Capítulo 11 - Tovell

26 4 0
                                    

Na manhã seguinte tomei café com Kian e ele me levou para casa, ele parecia preocupado com meus pesadelos desde ontem quando o assustei. Eu não lembrava muito dos sonhos, na maioria das vezes tudo que eu conseguia lembrar eram vultos, vozes abafadas e uma névoa cobrindo tudo que havia acontecido neles, mas quando eu estava sonhando era diferente, era agoniante, assustador, real e intenso. Quando eu comecei a ter esses pesadelos há oito meses mais ou menos, eles não eram tão ruins, mas aí eu tive o pesadelo que me fez parar de dirigir e isso começou a me afetar um pouco.

— Não quer que eu fique com você? — chegamos ao meu apartamento há dez minutos.

— Não, eu só preciso relaxar um pouco. — depois de ter um pesadelo ruim assim tudo que eu preciso é um banho quente e descansar um pouco.

— Tudo bem, me ligue se precisar de algo. — ele beijou minha testa e depois se afastou.

Eu o acompanhei até a porta e por coincidência Ement estava saindo do apartamento de Laura que praticamente ficava na frente do meu, pelo visto alguém teve uma noite boa.

— Bom dia, Ement. — comprimenta Kian rindo.

— Bom dia, meu amigo! — exclama, Ement parece estar sempre de bom humor.

Laura surge atrás de Ement também bem humorada, nos cumprimenta e sai para ficar do lado de Ement.

— Quer carona? — oferece Kian saindo do meu lado.

— Sim.

Kian me dá um aperto na mão e começa a ir na direção do elevador, Ement dá um selinho rápido em Laura e alcança o amigo. Nós duas observamos o elevador se fechar, meu pequeno sorriso cai em seguida e Laura parece intrigada com minha expressão.

— O que aconteceu? Achei que te veria feliz esta manhã. — Laura atravessa o espaço que nos mantém distantes e aperta meu braço.

— Primeiro, não aconteceu nada, não me sinto pronta ainda — começo. — segundo, eu tive dois daqueles pesadelos horríveis ontem, um deles foi tão ruim que o acordei gritando e chorando. — suspiro minha frustração.

— Oh, sinto muito. — diz.

— Pois é, mas apesar disso ele foi compreensível com essa situação. — ele realmente foi, fiquei até impressionada.

— Ah, que bom.

Depois que Laura e eu conversamos, entrei para tomar um banho quente na banheira, passei bastante tempo absorta nos meus pensamentos e nem percebi quando a água esfriou, decidi tirar o resto da manhã para cuidar de mim.

Mistérios de uma vida roubadaOnde histórias criam vida. Descubra agora