Capítulo 33 - Tovell

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Meu voo pousou depois de treze massacrantes horas, assim que saio do aeroporto o shuttle elétrico do hotel que reservei me recebe e pega minha bagagem para levar direto para o hotel, já que vou para o centro da cidade em um dos trens que saem direto do aeroporto de Zurique e deve levar mais umas três horas até o trem partir.
Praticamente não dormi na viagem e quero muito descansar antes de fazer qualquer coisa ou conhecer a cidade, quando o trem chega apanho minha mala de mão e faço o máximo que consigo para entrar logo e me sentar, assim que consigo escoro minha cabeça na janela e espero até que o trem parta, estava praticamente dormindo quando o trem saiu em direção ao centro, me obrigo a me manter acordada, são só mais alguns minutos até eu poder descansar.
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Quando o trem para apanho minha mala e entro na fila de pessoas no corredor para descer do trem, o cansaço possuiu meu corpo a essa altura, bocejo atrás da senhorinha que sai antes de mim e desço do trem assim que piso na estação e ergo meu rosto meu coração dispara e começa a galopar a mil, minha respiração falha e eu quase caio de joelhos, ele está bem ali parado escorado em um pilar ainda não me notou, pessoas passam por mim e esbarram no meu ombro, mas eu não consigo mover um músculo, o mundo parece estar em câmera lenta e então ele levanta o olhar e me olha da mesma forma que me olhou da primeira vez em que nos vimos, como se estivesse vendo um fantasma, seus braços caem frouxos ao lado do corpo, sua boca abre levemente e seus olhos procuram desesperadamente os meus, tento me mexer outra vez e meus pés começam a correr, tudo em volta sumiu, a única coisa que eu sinto é saudade, saudade de casa é exatamente isso que me inunda e faz meus olhos encherem de lágrimas que recusei derramar toda vez que essa saudade vinha.
Quando chego perto o suficiente dele eu paro abruptamente e deixo cair minha mala, meu primeiro reflexo é socá-lo e é isso que faço, ele se encolhe, mas nem se importa e sorri para mim depois me puxa pela cintura e me prende e um abraço apertado e quase sufocante.
— Senti saudades, baby. — sussurra no meu ouvido.
E posso sentir tudo estilhaçar dentro de mim, as lágrimas escorrem pelo meu rosto e nem consigo me importar com o fato, provavelmente deve ter umas dez pessoas nos olhando agora, mas me concentro apenas no sentimento de estar em casa outra vez, aperto meu corpo contra ele com toda força que me resta - desde que minha última refeição foi há sei lá quantas horas - depois de alguns minutos assim nos afastamos e tento enxugar o rosto e recuperar o fôlego.
— Eu só preciso saber uma coisa antes de começarmos, você está com Dimitri? — ele pergunta assim que nos soltamos.
— O quê? Por que eu estaria com ele? — mas que merda é essa?
— Ele me disse isso no dia em que terminamos, antes de você vir falar comigo, disse que estava feliz que você tinha percebido que eu não valia a pena e que haviam passado a noite anterior juntos e estavam juntos. Eu não acreditei exatamente, mas quero ouvir de você.
— É claro que não estamos juntos, pelo amor… nós passamos a noite anterior juntos, mas porque eu estava bêbada demais para voltar para casa e ele preferiu passar a noite, mas nada aconteceu.
Consigo perceber seus ombros caírem de alívio, ele esfrega o rosto e depois sorri.
— Graças aos céus. — diz e me pega pela cintura e gira no ar como Jaden costuma fazer.
— Para começar, o que está fazendo aqui? — pergunto quando estou de volta ao chão.

Mistérios de uma vida roubadaOnde histórias criam vida. Descubra agora