Mistérios de uma vida roubada

Capítulo 13 - Tovell

Meu celular está plugado na caixa de som e começou a tocar Finesse do Drake, mas antes de chegar ao refrão a música foi interrompida por uma ligação, tiro o celular do cabo para ver quem está ligando e meu coração pula uma batida quando vejo o nome na tela.

— Planos para mais tarde, senhorita Allen? — sua voz é quase uma carícia em meu ouvido.

— Não, senhor Bertani. O que tem em mente? — digo zombeteira.

— Bem, então podemos discutir as opções. — sua voz fica levemente sugestiva.

— Ok, no que pensou? — sei que ele consegue ouvir o sorriso na minha voz, mas não ligo.

— Tenho duas sugestões, ir à alguma balada barulhenta ou passar o fim de tarde no meu iate, você decide.

Analiso um pouco antes de responder. — As duas parecem tentadoras, mas...

— Não me diga que tem medo do mar. — ele ri sarcasticamente.

— Não mesmo. — o som do seu riso me causou um friozinho na barriga.

— Tem alguma sugestão? — pergunta.

— Na verdade não. — não conseguia pensar em nada legal para fazer, talvez sair com meu namorado - ainda era estranho chamá-lo assim - fosse uma boa, sair, dançar, tomar uns drinques.

— Então voltamos a escolha entre as duas opções que ofereci, senhorita Allen. — ele está me provocando me chamando assim porque sabe que eu não gosto, mas eu vou entrar na brincadeira.

— Senhor Bertani, o que me diz de irmos para uma dessas baladas barulhentas, como você chamou, e tomar uma doses. Ou uma balada barulhenta é demais? — eu também sei brincar.

— Senhorita Allen, não conhecia esse seu lado festeiro ainda. — seu tom de voz é descontraído.

— Verá mais dele hoje.

— Ement vai buscar Laura às oito e meia, passo aí com ele e vamos todos juntos.

— Já estou ansiosa. — dou uma risadinha e desligamos.

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Laura e eu abrimos nossas portas praticamente na mesma hora, ela parecia animada em estar saindo com Ement, ela tinha me dito que tinham marcado um encontro para amanhã, mas que decidiram por hoje para termos um encontro de casais, não sei se eu chamaria assim.

— Ótima escolha. — ela está se referindo a minha escolha de vestido para esta noite.

Eu concordo totalmente, escolhi um vestido prata de tecido brilhoso, com um decote em um V longo, com mangas longas e curto, mas não muito.

— Obrigada, digo o mesmo está deslumbrante. — sorrio para ela.

— Obrigada. — Laura está usando um tubinho de cetim vermelho vinho, seu decote é modesto e fluido não revela muito mas ainda assim a deixa de tirar o fôlego. Laura poderia ficar linda usando um saco de batatas.

Somos atraídas pelo som do elevador abrindo, nos viramos para ver eles saindo do elevador. Ement com certeza é o mais despojado dos dois, está usando uma camisa preta com as mangas arregaçadas e três botões abertos e um jeans também preto rasgado nos joelhos, Kian é mais formal, tenho certeza de que Ement o fez mudar um pouco seu estilo habitual, mas ainda assim ele manteve o estilo formal. Nada de paletó, mas a calça social permanecia, a blusa com as mangas iguais as de Ement, dois botões desabotoados e num tom cinza quase parecido com o do meu vestido, parecia até combinado, eu gosto do estilo dele ajuda a manter seu ar misterioso.

— Senhoritas. — Ement cumprimenta, abrindo um meio sorriso quando seu olhar repousa sobre Laura.

— Está linda. — Kian sussurrou no meu ouvido fazendo os pelos da minha nuca se arrepiarem, ele se aproximou tão sorrateiramente que nem percebi o quão perto estava.

— Igualmente, senhor Bertani. — digo me virando para observá-lo.

Ele me deu um sorriso sarcástico enquanto passava o braço pela minha cintura para me conduzir de volta para o elevador, Ement fazendo o mesmo ao nosso lado sem tirar os olhos de Laura ele a admirava com a devoção digna de uma deusa.

Assim que entramos na balada Ement e Laura somem na pequena multidão. Quando começamos a adentrar a pista inferior, percebi como nos olhavam, as mulheres me olhavam como se eu fosse mais uma vadia rica, os homens não conseguiam manter seus olhos longe, já para Kian elas olhavam como se tivessem acabado de encontrar eldorado, eles o viam como uma ameaça, mas não precisam se preocupar ele não tem olhos para mais ninguém nessa boate que não seja eu. Como prova disso ele apertou minha cintura e sorriu enquanto nos conduzia para o bar, quando encostamos no bar é que percebo que está tocando Sin City de Chrishan.

— Shots de tequila ou de vodca? — pergunta. — Apenas para começar bem a noite.

O barman se aproxima para fazer os pedidos.

— Vou querer um mojito. — digo e olho para Kian.

— Uma margarita. — pede e esperamos.

Depois de uma hora Laura e Ement se juntaram a nós no bar, eu tinha tomado apenas um drink e Kian também, dançamos um pouco e depois voltamos para o bar, agora beberíamos com os amigos. Três rodadas de shots de tequila depois Laura pediu arrego, eu aguentei uma rodada a mais que ela, Kian e Ement pararam na metade da quinta, com o tanto que havíamos bebido não poderíamos sonhar em dirigir de volta para casa, ainda bem que decidimos vir de táxi.

Passava das duas da manhã quando cambaleei para entrar no meu apartamento, Kian parecia estar mais sóbrio que eu pois me segurou sem ao menos se abalar com meu andar desgovernado, me deu um beijo na testa e se despediu puxando Ement na direção do elevador, Laura e eu nos olhamos e trocamos sorrisos preguiçosos ao fechar nossas portas.