13° Capitulo

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Humilhação, uma coisa que todos devem ter passado na vida, mas que não desejo a ninguém, uma pessoa humilhada pensa mil coisas por frações de segundos, mas o pior é quando vem de sua família, daqueles que você sempre achou que poderia contar e que no final te viraram as costas.

Assim que entramos encontro meu pai e meu irmão na sala, estão dando risada de um filme, mas quando me olham param e ficam sérios.

-O que essa vagabunda está fazendo aqui? -Engulo em seco e dou um passo para trás batendo no peito de Aidan, ele segura minha cintura.

-Carlos! Já falamos sobre isso, ela é minha filha e não vou admitir que fique longe de mim, então a respeita.

Ele fica me olhando e se senta novamente, vejo meu irmão ficar vermelho por causa de Aidan.

-Vou colocar as coisas no quarto. - Diz e sobe as escadas.

-Está com fome? Tomou café da manhã? Está comendo por dois agora.

-Não como nada desde ontem no almoço. Estou com enjoos.

-Isso é normal, mas não pode ficar sem comer, sobe que irei levar alguma coisa para você. -Beija minha testa e com os olhares dos dois eu subo.

Me encosto na porta e fecho os olhos sentindo as lágrimas, sou puxada para os braços de Aidan que esqueci que estava aqui. O aperto e escondo meu rosto em seu peito.

-Vai ficar tudo bem. -Beija minha cabeça. -Tem certeza que não quer ir para minha casa? -Segura meu rosto limpando as lágrimas.

-Tudo bem, essa é minha casa e não quero ficar longe da minha mãe.

-Beleza, seu pai não vai mais deixar eu entrar aqui, mas qualquer coisa me liga. Amanhã estarei aqui para te levar na escola.

-Sabe que o Link pode fazer isso. Só precisa me acompanhar no médico.

-Esse filho é meu e não vai se livrar de mim. Tenho que trabalhar na loja, me liga se precisar de qualquer coisa. -Aceno e ele beija minha testa saindo do quarto, olho em volta e respiro fundo.

Depois de tomar um banho fico na frente do espelho, estou de shorts e top, hoje faz muito calor.

Fico de perfil e acaricio minha barriga, penso que aqui dentro está crescendo uma menininha, com cabelos iguais aos meus e os olhos claros de Aidan.

-Nunca achei que fosse cair no papo dele. -Olho para Mike na porta. -Me diz, os boatos estão certos? Está dando o golpe?

-O quê? Não acredito que disse isso.

-E eu não acredito que minha irmã deu para o primeiro cara que deu mole para ela.

-Sempre gostei dele e você sabe disso.

-Sabia sim, mas não acreditava que um dia ele iria te seduzir, como as putas que ele come por aí, se acha que é única na vida dele está muito enganada.

-Achei que me apoiaria em tudo, você é a única pessoa que eu confio.

-Você é uma cadela, mais uma que abriu as pernas para Aidan Pearce. Eu tenho nojo de vocês. -Diz e sai do quarto, me sento no chão e me encolho soluçando.

-Aly? Meu Deus, está tudo bem? -Minha mãe me abraça. -Filha.

-Não vou aguentar ver meu irmão e meu pai me humilharem. -Ela segura meu rosto. -Eu vou abortar.

-Nem ouse pensar nisso, nunca mais quero ouvir isso, entendeu?

-Eu sou o desgosto da família, a ovelha negra.

-Você é minha menininha, não vou deixar nada acontecer com você. -Beija minha testa e me abraça.

***

Acordo com gritos, mais específico da minha mãe, não sei quanto tempo dormi, mas já é noite.

-Ela não tem culpa, quero que escutem bem, se eu a ver sofrer novamente pelas humilhações de vocês eu juro que vocês serão expulsos.

-Ela está tendo o que merece. -Mike fala. -Tem que arcar com as consequências. -Minha mãe bate em seu rosto.

-Tenha mais respeito e não aumente a voz para mim. Acha que ela queria isso? Acha que quis ficar grávida no meio do semestre que é importante para ela?

-Ninguém mandou abrir as pernas. -Meu pai fala e eu deixo escapar um soluço.

-Filha... -Minha mãe me olha.

-Se fosse o Mike? -Eles me olham. -E se fosse ele quem teria engravidado a Kim? O que iriam fazer?

-Ele é homem...

-Não vem bancar de machista, direitos iguais, assim como ele a engravidou uma vez e você não fez nada, ainda pagou os procedimentos para ela abortar. -Eles desviam o olhar quando minha mãe os encara. -Só porque eu tenho útero não significa que eu não possa errar.

-Aly... -Minha mãe tenta e eu nego.

-Errei por ter saído daquele quarto naquele dia, por querer ser uma pessoa comum pelo menos uma vez na vida, foi você Mike quem me chamou para ir na maldita festa, sou culpada por ser apaixonada por Aidan, mas não sou culpada por cometer um erro, vocês fizeram coisas piores e nem por isso eu os humilhei, pelo o contrário. Era eu quem estava do seu lado Mike quando estava chorando com medo de contar para o papai, era eu quem estava do seu lado pai quando chorou na cozinha por ter sido cúmplice de ter matado uma pessoa que não tinha culpa de nada, antes de me acusarem por alguma coisa, se olhem no espelho e vejam quem errou primeiro.

Desabo e volto para o quarto trancando a porta, tento parar de chorar, mas parece impossivel, ligo para Aidan.

-Aly? Está bem? É uma hora da manhã. -Não sabia que estava tarde.

-Eu... desculpa... -Choro. -Volte a dormir. -Peço e desligo, ele me manda uma mensagem dizendo que está vindo.

Fico deitada olhando para o teto, até que batem na porta que vai para varanda, abro encontrando Aidan.

-Disse que escalaria. -Fala e eu o abraço. -O quê aconteceu?

-Só preciso de alguém. -Ele me olha.

-Estou aqui por você. -Promete e fecha a porta, eu me deito e ele se deita ao meu lado, ficamos nos olhando, sinto sua mão entrelaçar com a minha. -Vou cuidar de vocês. -Promete e eu aceno.

Com um beijo em minha testa eu adormeço em seus braços.

Que fofinhos...

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