deixar-doida.

   Ian debateu-se para sair, mas a Raven estava aprendendo, estava ficando mais forte, ele não podia negar.

   - Aprendi hoje, - ela comentou -  precisava pôr em prática!

  - Muito legal! Agora sai de cima de mim.

  - Não consegue ficar perto de mim?

  - Muito pelo contrário.

  Ian reuniu forças e arremessou Raven para cima da cama, pulou junto e deitou por cima dela, foi o pescoço dela que atraiu sua visão. O demônio deslizou sua língua pelo pescoço de Raven e respirou seu cheiro, ela estava assustada e gostando demais para querer parar.

   O demônio sentiu sua unha crescer e arranhou a pele do peito de sua adestradora para sentir seu sangue, era algo excitante. Em sua boca o sangue de Raven explodiu deliciosamente saboroso, quente e limpo.

  - Ian - Raven tentou recuperar as palavras.

  - Xiii...

  Ian voltou seus olhos para a loira embaixo de si, fazia tempo que não sentia o gosto dos lábios de uma mulher humana e precisava disso, foi então que sentiu os lábios carnudos entreabrirem-se ao toque dos seus, explorou a boca de Raven e mordeu seu lábio para experimentar um pouco mais do sangue dela. Ouviu um gemido baixo e gemeu de volta, ele sentia um prazer enorme com ela e era diferente das outras. Mas acima de tudo não podia tirar da mente que estava apenas suprindo sua necessidade de macho.

  As unhas de Raven arranharam a nuca do demônio, com força, com vontade, com excitação, ergueu seu quadril contra o dele e pôde sentir que ele também a queria. Ela estava louca, só podia! Empurrou o demônio com um pouco de raiva por estar fazendo aquilo e ser algo recíproco.

  - Merda! - xingou baixinho sentindo o sangue no lábio inferior.

  - Você me atacou!

  - Han? Tá maluco!

  - Só suprindo minhas necessidades.

  - Necessidades? Vocês demônios...

  - Você acha o quê pirralha? - Ian riu - Homem e mulher, macho e fêmea, qualquer coisa com órgãos sexuais diferentes ou até mesmo os hermafroditas, foram feitos para procriar! Então por que você acha que eu também não gostaria do prazer?

  - Não precisava da aula de biologia! Desculpa achar isso, só que...

  - Não vou desculpar-me. Você também quis! Estava feito uma diaba.

  - Diaba? Não me compare com essa linhagem infeliz.

  - Infeliz são, mas na cama não!

  Ravena revirou os olhos, tinha acabado de beijar o demônio, de sentir seu corpo, havia dado um passo de merda. E tinha também o Joseph, eles  estavam juntos? Ela possuía essa interrogação em mente.

  - É melhor você ir - disse ela.

  - Agora? É cedo. Não foi nada demais o que rolou. Você também faz isso com aquele cara.

  - Aquele cara tem nome.

  - Pois, você faz também com o que tem nome.

  - Arvh! - Ravena encostou-se na cabeceira da cama enquanto Ian estava encostado do outro lado - Não sabia que agora fica me vigiando.

  - Não vigio! Mas... - ele não tinha o que falar.

  - E o que eu faço com ele não é da sua conta, não é porquê faço com ele que farei com você. Ele é...  é um amigo e andamos ficando. Só isso.

  - Ui. Tudo bem! Você gosta dele? - Ian olhou para procurar alguma coisa que apontasse isso no rosto de Raven.

  - Gosto.

  - Não.

  - Han?

  - Não gosta.

  - Eu não vou ficar com alguém que não gosto. Gostar não é estar apaixonada, não é está amando. Pode gostar e só.

  - Então você gosta de mim, não é? - Ian perguntou com olhos famintos.

  Ravena riu, riu com uma pontada de desespero, ela gostava dele e era um gostar que ela sentia que  a qualquer momento iria explodir em algo.

  - Diz isso por que aconteceu essa tragédia? - perguntou se arrependendo de usar tal palavra para referir-se à pegação.

  - É.

  - Então.. - ela percebeu que ele não ligava para qualquer palavra esmagadora dela - aconteceu. Eu não preciso gostar de você.

  - Não entendo esse jeito humano.

  - Não precisa entender.

  Ian suspirou.

  - Verdade! Nunca serei um!

  Ravena o olhou com um pouco de pena e aproximou-se dele por impulso. Quando menos percebeu já estava lá olhando em seus olhos.

  - Você será! Eu prometo.

  - Você não pode prometer, Ravena.

  - Posso - ela sussurrou sentindo-se atraída mais uma vez por aqueles lábios.

  Ficaram os dois parados, sérios, desejando um ao outro; do corte ainda fresco no lábio de Raven, o sangue começou a formar-se novamente.

  - Esse sangue... - ele apontou para o lábio de Raven.

  Ela ergueu sua mão para limpar, mas o demônio foi mais rápido, segurou a mão dela e a atacou novamente, atacou no sentindo mais leve da palavra, atacou apenas para sentir do seu sangue, lábios e língua.

  Os dois juntos queimavam familiaridade, eles sentiam.

    Joseph esfregou as mãos do lado de fora do acampamento,tinha conseguido uma linda flor para poder entregar a Raven, queria namorá-la, mas também devia ir com calma. Iria ao quarto dela e mataria sua vontade de beijo. A cada passo que dava no corredor para chegar ao quarto de Raven, sua ansiedade aumentava, a cada passo que dava no corredor para chegar ao quarto de Raven, a própria sentia mais um pouco do prazer que nunca havia sentido antes.

Adestrando um demônioOnde histórias criam vida. Descubra agora