Persistência

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  - Éramos nós mesmos? - Ian perguntou jogando-se no chão.

  - Sim! Eu... eu... Ian, eu estou confusa.

  - Talvez venha daí essa familiaridade.

  - Será? - ela deitou-se ao lado dele - Eu preciso dormir.

  - E eu? Vou ficar aqui?

  - É melhor para você!

  - Eles podem vir atrás de mim.

  - E quer dormir comigo?

  - No chão mesmo.

  Raven suspirou, estava confiando demais em um demônio.

  - Tudo bem!

  Ian sorriu e ergueu-se para olhar nos olhos de Raven e apoiou-se com o cotovelo.

  - Eu gosto de você!

  - Não brinca, Ian!

  - Sou um demônio, não brinco!

  - Piorou, você é um demônio!

  - Ofendendo-me? - ele sorriu.

  - Afe! - ela quis sentar-se, mas Ian a empurrou de volta ao chão.

  Os olhos encontraram-se, a sensação boa voltando e tudo sendo esquecido, todos os problemas deixado de lado. Ian fechou os olhos e beijou a bochecha dela. Por isso gostava dela.

Ian alisou o rosto de Raven e depois encostou seus lábios nos dela, era diferente de qualquer outra boca. Seus corpos se juntaram assim como as próprias línguas.

  - Bem que você poderia nos transportar assim para o seu quarto! - Ian disse ainda com a boca próxima a de Raven.

Ela riu e o empurrou.

  - Nem sei como aquilo aconteceu! Vamos?

  Ian assentiu e os dois levantaram seguindo a trilha para os quartos.

  - Acho melhor você entrar pela janela, não será legal alguém ver você em um corredor comigo.

  - Certo!

  - Até que você tá ficando um demônio bonzinho.

  Ian revirou os olhos.

  - Você me ajuda, eu fico... fico... menos mau!

  - Poxa, menos mau! - Raven caiu na gargalhada.

  Ian ficou sério e revirou os olhos mais uma vez, ele ainda era mau, certo? E se pudesse na batalha matar a Raven faria isso, certo? Ele amava a dor dos outros e faria de tudo para ver Raven ou qualquer um próximo a ela sofrer, certo? Então, por que ainda cedia aos encantos de sua adestradora?

   Raven passou um travesseiro para Ian e ele afirmou não precisar de nada mais, ela deitou e seus olhos ainda estavam vidrados no teto, mas aos poucos o sono foi chegando, caiu no sono.

  Ela confia em mim, o demônio pensou.

Ele apenas prestou atenção na respiração dela, esqueceu dos insetos lá fora ou do uivar do vento forte. Não fazia mal! Em breve iria embora e acabaria com metade do acampamento.

                               •|•|•|•|•

Ravena

Eu estava mudando!

Sim, eu não tinha dúvidas.

Hoje quando acordei fiquei olhando o demônio deitado de barriga para baixo, sua respiração lenta e gostosa. Comecei a relembrar de tudo o que aconteceu quando ele apareceu e PUF, eu desmaiei. Eu gostei dele de cara, não tô falando de paixão, tô falando de quando você ver uma pessoa e depois conversa com ela e simplesmente vai com a cara dela, é só isso!

Adestrando um demônioOnde histórias criam vida. Descubra agora